segunda-feira, 19 de maio de 2008

Preto Contra Preto

Como as coisas são engraçadas, não. Até alguns anos atrás, os pretos da África do Sul emigravam para o Zimbabwe, fugindo do apartheid - dos brancos.

Agora que o Zimbabwe está quebrado - devido a um preto ditador, não a um branco - e sua população emigra para a África do Sul, são recebidos a pedradas e a tiros.

Como diz a sabedoria popular, "eles que são pretos, eles que se entendam".

Sobre o mesmo assunto, falo sobre a coluna do Roberto Pompeu de Toledo na última Veja. Eu gosto do Roberto Pompeu, mas tem horas que ele dá uma escorregada. No último parágrafo dessa última edição, ele diz:

"A primeira moral dessas histórias é que os europeus não têm razão para estranhar as disputas africanas entre tutsis e hutus em Ruanda, quicuios e luos no Quênia, árabes e nubas no Sudão. Suas próprias tribos não são menos incompatíveis umas com as outras. A segunda é que dos povos e dos países não cabe esperar que tenham encontrado o ponto final de suas histórias porque são como os indivíduos. Por mais contemplados pela riqueza e pelo bem-estar, sempre haverá algo que os balance. Se não há inimigos externos, inventarão inimigos dentro de si mesmos. A inquietude vigia sem descanso para impedir a vitória do conforto que vem da riqueza e da harmonia que vem do bem-estar. Assim como não há homem pronto nem mulher pronta, também não há país pronto nem povo pronto".

O Roberto Pompeu gastou uma coluna para lamentar as divisões européias: bascos e catalães contra espanhóis, flamengos contra valões, e por aí vai. Na conclusão, pesou a mão um pouco: enquanto na África há verdadeiros massacres, na Europa não é bem mais assim, né Robertão. O último durou de 1939 a 1945. Isso se considerarmos os judeus uma "tribo", o que também não seria exato. Um judeu russo nunca poderia ser considerado como pertencente à mesma tribo que um judeu francês, por exemplo.

Pelo menos fechou o resto do parágrafo de forma interessante: é isso aí, Robertão, também acho que "o homem é o lobo do próprio homem". Mas não precisa gastar tanta saliva com isso.

Enquanto isso em terras tupiniquins, quando é que seguiremos a nova moda mundial e nos separaremos finalmente do Norte/Nordeste?

3 comentários:

Vinicius disse...

Antes da reforma agrária o país exportava alimentos e foi considerado o Celeiro da Africa. Hoje, cerca de 2 décadas após a reforma agrária o país vive de "cestas básicas" doadas por organizações internacionais.

O Zimbabwe é um modelo para o que vai acontecer com a Bolivia, onde o Cocaleiro está substituindo as pessoas que sabem produzir por pessoas com cultura da idade da pedra – os índios cocaleiros.

Blogildo disse...

Pois é, menina! Deixem o Nordeste para o Lula. Aí ele faz a Lulolândia.

patricia m. disse...

Ia ser o paraiso dos frascos e comprimidos... :-D