quinta-feira, 29 de maio de 2008

Love Is In The Air

Sábado saí para caminhar. Resolvi ir ao Hyde Park a pé. Daqui de casa até lá, em linha reta pela cidade, são 5 milhas. Ou seja, 8 quilômetros.

Não estava preparada para a primavera londrina, mesmo antes de chegar ao parque, só conseguia cantar essa música pelas ruas da cidade - cantem comigo ao ritmo de "Love Is In The Air".

Polen is in the air
Everywhere I look around
Polen is in the air
Every sight and every sound
And I don't know why I'm sneezing
I don't know why it's itching
But it's something that I must be breathing
And it's there when I inhale the air
Polen is in the air
Polen is in the air, oh, oh, oh, oh, uh, uh, uh, uh, atchim!

Incrível, porque você não apenas respira o pólen. Entra no olho, na boca, é uma tristeza, ainda mais que aqui venta um bocado. E aí é espirro para todo lado, lembra-me os romances do século XIX em que os homens cheiravam rapé. Eu não cheiro rapé, cheiro pólen.

É a tal da hay fever. Em Sampa, desenvolvi rinite por causa da poluição; em NY e em Londres, a rinite melhorou horrores, mas em compensação, quando chega a primavera...

Polen is in the air... Atchim!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Opostos

Verão: escurece às 10 e clareia às 4.

Inverno: clareia às 10 e escurece às 4.

PM AM, AM PM respectivamente... Um total despropósito para organismos tropicais, tenho de confessar.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Se Eu Fosse Homossexual...

... juro que teria verdadeira ojeriza de Paradas Gays. Teria verdadeira raiva até.

Claro que as Paradas Gays são verdadeiros movimentos comerciais, como tudo aliás que nos cerca hoje em dia. Não me venham falar em direitos, por favor. Ontem li que um tal organizador da Parada Gay de São Paulo diz que está lutando por direitos. Que direitos, zé? Só se for o sagrado direito de trepar(*) ao ar livre e à luz do sol no Parque do Ibirapuera (verdade, eles estão reinvidicando isso, os sem-vergonha e sem-pudor). Bom, minha resposta a esse pedido deles é tão somente a seguinte: a humanidade toda - não somente os homossexuais - perdeu esse direito quando foi expulsa do Éden, caríssimo. Não há mais como retroceder no tempo.

O tal do organizador cita uns números tirados não sei de onde referindo-se a mortes de homossexuais no ano passado. Ué, homossexual não pode agora morrer em assalto? Direitos iguais, darling. Todo mundo tem o direito de morrer em assalto no Brasil. Ora essa, onde já se viu uma coisa dessas...

Voltando ao assunto principal, eu teria vergonha de sair em uma dessas passeatas gays se fosse homossexual. Segundo essa reportagem, o pessoal vai lá para "conhecer a diversidade". Eu heim, é mais ou menos a mesma coisa:

- Ei criançada, vamos hoje ao zoológico ver os bichos?
- Ah não pai, vamos hoje à Paulista ver as bichas...

Zoológico por zoológico...

(*) Trepar: chula gíria brasileira sinônimo de praticar o ato sexual. Ia colocar o verbo copular, mas homossexuais não copulam...

P.S.: quase levei um susto ontem ao ler a minha Veja eletrônica. Eu começo a ler a Veja do final para o começo, e sempre espero o Pompeu de Toledo. Usualmente, aperto a seta "backward" no browser especial da revista e o que vejo? Uma coluna da Lya Luft! "Ué, o que aconteceu com o Pompeu de Toledo? O que a Lya Luft está fazendo na coluna do final da revista???" E só me dei conta quando fui ao índice e vi a tradicional coluna do Pompeu de Toledo lá. Cliquei no link, e de lá dei "forward". Foi aí que reparei que havia um caderno especial chamado MULHER acoplado ao final da revista, e que a coluna da Lya era a última página então de toda a edição eletrônica.

MULHER??? MULHER??? Para quê a porcaria de um caderno especial chamado MULHER? Eu nunca vi um encarte sequer nessa revista ou em qualquer outra chamada HOMEM. Por que há a porcaria do MULHER? Eu definitivamente não estou em um jardim zoológico, pelamordedeus, parem com isso!

Esse fato ocorreu exatos 2 minutos depois de haver escrito o post. Como as coisas são engraçadas...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A Filha de Caim

E o Senhor lhe disse: "... tu serás peregrino e errante sobre a terra."

(Gênesis, 4-12)

sábado, 24 de maio de 2008

Meu Primeiro Eurovision

Hoje à noite fizemos uma pequena recepção aqui em casa para assistirmos à final do Eurovision. Nunca soube o que era o Eurovision até chegar à Europa. Nas Américas, temos concursos de música como o American Idol, mas todos locais, nenhum deles envolvendo mais de um país. É por isso que o Eurovision é diferente de todos eles, pois é um concurso entre países.

Justamente por ser um concurso entre países, as paixões se inflamam mais facilmente. Não é um grupo de juízes que vota pelos melhores cantores, mas sim as populações dos países participantes, via telefone. A única regra é que você não pode votar para o seu próprio país, caso esteja morando nele. Logo, um britânico pode votar pela Inglaterra se estiver morando na França; mas um francês não pode votar pela França caso more lá.

O concurso desse ano foi em Belgrado, aliás, THE Belgrade, segundo os juvenis apresentadores sérvios. Morremos de rir: THE Belgrade. Ok ok, já que vocês querem assim, THE Belgrade. O comentarista da BBC fazia a voz de fundo, e como ele foi sarcástico durante o show, típico humor britânico. Nada, mas absolutamente NADA de politicamente correto. Quando foi a vez de um desses países da Europa Ocidental votar e eles escolheram a terrível música de Portugal - e bota ruim nisso - o comentarista da BBC sacou essa: deve ser devido aos guest-workers que trabalham lá. Ha-ha-ha!

