sábado, 16 de agosto de 2008

La Décadence

Pois na minha visão de mundo há uma única maneira segura de se medir o sucesso profissional de uma pessoa: o tamanho da conta bancária. Quanto mais rico o sujeito for, e quanto mais modestas as origens, maior o sucesso individual dele. Um rico nascido de um rico não faz mais do que a obrigação de manter a riqueza da família (usualmente fazem o contrário); um sujeito mais modesto que se tornou rico deve esse fato unicamente à sua força de vontade e determinação e pode se gabar disso.

Lógico que na decadência européia o berço vale mais que a conta bancária. Mas desprezar assim tão solenemente quem coloca a comida na boca dos britânicos é um pouco demais, não? (lembrando que a economia inglesa é totalmente dependente da City)

É por isso que é preferível frequentar os pubs - public houses, as opposed to private clubs. E nada mais delicioso do que ser um rico excêntrico - ao invés de ficar pedindo pelamordedeus para fazer parte do círculo da decadência.

12 comentários:

Blogildo disse...

Décadence avec elegance...

Rui Moura, o Pluto disse...

"Pois na minha visão de mundo há uma única maneira segura de se medir o sucesso profissional de uma pessoa: o tamanho da conta bancária."

Olha, não sou comunista; sou um capitalista que defende o liberalismo e a economia de mercado.

Mas, cá entre nós, se sua "visão de mundo" é essa mesma, que mesquinho é seu olhar sobre o homem e a existência. Se ter sucesso profissional significa ter polpuda conta bancária, então se joga por terra um montão de gente que não ganha nada bem, mas que exerce digna e honestamente sua profissão. O bom professor da periferia, o competente médico do interior, o esforçado micro-empresário: nenhum deles está no topo de rendimento de suas respectivas carreiras. E, nem por isso, são mal-sucedidos.
Aliás, dependendo da profissão, o tamanho da conta bancária é diretamente proporcional ao mau caráter do sujeito. Vide cirurgiões plásticos gananciosos, vide advogados inescrupulosos, vide empresários fraudulentos.

Que pena que eu tenho de quem acha que dinheiro é tudo. Haja infelicidade. Ô mundinho esse!

patricia m. disse...

Pluto, "o tamanho da conta bancária é diretamente proporcional ao mau caráter do sujeito" eh uma frase tipica de quem odeia o sucesso dos outros (porque eh fracassado, logico) e diz que ser rico eh ser malvado, e que ser pobre eh que eh bom, coisa de Mulla e afins.

Ou vamos atacar entao de Casseta e Planeta: dinheiro nao eh tudo mas eh 100%.

Os exemplos que voce usa sao horriveis: o professorzinho de periferia (le a reportagem da Veja e ve o naipe dos caras), o medico do interior (que eu saiba muitos se dando melhor que medico da capital, tenho 2 primos um no interior e um na capital), ou seja, nao compare alhos com bugalhos.

O sujeito pode ser medico e ir para o interior e lutar e construir um hospital e ser o melhor medico da cidade. Agora, se for parar no tempo e aceitar galinha como pagamento de cliente, ta mal heim???

Dai os seus contra exemplos sao pateticos: advogados, cirurgioes plasticos, fiquei impressionada que nao botou banqueiro no meio, hahahahaha.

Ai ai, ser pobre eh que eh bao...

E veja bem, fiz questao de colocar SUCESSO PROFISSIONAL, mas voce rapidinho ja estendeu para PESSOAL, nao? Eh PROFISSIONAL. Se vc trabalha e NAO quer dinheiro, so pode ser comuna. E dos fraquinhos ainda, porque comuna do Politburo se dava bem. Tinham maior sucesso PROFISSIONAL alias. Haha.

Rui Moura, o Pluto disse...

Não, não, não tenho problema algum com o sucesso do outro, desde que obtido realmente com trabalho, talento e honestidade. Bill Gates, Ivo Pitanguy e outros milionários só têm minha admiração.

Sou classe média que vive com as contas apertadas. Gostaria MUITO de ser rico, muito mesmo. Não romantizo a pobreza, isso é coisa de esquerdopata petralhudo.

Mas dizer que a conta bancária é o termômetro do sucesso profissional é mesquinho demais.

Você conhece muito bem a canalhice dos exemplos a que me referi: o advogado que chantageia o cliente, o cirurgião plástico que coloca próteses em quem não precisa (cobrando preços astronômicos), o empresário que sonega para enriquecer e por aí vai. Ou você acha que essa gente não existe? Eles estão na sua categoria de "bem sucedidos profissionalmente"?

Se o cara ficou rico com a medicina, com o direito, com o banco, com o latifúndio ou seja lá o quê, desde que honestamente, palmas para ele.

Foi-se o tempo em que médico do interior construía hospital e ficava ricão. Sou médico, sei o que estou falando. Não sou rico, mas não recebo galinha como pagamento. Sou feliz com o que faço e com o que ganho (mas se ganhasse mais, seria melhor, é claro). Sou realizado, lhe garanto.

O fato da Veja ter mostrado que o nosso ensino é mesmo uma porcaria não anula o fato de que há, sim, professores na periferia ou no centro da cidade que sejam muito dedicados e bem sucedidos naquela comunidade. Garanto que se você olhar para trás e se lembrar dos bons professores que você teve, vai encontrar alguns que não têm conta bancária polpuda.

Há muita gente trabalhando honesta e dignamente, pagando impostos e exercendo com afinco suas profissões, nos limites de suas possibilidades. Há muita gente bem sucedida profissionalmente, que não fica rica, mas vive bem. Gente que não aparece na Veja nem no Fantástico.

