segunda-feira, 28 de julho de 2008

Robin Hood Revisited

Uau, fiquei impressionada. Aqui, na terra do Labor? Nãooooo!!!! Robin Hood é herói nacional, um dos poucos verdadeiros heróis de esquerda do mundo, com um coração generoso, só querendo fazer o bem, não matando ninguém... Eu acreditava nisso quando era criança e detestava o Sheriff de Nottingham. Principalmente naquela versão da Disney em que o Robin era uma raposa e o Sheriff um lobo, sei lá, algo do gênero, mau, bem mau.

Mas cliquem aqui, é verdade. Quando passei os olhos e vi que o Crowe ia fazer o Sheriff pensei: mas ué, ele sempre faz mocinhos! Quem será o Robin então?

Tá-rá, o mocinho é o Sheriff defensor da lei! O Robin nunca passou de um bandido dos maiores!

Quero ver o resto do elenco, espero que não tenha nada de politicamente correto. Numa versão em série para a BBC aqui, eles botaram um monte de ator negro, indiano, o escambau a quatro. É, no meio da Floresta de Nottingham. Hilarious!

P.S.: por favor, nada de revisionismos com Ricardo Coração de Leão e o Rei Arthur, heim... Eles sempre foram do lado certo da história!!!

5 comentários:

João Batista disse...

Na história que eu aprendi o nobre da terra parte para uma cruzada e, aproveitando sua ausência, um espertalhão dá um golpe e assume o trono. O novo Rei mostra-se um tirano, que aumenta os impostos até extorquir os últimos grãos de pó dos bolsos dos camponeses. Ou qualquer coisa assim. Daí que Robin seja o mocinho. Eu não me lembro de quem ele rouba, mas se for do rei tirânico & amigos estaria aí a justificativa.

Uma vez assisti a um desenho da Liga da Justiça, onde uma espécie de “Robin Hood” bombado e com flechas high-tech se dizia abertamente: “Eu sou um esquerdista. Gosto de tirar dos ricos para dar aos pobres”. Então o que é que você está fazendo com esses heróis direitistas, segundo o Blogildo, o Superman defensor do Status Quo e o Batman da Lei e Ordem? Vá lá para Cuba, roubar de Fidel para dar aos Cubanos, palhaço. Mas aí está a interpretação esquerdista. Os capitalistas medievais oprimem os proletários do movimento dos sem-fábrica com a mais-valia. Resta a Robin Hood, o proletário com consciência de classe, operar a “justiça social”, “distribuição de renda”, etc.

Bela caca de interpretação. Não existia nada disso na época da lenda. Não dá para pegar essa tralha moderna e deformar toda a história como se vivêssemos na Oceania de 1984, onde o Partido reinterpreta o passado de acordo com os interesses políticos do presente. Fazem isso com tudo. Com Prometeu e com Obama, o mané pode falar bobagem que não sai na transcrição do discurso. Ladrão é você, esquerdista, que rouba a todos com impostos; mesquinhos ao extremo, roubam até lendinhas, nem isso vocês deixam passar, que pobreza, que miséria!

António Conceição disse...

Segui o link, mas não li a notícia nem nada sobre o mocinho. Só apreciei a mocinha.

patricia m. disse...

Querido Joao, nao ha justificativas decentes nem na lenda do Robin Hood. Fomos todos enganados quando eramos criancas.

Se roubar de tirano justifica qualquer coisa, entao matar tirano, etc etc etc. A lei e a ordem devem estar acima de tudo.

Robin deveria ter se candidatado para o posto de Primeiro Ministro e ai distribuir à pobraiada. Ta, naquela epoca nao tinha PM. Entao, sei la, devia mesmo era matar o tirano, pronto, acabava de uma vez com tudo.

Olha so, outro erro grosseiro: campones nunca pagou taxa na idade media. Quem pagava imposto era a pequena nobreza do campo, nao os camponeses propriamente ditos.

Ta, finalizado: Robin foi o defensor da crasse merdia, hehe.

António Conceição disse...

"...o nobre da terra parte para uma cruzada e, aproveitando sua ausência, um espertalhão dá um golpe e assume o trono..."

Desculpe lá, João Baptista, mas o que partiu na cruzada para o médio oriente não foi Tony Blair? E quenado você diz que o espetalhão dá o golpe, não está a referir-se a David Cameron?

Blogildo disse...

Enfim vão desconstruir o "bom ladrão"? Sei lá, Robin Hood já está tanto tempo no imaginário que creio ser tarefa árdua mostrá-lo como o fora-da-lei que é.