Não preciso nem dizer que toda a Eastern Europe votou a favor da Mãe Rússia, e por causa disso o horrendo grupo da Rússia ganhou o concurso desse ano. Só não entendo uma coisa: esses caras não se cansaram de babar ovo da Rússia não? Parece que ainda estamos em pleno regime soviético, até os bostas da República Tcheca votaram pela Rússia, ei meu, peraí, você não se lembra da Primavera de Praga? Seu vendido. E todos se fartando em dinheiro do Ocidente, isso é que é esperteza, o resto eu não sei o que é.

Havia pelo menos uns 10 clones da Britney Spears lá, e a clone melhorzinha, a grega, tirou terceiro lugar. Bom. Nós fizemos um pequeno concurso interno, e os meus favoritos foram os seguintes:

1) Finland
2) France
3) Norway - Croatia

Procurem os vídeos no YouTube e vocês terão uma idéia. Eu coloco aqui o meu favorito de todos os tempos, o grupo de hard rock finlandês. O único grupo de rock de todo o concurso. Os franceses ganharam segundo lugar primeiro pelo fato de terem cantado em inglês (hehe), segundo por não terem colocado um clone de Edith Piaf lá (eca), e terceiro por ser uma música bem simpática estilo anos 60. Os noruegueses cantaram uma música bem simpática também, all niiight loooooong, e os croatas entraram com uma música de cabaré que foi bem legal.

Fiquem aqui com meus amigos finlandeses, os melhores!!!! Na minha opinião, claro.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Garota de Sorte

Ou Laura e os Octagenários

Ontem fui à Royal Opera House, assistir Simon Boccanegra. Foi minha primeira ópera italiana. Vai, concordo, não deve ser das mais empolgantes, mas achei legal. Na verdade o que interessa é todo o esquema em si, comprar ingresso, ir ao teatro, ver as outras pessoas (a fauna humana, o zoológico), etc. Isso é que é divertido.

Bom, compramos o ingresso uma semana antes, o mais barato de todos: custou 7 libras cada, e dava direito a ficar em pé. Não foi idéia minha, foi idéia da minha roommate (ela tem 50 anos, se ela aguenta eu tenho de aguentar, né). Pensei, "o que eu perco com isso?", "nada mesmo", respondi a mim mesma, e resolvi testar a experiência de ficar 2 horas e pouco em pé ouvindo árias (penso que deve ser uma tortura chinesa para algumas pessoas).

Saí direto do banco, um pouco mais cedo que o de costume, às 6:45 da tarde. Peguei o metrô e cheguei com folga às 7:15. Elas já haviam entrado, minha roommate e sua amiga, e deixaram meu ingresso na bilheteria. Peguei-o e me dirigi ao local, via elevador. Cheguei ao "assento" e não as encontrei, mas faltavam ainda 5 minutos e pensei que deveriam estar tomando um café ou coisa do gênero.

Estava quente. "Cadê o ar condicionado, esse povo acha que porque estamos nas altas latitudes não precisamos de ar condicionado em maio?". Tirei o paletó do terno e o casaco e deixei-os em uma barra logo atrás do meu "assento". Estava arrumando as coisas, pegando os óculos, guardando o ingresso na bolsa, quando de repente me chega uma garota quase que correndo e me pergunta assim do nada, out of the blue:

- Você está sozinha?
- Estou (Estava, não estava? Não havia ninguém ao meu lado).
- Meu amigo não veio, tenho aqui um ingresso, é de graça, você não quer sentar na cadeira? É bem melhor ver a ópera sentada, né?
- Tá bom, aceito. Minhas amigas virão mas eu as encontro mais tarde.

E lá vou eu serelepe da vida atrás da garota, tivemos que escalar algumas cadeiras pois o detour seria muito grande, e a casa estava se enchendo. Antes, porém, vi as duas chegando e disse um rápido "meu dia de sorte, vou me sentar!".

Comprei um ingresso de 7 libras, sentei em uma cadeira de 30 libras. Boa matemática.

Enquanto isso, o teatro se encheu completamente. A idade média da platéia deveria ser de 60 anos aproximadamente. Depois tenho que perguntar à minha roommate se inglês velho ganha ingresso de graça ou paga meia como no Brasil. Sei que andam de metrô de graça - de graça não, um usuário como eu paga a passagem deles.

No meio da ópera, um dos idosos atrás de mim começa a roncar. Talvez a octagenária, talvez o velhote de setenta-e-lá-vai-fumaça. Pensei, "deixa pra lá, não vou criar caso com velho inglês". Já foi o tempo que me incomodava demais com isso.

Durante o intervalo, resolvi não sair junto com a multidão, preferi ficar no assento. Detesto multidões. Elas andam vagarosamente e eu estou sempre com pressa. Às vezes nem sei o motivo da pressa. Minha mãe sempre me pergunta se é pressa de morrer.

Foi aí que ouvi a estória da Laura. Um sujeito em uma das laterais também ficou em seu assento, fazendo ligações telefônicas em seu celular. Depois de ficar todo o primeiro ato sentada, resolvi ficar de pé no intervalo, e me encostei em uma das pilastras para melhor admirar o teatro - que é bem bonito, por sinal. Sem querer, comecei a prestar atenção no papo dele.

Ele dizia a Laura para que ela se acalmasse. Que continuasse a trabalhar como se nada tivesse acontecido e mantivesse a compostura. "Onde a Laura trabalha? O que faz a Laura?" Que ela fosse ao chefe dela e contasse tudo. "Tudo o quê?" Que ela não podia proteger seus colegas, mesmo que fossem amigos. Em grandes corporações o roubo é uma coisa muito séria. "Roubo! Oh começa a ficar interessante. Quem sabe a Laura não trabalha em um grande banco de investimento e o pessoal está desviando dinheiro, ou estão fazendo alguma armação do gênero?" Ele disse mais algumas palavras de conforto à Laura, que devia ser jovem - ele era um cara de quarenta para cima - e desligou. Mas imediatamente ligou para outra pessoa e começou a narrar o caso da Laura. Contou tudo isso aí acima, e que esse seria um teste bem importante na vida profissional da Laura, que se ela aprendesse com esse evento já seria um ganho. "Eu ainda não sei o que a Laura fez ou deixou de fazer, dá para contar?" Pois alguém no trabalho da Laura roubou 50 libras e estavam botando a culpa nela. Você vê, a pior injustiça do mundo é ser acusado de algo que não se fez, e a Laura estava consternada com esse fato.