Mas vamos parar por aqui. Essa conversa lhe custa muito, pois devo estar lhe tomando o tempo que você precisa para ganhar dinheiro e ser bem sucedida.

patricia m. disse...

Pluto, voce sempre invoca comigo. Alias, medico me persegue, e eu os detesto. Detesto mesmo ir ao medico, hahahahaha.

Olha so, por que voce nao poe meu post no contexto? Voce viu qual foi a referencia que eu fiz? Voce acha por exemplo que deve merecer mais o sujeito que nasce em berco de ouro do que aquele que se fez na vida sozinho?

Onde foi eu que disse que eh o dinheiro a qualquer custo? Eu nao disse isso.

Eu trabalho duro e quero ficar rica sim. Se nao ficar milionaria, quero no minimo ter mais dinheiro do que meus pais tiveram. Eh essa a minha meta.

E olha, repara bem no que eu disse: eh proporcional as origens. Se um sujeito saiu da pobreza para a classe media, palmas para ele. Fez muito bonito. Se um rico apenas mantem a riqueza, que droga nao. Tudo bem, melhor do que ter desperdicado, mas ainda assim. Nao quero pobre virando milionario da noite para o dia, mas se conseguir, tanto melhor. Com etica, logico. Isso ai estava implicito.

patricia m. disse...

Acho que medicos tem problemas em me entender. Deve ser da profissao. Levam tudo ao pe da letra. O paciente diz: doi aqui, ele tem que acreditar, ne.

Eu digo: doi aqui. Mas era figurado, hahahahahahahaha.

Rui Moura, o Pluto disse...

Pois é, médico é um bicho burro mesmo, você tem toda razão em não gostar da classe. Eu também não morro de amores. Desculpe-me pela minha falta de inteligância.

Mas, cá pra nóis (médicu é burru, fála açim mesmu, num repara, sumus muitu literais)... Você foi bem precisa quando afirmou : "Pois na minha visão de mundo há uma única maneira segura de se medir o sucesso profissional de uma pessoa: o tamanho da conta bancária."

Não há nada de limitação interpretativa em me bater contra essa frase. Não há nela margem subjetiva alguma. O que está escrito está escrito, e não é porque sou um médico imbecil que não entendo o que está escrito.

Eu só gostaria que o mundo fosse assim: se você trabalha muito e tem talento, necessariamente se torna rico. Os EUA talvez sejam assim. Lá quem trabalha é recompensado com riqueza. Queria que o Brasil fosse assim e eu, você e mais um bocadão de gente seríamos ricos.

No Brasil de Lulla não é assim. Aqui tem um MONTE de gente de talento, que trabalha pra caramba e não tem conta bancária polpuda. Não são "bem sucedidos profissionalmente" segundo seu conceito. A vida e o Brasil não são justos. E seu conceito só corrobora isso.

No Brasil de Lula, para ter rica conta bancária não tem que trabalhar, tem que ser "cumpanhero" e conseguir uma boquinha numa ONG ou num ministério.

É duro.

patricia m. disse...

Pluto, eh por isso que saí dessa lama de país... Mas vim bater com os costados aqui nas Oropa, que é outra lama. Uma lama menos pior, mas ainda assim LAMA.

Quanto `a introdução do post, logico que foi para causar polemica. Se vc ler o artigo que coloco, eles querem mais "artistas", alem dos tradicionais politicos, nobres e militares. Quer gente mais imbecilizada do que artista? PQP! E ainda nos ofendem, a nos, os bankers!!! Nos que botamos comida na boca dessa populacao imbecil...

Eh o fim.

Por isso digo que a dor foi figurada, como o carinha da entrevista diz que doeu. Doi no cotovelo.

Rui Moura, o Pluto disse...

Pois então tá...

Vamos parar de tagarelar e vamos trabalhar, porque a gente não tem ONG com benefício do governo.

Só nos resta trabalhar e ganhar nosso suado dinheirinho. Quem sabe, a gente fica rico...Aí a gente comemora, compra uma BMW conversível e toma muito champagne.

Kiss pra voismicê.

João Batista disse...

Opa, qual o problema de sonegar? Rsrs. Sonegação é dever, já que imposto é crime. O sonegador não toma nada de ninguém, apenas impede que tomem o que é seu. Se eu ganhasse milhões ou centenas de milhares, sonegaria sem pestanejar: como é que eu vou financiar entidades culturais, comentaristas políticos, etc? Só com a Lei Rouanet não dá.

E comprar BMW conversível? Ok, no Brasil é preciso um carrequinho desses mesmo, capaz de sobreviver à superfície lunar que são as ruas do país, mas se você estivesse nos EUA ou noutra parte da civilização com 40,000USD ou mais, não tem como não comprar um Dodge Viper 1996. Se tiver 100,000USD pode comprar o último modelo, novo. Ou então comprar por 70,000 o último modelo com 5 milhas + aquele 1996 por 40,000. Se a Dodge for em frente e cancelar a produção do Viper, esses carros quadruplicarão de valor, e quem sabe você não vende um por meio milhão para algum principezinho do Oriente Médio?

Ouviu patrícia? Quando a senhora se tornar milionária, compre vários Dodge Vipers e guarde numa garagem. Venda tudo quando ele se tornar um carro raro, de colecionador lunático. Menos um, que você dará para mim por ter te passado a dica.

Blogildo disse...

Enquanto vcs debatiam Lula ficou um pouco mais rico. hehehe!

patricia m. disse...

Joao, SE eu me tornar uma milionaria, prometo que darei ouvido aos seus conselhos... Nem sei qual eh o Dodge Viper, eh bonitinho? E tem certeza de que carro valoriza mesmo?? Maquina nao deprecia nao?

:-)))