sábado, 19 de julho de 2008

Mais Imigração

Cláudio, assim você me ofende, hehe. É totalmente certo que o meu país é uma pocilga, mas não é por causa disso que eu devo ser considerada ruim.

Outro dia li em algum lugar que os imigrantes deverão falar inglês para conseguirem a cidadania aqui na Inglaterra. Nada mais justo. O artigo classificava imigrante como o sujeito que deve abandonar o país de origem e abraçar o novo em tudo, língua, tradições, usos e costumes. Pode ser. Essa é uma definição bem antiga, da época em que os caras realmente se lançavam ao mar para fazer a América fugindo da fome e nunca mais voltavam. O mundo ainda não era "globalizado".

Em vista disso, posso dizer hoje em dia que não me considero uma imigrante, no sentido da palavra. Posso quando muito dizer que sou uma guest worker. Eu não pretendo ficar na Inglaterra para sempre, e não faço a menor questão da cidadania inglesa. Disse aqui e repito que jamais em minha vida jurarei lealdade à rainha. Eu prefiro rodar o mundo em busca de oportunidades, e porque o mundo gira mais rápido hoje do que quando foi definido o significado de imigrante, não faz sentido eu querer ficar apenas em um país pelo resto da vida.

Uma coisa apenas me deixa bolada: preciso realmente concentrar esforços para a minha aposentadoria. Porque não receberei nada do sistema vigente em país nenhum... Aquela conta em Jersey tem de ser aberta as soon as possible, ou a minha aposentadoria na América Central/Caribe ficará comprometida.

4 comentários:

Cláudio disse...

Putz, eu sabia que ia pisar no seu calo e no do Paulo do FYI, dois imigrantes-modelo. Eu cheguei a complementar o post dizendo que "cabe a nós oriundos do terceiro mundo provar que o preconceito é injustificado". Muitos de nós provamos, mas no final somos a exceção que confirma a regra.

PS: Falo "nós" porque trabalho numa empresa americana e tive que comer o pão que o diabo amassou para provar que não cabia no estereótipo do brazuca que eles conheciam. O mesmo vale para as mulheres que trabalham comigo. Tiveram que dar umas patatas para os gringos que não perceberam que nem toda brasileira é mulher-melancia,

patricia m. disse...

Eh velho, aqui na Europa também, você diz que é brasileira para um idiota qualquer menos educado e vê os olhinhos dele brilhando de emoção, já imaginando você dançando um samba pelada na frente dele... Haja paciência.

Como muita gente antes de me imaginar brasileira acha que sou espanhola/colombiana, estava pensando em dizer daqui pra frente que sou colombiana. Espanhola é forçação de barra, não falo com a língua no meio dos dentes da frente, haha.

Será que aí os olhinhos deles vão brilhar achando que tenho suprimento de branquinha? Haja paciência.

Cláudio disse...

Pois é... Isso vai com a gente para qualquer lugar do mundo. É nosso legado.

patricia m. disse...

O engraçado é que não sei sambar e não gosto de samba nem de carnaval. A cegonha realmente me deixou no endereço errado, tenho convicção disso.