Tive de me afastar nessa hora para não dar muito na cara que estava ouvindo a conversa dele. E concordei, sim, a pior injustiça do mundo é ser acusado de algo que não se fez. Divaguei, pensei com meus botões. Se você faz algo errado e é pego, não é das coisas mais agradáveis, mas você sempre sabe o risco que está correndo. Está preparado para o fato. Já se não faz nada e alguém te acusa...

O segundo ato começou e alguém velho na fileira de trás começou a roncar novamente. "Por que não ficam em casa dormindo e insistem em vir ao teatro a essa hora? Não é hora de octagenários estarem na rua, têm que vir a matinées". Mas o pai ou avô da minha benfeitora cutucou a pessoa de trás e disse um rápido "desculpa, mas você está roncando". Não ouvimos mais roncos até o final da peça.

E peguei o metrô e vim de volta à casa. Não, não encontrei as duas no intervalo e depois não as vi mais. Ou desistiram, ou arrumaram uma cadeira vazia. Duvido dessa última hipótese, o teatro estava lotado. Deve ser mesmo muito duro assistir a mais de 2 horas de árias em pé. Um teste árduo para qualquer cristão em sã consciência.

Decidi que nunca mais comprarei esses ingressos a 7 libras.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Quarta-Feira

Fiquei sem assunto, assim, sem mais nem menos. Primeiro pensei em fazer um post com o sugestivo título de "Previsões de Madrasta Patrícia para 2008 - não saia de casa sem elas". Aí achei que seria bobagem, várias vezes já disse aqui que o preço do petróleo ainda vai subir mais, a inflação também, por consequência os juros subirão, e aí o real finalmente desvalorizará. Sem contar a derradeira explosão das últimas bolhas consumistas que estão ainda sobrevivendo (a explosão da bolha das commodities fica para o ano que vem, ok).

Depois pensei em escrever algo sobre as bobagens que o Apedeuta disse hoje - mas isso já perdeu a graça completamente, ele sempre diz bobagens, invariavelmente. Tem hora que a piada perde a graça e a gente já não ri mais do palhaço de circo. Será que os meninos do Casseta & Planeta ainda conseguem fazer piada com o Mulla? Ou melhor, será que vocês ainda conseguem rir disso?

Então resolvo agora dar uma dica de leitura: estou lendo um livro excelente que achei aqui em casa, minha roommate comprou em uma exposição de quadros russos que ela foi em uma dessas galerias ou museus espalhados aqui em Londres. Mas o livro pode ser achado em qualquer livraria comum. Chama-se Russian Short Stories: From Pushkin to Buida, editado por Robert Chandler, editora Penguin Classics. Deliciosamente delicioso. Tenho consumido algumas horas dos meus finais de semana devorando os contos. Quase todos são o crème de la crème de seus autores, então para quem nunca leu contos russos vale a pena comprar o livro. Como escreveu o editor, a Rússia produziu mais contos que podem ser considerados excelentes do que qualquer outro país europeu ("Russian literature probably includes more great short stories than the literature of any other European country"). E eu adoro contos!

Não creio que acharão uma versão em português, não dessa edição. Se lêem a língua do bardo, com certeza para os que moram na Big Pineapple (meu carinhoso apelido para Sampa City - afinal, se NYC é a Big Apple, Sampa só poderia ser o Grande Abacaxi) a melhor pedida é ir à melhor livraria do Brasil, a Cultura do Conjunto Nacional (que saudaaaaades), e comprar o livro. Eles têm Penguin e se não tiverem esse título eles importam. A Cultura é fenomenal, sou fã deles de carteirinha. Para os que moram no interior do Brasil (o resto), bom, tentem a Cultura pela internet, hehe. Se houver maior interesse pelos contos passo os títulos/autores dos mesmos nos comentários. Aí vocês podem tentar outras edições. Mas cuidado, há muitas traduções do russo para o português que são horríveis.

Último teaser, prometo: há contos da era soviética que só foram publicados pela primeira vez após a glasnost. Interessantíssimos! Fiquei tão interessada, mas tão interessada, que vou comprar livros individuais de alguns autores depois de terminar de ler esse aqui.

Chega, boa leitura para vocês!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Eu Heim

Quero checar se é verdade, se não for me corrijam na caixa de comentários. Fiquei sabendo que se pode comprar carro no Brasil em até 80 parcelas mensais!!!

Juro que não acreditei. Oitenta? Mensais? Isso dá quanto mesmo, peraí, é mais de 5 anos!

A taxa é fixa ou variável?

Vem cá, e o banco pega o quê como garantia? O próprio veículo? Depois de 5 anos quanto vale um carro? Quase nada hoje em dia, com esse crédito tão farto e todo mundo podendo comprar carro novo. E o que o banco vai fazer se você não pagar? Montar uma concessionária de carro velho?

Eu não colocaria meu dinheiro nessa atividade, a não ser se cobrasse o dobro dos juros praticados.

E depois ainda tenho que ouvir o Mulla falar para o Jorge Bush resolver a crise imobiliária nos Estados Unidos, quando ele não vê a tempestade se aproximando no próprio quintal. Ha-ha-ha.

A maioria dos meus leitores é mais velha do que eu, então meus queridos, vamos lembrar aquela época farta de lançamento do Plano Real, todo mundo fazendo financiamento de veículos atrelado em quê? em quê? ao dólar! E aí veio a crise de 98, o Banco Central flexibilizou o câmbio, e o que aconteceu? o que aconteceu? Neguinho a torto e a direito dando o calote no empréstimo. Se não me engano, o leasing atrelado a moeda estrangeira foi até considerado ilegal - a posteriori, claro. Antes da crise acontecer era tudo legal.

E já há a previsão de as taxas de juros aumentarem mais 2% até o final do ano. A recessão vai bater a porta, só não ver quem não quer. E vai ter neguinho chorando as pitangas devolvendo carro, televisão e geladeira, e, claro, casa também.

E a culpa, obviamente, será sempre dos bancos e dos economistas, nunca da população que se endivida sempre mais do que pode para consumir (se pelo menos investissem em atividade produtiva, ainda ia).

P.S.: me contem também sobre financiamento de computador. Li que o Brasil é o terceiro colocado no mundo em venda de computadores para a classe média e média baixa. A Dell e a HP estão rindo a toa. Imagino que também se possa financiar um computador em até 80 parcelas mensais? Só pode ser piada, claro.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Preto Contra Preto

Como as coisas são engraçadas, não. Até alguns anos atrás, os pretos da África do Sul emigravam para o Zimbabwe, fugindo do apartheid - dos brancos.

Agora que o Zimbabwe está quebrado - devido a um preto ditador, não a um branco - e sua população emigra para a África do Sul, são recebidos a pedradas e a tiros.

Como diz a sabedoria popular, "eles que são pretos, eles que se entendam".

Sobre o mesmo assunto, falo sobre a coluna do Roberto Pompeu de Toledo na última Veja. Eu gosto do Roberto Pompeu, mas tem horas que ele dá uma escorregada. No último parágrafo dessa última edição, ele diz:

"A primeira moral dessas histórias é que os europeus não têm razão para estranhar as disputas africanas entre tutsis e hutus em Ruanda, quicuios e luos no Quênia, árabes e nubas no Sudão. Suas próprias tribos não são menos incompatíveis umas com as outras. A segunda é que dos povos e dos países não cabe esperar que tenham encontrado o ponto final de suas histórias porque são como os indivíduos. Por mais contemplados pela riqueza e pelo bem-estar, sempre haverá algo que os balance. Se não há inimigos externos, inventarão inimigos dentro de si mesmos. A inquietude vigia sem descanso para impedir a vitória do conforto que vem da riqueza e da harmonia que vem do bem-estar. Assim como não há homem pronto nem mulher pronta, também não há país pronto nem povo pronto".

O Roberto Pompeu gastou uma coluna para lamentar as divisões européias: bascos e catalães contra espanhóis, flamengos contra valões, e por aí vai. Na conclusão, pesou a mão um pouco: enquanto na África há verdadeiros massacres, na Europa não é bem mais assim, né Robertão. O último durou de 1939 a 1945. Isso se considerarmos os judeus uma "tribo", o que também não seria exato. Um judeu russo nunca poderia ser considerado como pertencente à mesma tribo que um judeu francês, por exemplo.

Pelo menos fechou o resto do parágrafo de forma interessante: é isso aí, Robertão, também acho que "o homem é o lobo do próprio homem". Mas não precisa gastar tanta saliva com isso.

Enquanto isso em terras tupiniquins, quando é que seguiremos a nova moda mundial e nos separaremos finalmente do Norte/Nordeste?

domingo, 18 de maio de 2008

New Proverb

God is in the Whole, the Devil is in the Details.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Common Sense

O que você acharia de alguém que pega um empréstimo a 11.25% ao ano e aplica esse dinheiro em um investimento que rende 4% ao ano? Acharia normal?

Foi isso o que o governo petralha fez ao "acabar" com a malfadada dívida externa. Deixou de pagar juros americanos para pagar juros tupiniquins. Uma esperteza só. E o povão acha o máximo, ai como é legal ver o povão aplaudindo o fim da dívida externa, é dar panis et circensis para o povão que eles aplaudem até o assassinato da própria mãe...

De resto, mais deslumbrante que isso só a nossa proposta de fundo soberano. É de chorar de rir. Mais uma vez, lá vamos nós pegar grana a 11.75% e aplicar a 2%. De resto, pior um pouco: ao invés de aplicarmos em Treasuries, os títulos mais seguros do mundo, vamos dar o dinheirinho para os tubarões da indústria nacional. E o povão aplaude, ai que legal...

Você aí, otário, que aplica seu dinheiro em títulos do governo brasileiro (renda fixa ou DI), fica esperto: o Mulla acabou com a dívida externa, mas triplicou a interna. E lá se vão os tempos em que os economistas de plantão achavam que um país nunca declararia default em sua dívida interna, pois sempre poderia imprimir moeda (a criação da tão famosa inflação): em 1998, a Rússia declarou default na sua dívida lastreada em rublos, nao em dólares. Fica esperto, mané.

Ética

Se eu admirasse a acumulação de riquezas sem ética, seria chefe de quadrilha (isto é, político) no Brasil, e não banker da City trabalhando 12 horas por dia.

Sem intervalo para almoço, heim.

** Resposta aos ataques católico-comunistas que sofri no blog do Funes.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Comunista Invasor

Frodo, nos comentários do post anterior, acha que eu sou PC de tanto ser PI. Claro que às vezes os índios matavam os Bluecoats também, oras, guerra é guerra. Só confesso que em estórias de pirataria sempre sonhei em ser pirata, nunca marujo da Invencível Armada.

Um pouco do histórico da minha infância. Era o final da década de 70 e início da de 80, e ainda estávamos na Guerra Fria. Eu jogava War com meus primos quase todos os finais de semana em que vistávamos a casa da minha avó. Queria sempre ocupar os Estados Unidos e Canadá e lutar contra as forças do mal na União Soviética. Até destroçá-los de todo.

Nas reuniões dominicais na casa da minha avó, acompanhava de vez em quando o papo dos adultos. E ouvia sobre o comunismo russo. E lá vinha imediatamente à mente a imagem: eu, atrás do muro da casa, defendendo com unhas, dentes e balas a nossa propriedade privada, de forma a impedir que mais famílias viessem morar conosco e dividir uma casa tão grande. "A casa é nossa!", bradava eu aos invasores. E tome chumbo, um ou outro caía e eu acabava morrendo nas mãos dos comunistas sanguinários invasores.

Morria, mas lutando até o fim!

Brinquedos P.I.

Eu brincava de Playmobil quando era criança, adorava aqueles bonequinhos. Eu e meus irmãos tínhamos o Forte Apache com os Bluecoats. E tínhamos também uma coleção de indiozinhos, com tendas, cavalos e caiaques.

Ahhh, quanto pele-vermelha caiu da beira do Forte Apache atingido mortalmente por uma bala dos cara-pálidas... E toca a corneta da Sétima Cavalaria, tan-tan-ran-tan-tan-tan-tan!

Acho que hoje não se fabricam mais brinquedos politicamente incorretos. O que será das nossas crianças? Um bando de retardadas mentais, tenho certeza.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Procura-se

Procuro sócio cotista para entrar em investimento de alto retorno. A idéia é comprar uma residência nos Estados Unidos em sociedade. Se possível, alugamos após a compra. Senão, usufruímos dela quando estivermos de férias. Não há como perder dinheiro. E se os preços subirem novamente daqui a alguns anos, a gente vende. Com lucro.

Quero comprar em um desses estados: Florida ou California. É onde os preços caíram mais e há mais foreclosures. É também onde há mais latinos. Os latinos estão perdendo o emprego com a recessão americana e primeiro pararam de mandar remessas para a parentada na América Latrina; em segundo lugar - ouçam o que eu vos digo - vão parar de pagar as prestações da casinha - se já não pararam. É onde a gente entra e compra o imóvel devolvido ao banco.

A idéia é alavancar, claro, para que colocar 100% de dinheiro vivo. Penso em 50% como downpayment, 50% em mortgage de 30 anos. Mas se conhecerem alguma viúva com 5 filhos desesperada para vender a residência, topo colocar os 50% de dinheiro vivo nas mãos dela. E mais nada.

Alguém interessado no deal? Preciso falar com minha amiga judia, quem sabe ela quer ser minha sócia no negócio. Oportunidade única.

Desejos

Três desejos de criança:

1) Quebrar o braço
2) Usar aparelho
3) Usar óculos

Posso dizer que sou uma pessoa realizada. Não apenas usei gesso no braço direito por 2 vezes (quebrar mesmo foi só o cotovelo, no punho foi mais luxação), como usei aparelho de dente também por 2 vezes (quebrei o móvel logo após tirar o fixo e os dentes tchan tchan tchan voltaram todos). Óculos venho usando desde os 18 anos, mas para compensar minha mãe me comprou quando era criança uns óculos de sol de gatinha, de armação vermelha. Chiquérrimo.

O meu mais recente desejo é ter um barco. Vou pensar nisso todos os dias, quem sabe não vem em dose dupla também, já que a sorte me persegue. Um pequeno iate não seria nada mau...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Unmistakeably German

Eu quase diria "unmistakeably European", pois nunca imaginaria esse comercial rodando em nenhum canal de tv dos Estados Unidos ou do Brasil - resumindo, das Américas.

Finíssima a ironia apresentada no filme. Todos os mínimos detalhes nos remetem à cultura germânica, desde a trilha sonora (viva Wagner!) até o totem da águia, passando pela bratwurst na taverna, a loura-camponesa farta e finalmente a chegada do nosso belíssimo exemplar teutônico ao Portal de Brandenburgo em Berlim.

É, francesada... Realmente nada se compara a um motor alemão! :-)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

American x British

Algumas comparações aí para vocês se divertirem. Tive de aprender tanta palavra nova, haja paciência. Aliás, antes de descer à coluna do britânico, faça o teste você mesmo e veja se conheça as palavras no inglês do outro lado do lago (Atlântico - expressão usada por ambos: the other side of the pond - são afetuosos até hoje entre si, nós brasileiros não podemos nem ouvir falar na metrópole portuguesa que temos um ataque histérico - seus exploradores, sanguessugas, gananciosos).

Americano
1. Eggplant
2. Zucchini
3. Cell phone
4. Highway
5. Guy
6. Hi dude!
7. Do you feel like eating pizza today?
8. Awesome!
9. Movies
10. To fuck
11. Ass
12. A pain in the ass
13. Jersey girl
14. Soccer
15. Z ("zi")
16. Tv
17. Cab
18. Subway
19. A bunch of
20. Truck
21. Gas
22. Shrimp

Britânico
1. Aubergine
2. Courgette
3. Mobile
4. Motorway
5. Bloke
6. Hi mate!
7. Do you fancy pizza today?
8. Lovely!
9. Cinema
10. To shag
11. Arse
12. A royal pain
13. Essex girl
14. Football
15. Z ("zeta")
16. Tele
17. Taxi
18. Underground
19. A load of
20. Lorry
21. Petrol
22. Prawn

Still curious? Have more fun here.

domingo, 11 de maio de 2008

Cicatrizes de Guerra

Pois bem, hoje o dia está magnífico. Aliás, a semana toda foi magnífica, e a próxima semana que se inicia também promete temperaturas amenas e um vento agradável, além do sol estatelado no céu azul sem nuvens.

Abro todas as janelas da casa e deixo o vento entrar. O meu quarto está no segundo andar da casa e a janela dá para a rua - foi de onde tirei aquelas fotos tempos atrás. Aliás, já está tudo verdinho novamente, claro, como na primeira foto.

Não há grades em nenhuma parte da casa, obviamente, como seria de se esperar se estivéssemos no Brasil. Apesar de ser no segundo andar, penso que ainda assim seria fácil escalar e entrar. Se vou à parte de baixo da casa, fecho pois as janelas do segundo andar que dão para a rua.

Não, nunca ninguém entrou em nenhuma casa ou apartamento em que morei no Brasil. Mas e o medo? E as estórias petrificantes de vizinhos e amigos, contando sobre meliantes dando gargalhadas com armas apontadas, prontas a disparar ao menor descuido?

É raro bandidos andarem armados aqui. Em geral andam com facas, não revólveres. Morrem mais pessoas em Londres em brigas de rua do que em assaltos e coisas do gênereo. E é difícil haver invasão de casas, mais ainda quando há pessoas dentro. Eles preferem entrar quando não há ninguém em casa.

Mesmo assim, por menor que seja a probabilidade, não consigo deixar a janela aberta. São cicatrizes de guerra, impressas na alma desde a mais tenra infância.

Gostaria de acreditar mais na raça humana. Gostaria de não ser tão desconfiada assim de tudo e de todos. Creio no entanto que teria de morrer e nascer novamente para que isso aconteça.

sábado, 10 de maio de 2008

Lógica

Nordestino no Sul Maravilha é igual brasileiro no Primeiro Mundo: ninguém quer voltar para a terra de origem, mas nem que a vaca tussa.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Energia

E o petróleo vai avançando firmemente para a marca mística de $130 o barril. Esse é o preço corrigido pela inflação a que chegou o petróleo na década de 70. Eu acho que passa dessa marca e o mundo verá uma nova crise do petróleo, para somar-se a outras crises já em curso. São tempos emocionantes esses, tenho dito. Pode-se dizer tudo da década de 00, mas jamais que foram tempos monótonos (lembrando que a década de 70 também foi interessante, e 80 e 90 foram uma chatice sem fim).

E para a minha satisfação, devido ao alto custo da energia, governos vêm se mostrando coerentes e racionais e tomando a decisão certa. A Inglaterra, que havia banido a energia nuclear há uma década atrás, tem planos de construir mais e mais usinas. Todos aqueles ativistas estúpidos, onde estarão agora, heim?

E o carvão, aquele combustível que impulsionou a Revolução Industrial inglesa, também está voltando à cena, em pleno século XXI, na Europa. Dizem que vão usar uma tecnologia mais limpa etc e tal, but who really cares? O negócio é que não dá para depender do gás russo (alguém confia na Rússia?) e do petróleo do cartel do Oriente Médio (alguém confia em cartel?).

Será que o consumidor europeu está disposto a pagar o pato, ops, preço de tecnologias caras e não poluentes, enquanto o mundo lhe dá uma banana? Acho que os governos estão descobrindo que verde é legal, mas desde que seja barato. O que não é o caso.

Sabe aquela bobajada de créditos de carbono, Protocolo de Kyoto e o escambau a quatro? Alguém aí ainda acredita que isso vai ser renovado, que vai progredir? Hmmm, eu tenho minhas dúvidas. A China vai entrar na dança finalmente? Acho que eles já podem ser considerados "gente grande", não?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Tocha Olímpica

Cortesia do The People's Cube.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

ABORTO NÃO!

De vez em quando esses deputados fazem algo que presta. Isso realmente é raro, mas esse caso aqui é interessante. Nada de legalizar o aborto, Sr Ministro Temporão. O povo não quer isso. E não me venha com desculpinhas esfarrapadas como a idiota da Cida Diogo (essa deveria ter sido abortada quando era um "amontoado de células", de tão horrorosa) de que o assunto "tenha sido discutido pela ótica fundamentalista e da religiosidade".

Se o Brasil fosse um país um pouquinho mais inteligente, mas um pouquinho só a mais - não estou pedindo para ninguém ganhar prêmio Nobel - bastaria estudar o que aconteceu em países onde o aborto foi legalizado.

Saiu uma pesquisa recente aqui na Inglaterra a respeito do tema. E os resultados são os seguintes: as vagabundas que abortam não usam contracepção nenhuma, e fazem em média 5 abortos durante a vida. Recebem sim toda sorte de instrução quando vão ao açougueiro, ops, médico aborteiro. Mas continuam não fazendo nada, porque é mais fácil abortar depois. E é de graça aqui, pago pelo contribuinte otário.

ABORTO NÃO! Não quer filho, vagabunda? Há várias maneiras de se evitar:

1) Tranque as pernas
2) Use qualquer método contraceptivo à disposição - lembrando que o governo distribui camisinha de graça

Ficou prenha, vagabunda? A saída honrosa é a seguinte:

CARREGUE O FILHO POR 9 MESES NA BARRIGA E DEPOIS DÊ PARA ADOÇÃO. Há tantas pessoas querendo adotar filhos, e mesmo que não houvesse, melhor o contribuinte pagar para que o Estado crie seu filho do que pagar para que um médico o mate.

Pensa, vagabunda. Use o amontoado de células que você tem na caixa craniana (aquele mesmo amontoado de células que não foi abortado antes de você, sua infeliz, ter nascido) e faça algo decente pelo menos uma vez na vida.

ABORTO NÃO!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Freaking Hilarious

Havia tempos que não entrava nesse blog, e os caras são muito bons.

Tome esse aqui como amostra, mas recomendo entrar na página principal e ler o resto.

Note: to shag means to f*ck in British slang. E "posh" acho que sabem o que é, né, basta lembrar da Posh Spice.

Concordância

Acho que é a primeira vez que concordo com o energúmeno mor do Brasil.

Madeeeeeeeeeeeeeeeeeiraaaaaaaaaaaa!

Passa a motosserra aí, precisamos de mais espaço para a plantação do ouro verde, aproveitando os preços record das commodities. E de menos índio vagabundo no meio, diga-se de passagem.

Madeeeeeeeeeeeeeeeeeiraaaaaaaaaaaa!

Disse e repito, Blairo Maggi para governador-geral da capitania hereditária das Amazonas.

Velha

"Legalize já, legalize já
Uma erva natural não pode te prejudicar"

Como a turma lá de Sampa dizia: ah é mané? Então limpa o rabo com urtiga.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Maconheiro Sem Vergonha - II

Aliás, eu acho que deveria haver um contra-desfile. Pensarei em organizar um troço desses.

No meu desfile, os cartazes dirão o seguinte: fumar maconha deve ser crime, e o sujeito deve ser passível de punição, que pode variar de 1 ano na prisão - em celas comuns, mesmo com "deproma", até a internação em hospitais psiquiátricos do Estado para a "cura" dos maconheiros. Essa última, sem limite máximo de tempo. Só sai limpo.

Maconheiro!

Maconheiro Sem Vergonha

Os maconheiros que agora defendem a "liberdade de expressão" - como são nobres - vão abrir um perigoso precedente, se tudo sair como o previsto. Oras, se isso vira caso de "liberdade de expressão", indo ao extremo, eu acho que os Carecas do ABC (ainda existem esses grupos neo nazis no Brasil?) podem desfilar pelas ruas qualquer dia desses apontando a sua preferência por brancos louros de olhos azuis.

É a liberdade da expressão deles, não? Veja bem, não é apologia ao crime, é apenas a divulgação de seus pensamentos.

Ao mesmo tempo, grupos de extremistas religiosos também poderiam fazer desfiles pela orla carioca afirmando a ojeriza que sentem em relação ao modo de vida homossexual.

É só liberdade de expressão, que isso, ninguém vai saindo matando gay nem atirando em punk nem judeu nem negro. Vocês é que têm a mente suja. Pela erva. Seus "enmaconhados"!

domingo, 4 de maio de 2008

Japoneses, Reproduzi-vos!


Eu acho que o governo japonês deveria tomar uma atitude urgente. E deveria sobretudo usar um viés nacionalista para a questão. Imagino já um cartaz bem grande, pregado nas estações de metrô de Tokyo, dizendo algo do tipo:

Japonesa, lute pela Pátria! Tenha filhos! Ou o nosso honorável povo desaparecerá para todo o sempre, engolido pela supremacia numérica dos chineses.

Se bem que acho que nas atuais circunstâncias a questão econômica fala mais alto. Melhor o governo japonês pensar em dar benefícios financeiros a casais que tenham mais filhos, como descontos consideráveis no imposto de renda. E alguns países da Europa também poderiam pensar em fazer a mesma coisa.

Ou os Morlocks acabarão por nos tomar a Terra de vez.

Is God Brazilian?

A gente adora repetir por aí que "Deus é brasileiro". Eu nunca me convenci da idéia, claro. Se Deus fosse mesmo brasileiro, não teríamos essa droga de país, teríamos coisa bem melhor. Ah mas porque não temos furacões nem terremotos nem vulcões, Deus é brasileiro. Tenho para mim que, assim como "não existe pecado ao sul do Equador", o Brasil nunca foi governado por Deus, mas por seu rival número 1. E justamente por isso nunca havíamos tido todos esses desastres naturais.

Há pesquisas científicas que relatam que, quanto mais uma população sofre adversidades, mais ela se desenvolve. Quanto menos adversidades, mais pré-histórica é a civilização. Dá para entender a lógica do raciocínio. Imagina se Cabral não tivesse desembarcado por aí, estaríamos até hoje na Idade da Pedra.

Mas, recentemente, parece que Deus anda olhando para essas bandas mesmo, com vontade. Não apenas ganhamos o direito de ter os nossos ciclones e ventos de 100 kmh, além dos pequenos terremotos, como ainda recebemos o investment grade. Agora, para ficar completo, só falta descobrirmos um vulcão em atividade.

Férias no Nordeste

Já que o papo recente tem sido o Nordeste, relato minhas únicas férias passadas na região.

Estávamos trabalhando já há quase 2 anos sem férias. Claro, você começa a trabalhar e só tem direito a férias depois de 12 meses de trabalho - coisa da estapafúrdia legislação trabalhista brasileira, criada pelo odioso ditador Getúlio Vargas e mantida pelas mais odiosas ainda centrais sindicais brasileiras. Aqui e nos Estados Unidos, eu posso tirar férias depois de 1 dia de trabalho - ninguém em sã consciência vai fazer isso, mas há a flexibilidade necessária exigida pelo moderno mercado de trabalho.

E claro que em banco você não tira férias antes de 1 ano e 11 meses, exatamente quando elas estão vencendo. Pois as nossas estavam vencendo, e teríamos de tirá-las. Resolvemos ir ao Nordeste, e escolhemos Maceió como destino.

Mr. X tirou uma semana antes de mim e acabou passando com a família em Campinas; a segunda semana dele e primeira minha fomos a Maceió. Ele voltou a Sampa e eu peguei a segunda semana na casa da minha irmã na Bahia - sim, eu tenho uma irmã que mora na Bahia. Mas isso não é papo para agora.

Era novembro. Não havia muitos turistas, ainda não era época de temporada. Ficamos uns 5 dias em Maceió; em um dia fizemos uma day trip para o sul de Alagoas, em outro dia fizemos outra day trip para o norte.

As praias são bonitas sim, no visual. Mas são sujas, extremamente sujas. Fiquei impressionada com a sujeira. Minha última lembrança de praia era a Santa e Bela Catarina, e mais o litoral norte paulista. Lindíssimas praias e de areias limpas. As areias da praia de Maceió estavam atulhadas de sujeira, jogadas pelos próprios alagoanos. Não havia lixeiras espalhadas, como se vê em Santa Catarina. Famílias inteiras levavam frango frito e farofa para a praia e lá deixavam os restos de sua refestelança. Deplorável, deprimente.

Vocês não conhecem o Mr. X. À primeira vista, ninguém acha que ele é brasileiro. A pele é cor de leite, os olhos são azuis, e o cabelo que resta é arruivado, assim como a barba. Aliás, o apelido dele para os meus amigos de trabalho é Barba Ruiva, ou mais simplesmente Barba. Vou parar de apelidá-lo de Mr. X e passar a chamá-lo de Barba daqui para a frente nesse blog.

Pois não conseguíamos ficar em paz, eu e o Barba na praia. De 10 em 10 minutos aparecia do nada uma dupla de repentistas para acabar com a nossa tranquilidade. Com certeza achavam que o Barba era gringo, e esperavam acertar a mega sena com a gente. A primeira dupla que apareceu achamos interessante, tipo "estou de férias e deixe-me apreciar as tradições locais". Demos dinheiro para os caras. A segunda já foi meio a contragosto, mas ficamos sem graça e acabamos pagando também pelo concerto indesejado. A terceira nem olhamos mais, e nem abrimos mais a boca. Querem tocar, que toquem. E ponto final.

De resto, comemos uma das melhores lagostas da nossa vida em um restaurante simpatissíssimo (e chique) na orla de Maceió. Não pagamos muito pela lagosta, comparando com São Paulo tudo era extremamente barato. Ríamos a mais não poder. A cerveja gelada na praia então era dada. Não sei se isso aconteceu porque estávamos fora de temporada. Já vi em vários programas que (como em todos os lugares de veraneio do mundo) os turistas costumam ser explorados.

Uma boa coisa que aconteceu em Maceió foi que me senti quase uma Gisele Bündchen. Como disse, era fora de temporada, e quase não havia turistas. Digamos que eu me sobressaía no meio da população local. Já não posso afirmar o mesmo em relação ao veraneio no sul, você acaba se sentindo mal no meio de tantas beldades desfilando na praia. Já o Rio de Janeiro é o local mais equilibrado de todos que já fui: há feios e bonitos em todos os centímetros quadrados de praia, gordos e magros, sarados e relaxados, bronzeados de sol e bronzeados de escritório.

Ainda pensamos em voltar para o Nordeste, quando o real estiver mais desvalorizado, claro. Hoje em dia sai mais barato ir para o Caribe, e há uma infra bem melhor por lá. De qualquer forma, quando voltarmos será para os resorts. Chega de frango frito na praia.

sábado, 3 de maio de 2008

Buddies

Ontem ele me chamou de "man", como se diz assim para camaradas, usualmente do sexo masculino: "hey man". Depois pediu desculpa, mas eu fiz cara de desentendida.

Hoje no happy hour contou alguns casos do passado, envolvendo garotas. Virei finalmente um "buddy". Não tenho mais sexo, sou um "buddy". Posso começar a usar saias que não fará a menor diferença agora. Mas leva-se tempo para virar um "buddy". Tempo e dedicação.

É a mesma tática de sempre, usada em ambientes altamente masculinizados, como chão de fábrica e chão de banco. Não vá de saias nem vestidos no início. Use sempre ternos sóbrios, com calça. Prenda os cabelos. Faça cara de paisagem quando ouvir um "fuck". No início, pedirão desculpas. Faça cara de desentendida, mas não diga nada. Afinal, "fuck" é "fuck", oras, who the fuck does not say fuckin' fuck once in a while? (Ai mãe, tape os ouvidos, é tudo culpa do pessoal da Engenharia, já te disse que ter deixado o resto da minha criação nas mãos da Escola de Engenharia não me transformaria em uma lady).

Aos poucos, introduza os seus próprios xingamentos. Comece com "damn", por exemplo, que é mais leve e não causará choques desnecessários. Deve-se ser sutil, afinal de contas. Depois de sentir o terreno firme, pode ir para o "fuck". Aí eles se sentirão totalmente à vontade com você. Quando começam a te contar causos de garotas então, você os ganhou. Seus colegas te vêem como mais um deles, um da turma. E é isso que você quer.

O meu primeiro teste do gênero foi na fábrica de cerveja. Eu era chefe do turno, e tomava conta de 6 operadores. Todo mundo novo, eu tinha 24 anos e os meninos deviam ter uns 22, 23 anos. Um dia chego ao posto de controle no meio da área de Produção e em cima da mesa, em frente de um terminal, estava lá a revista de mulher pelada. Olhei para o que estava mais perto da revista e com cara de paisagem disse:

- Guarda na gaveta, né, estamos em horário de trabalho.

O que ele fez prontamente. Nada de ihhh, ohhhh, uhhh... Não era mãe nem namorada do sujeito, minha única preocupação era e deveria ser o resultado da equipe e sua boa reputação. Quase antes de ir embora da fábrica (para começar a carreira em bancos) um deles me vem assim casualmente, durante um bate-papo na saleta de produção, com uma listinha nas mãos, como se conversa com um "buddy":

- Qual dessas atrizes aqui você acha a mais bonita?

Depois desse batismo na fábrica, tratar com o pessoal de banco foi moleza. Na verdade, exige-se mais sutileza por parte da mulher, mas no fundo homem é homem em qualquer lugar. Sentem-se extremamente incomodados quando uma mulher entra no time, 1) porque acham que perdem a liberdade, e 2) porque não confiam totalmente em mulheres.

Mas, se conseguir ganhá-los e eles passarem a te ver como um deles, terá dupla vantagem: além de ser respeitada, será ainda tratada como a favorita do time. Pergunte aos meus colegas e amigos de bancos em São Paulo se não concordam.

Hey man, time to go, let's grab a beer.

* dedicado aos meus buddies Marcelo, Emerson, Paulo, Weslley, Douglas, Sérgio, Newton. E à Gabi, minha única buddy do sexo feminino, muito mais desbocada do que eu, e não é engenheira heim...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Bye Bye, Labor!

Boris Johnson ganhou as eleições para a prefeitura de Londres! Blue Boris ganhou na cidade mais vermelha da Inglaterra!

Adeus Red Ken, já vai tarde. Adeus Labor, vocês estão praticamente derrotados nas eleições para Primeiro Ministro. David Cameron já! Gordon Brown, pode ir preparando as malinhas.

Desde a última eleição de FHC não me sinto tão contente. E vai dar McCain nos Estados Unidos. Direita, já.

Nota: me recuso a escrever Labour.