quarta-feira, 16 de julho de 2008

Batman

Eu quero ver o novo filme do Batman, mas não aguento essa falação em torno do Heath Ledger de novo! Agora todo mundo quer que ele seja indicado ao Oscar, ai que coisa mais chata, mais brega, mais antipática. Morreu virou santo, pffff.

Mais politicamente correto só essa passagem da reportagem, saquem só:

"Mas observadores do Oscar e críticos veteranos dizem o zunzunzum em torno de Ledger, gerado principalmente na Internet, pode decepcionar os fãs, já que a entrega de um Oscar ao ator australiano morto de overdose acidental de drogas em janeiro seria um fato raro."

Overdose acidental de drogas não seria pleonasmo? Se não for acidental chama-se suicídio! Das duas uma: ou o cara suicidou, ou ele era um drogado compulsivo. Escolham.

E por favor, parem de compará-lo a James Dean. James Dean era infinitamente melhor, mais bonito e mais galã. Ledger é feio para chuchu. E morreu porque quis, não foi de acidente de carro como Dean. Se tomava drogas sabia que podia morrer. É o fim fazer apologia de gente drogada.

8 comentários:

Fábio Mayer disse...

Tambem acho um saco.

O cara ferra com a vida, age feito babaca e se mata...depois vêm um monte de néscios a santificá-lo.

Pode até ser bom ator e ter feito uma interpretação magistral...mas morreiu drogado!

Vinicius disse...

Lady, a Australia usa metric system enquanto que os EUA usam Imperial units. Mesmo sem estar com a consciência alterada é dificil passar uma medida de um sistema para outro. Geralmente requer o uso de calculadora. Portanto, overdose acidental pode ser também um erro de conversão de unidades :)

Rui Moura, o Pluto disse...

Algumas explicações são necessárias.

1) "Overdose acidental" não é pleonasmo.
Há a overdose intencional, que é um método de suicídio, do mesmo jeito que dar um tiro na cuca.
E há a overdose acidental, em que o camarada erra a mão na hora de preparar a dose e acaba indo pro beleléu.
É como dirigir a 250 por hora (“overdose de velocidade”), sem cinto, em uma rodovia convencional. Se o cara o faz apenas para “curtir a emoção” (assim dizem os irresponsáveis), mas perde o controle, bate contra o muro e morre, foi acidente. A morte era uma hipótese possível, mas não era a intenção última do motorista.
Se o cara dirige seu carro a 250 por hora, sem cinto e deliberadamente bate contra o muro e morre, aí é intenção (= suicídio).

2) O fato do cara ser drogado não significa que ele não tenha talento. Há que se separar as coisas. Reconhecer as virtudes e o talento de um drogadicto não é fazer apologia das drogas. Reconhecer o talento de compositor de Jim Morrison, o talento de cantor de Elvis ou o dom de Hendrix para a guitarra não é fazer apologia das drogas, do mesmo jeito que reconhecer que Freddy Mercury era excelente músico não é fazer apologia da homossexualidade. Reconhecer que Ledger era um grande ator e que fez um excelente trabalho em Batman não é fazer apologia das drogas, é apenas agir honestamente. Dar um Oscar pra ele já é outra história.

3) Todo drogado sabe que pode morrer pelo consumo de drogas. Mas isso não quer dizer que ele queira explicitamente morrer. Muitos gostam é do perigo, outros curtem a "viagem", e por aí vai.
Pode ser, contudo, que a senhora tenha tido íntima convivência com Ledger nos seus últimos dias e que ele lhe tenha expressado a vontade de morrer (“morreu porque quis”). No caso, aconselho-a a procurar um tablóide londrino (ah, a sofisticadíssima imprensa britânica), dar uma entrevista e fazer seu pezinho de meia.

Rui Moura.

Blogildo disse...

Vou assistir hoje e depois comento no blog! Mas essa de fazer de Ledger uma lenda é forçar demais a barra.

patricia m. disse...

Pluto, nao, nao convivi com o cara, nao me relaciono com drogados, sabe como eh... Ou pelo menos, ja que nao posso botar a mao no fogo por todo mundo que conheco, nao me relaciono com gente que se droga assim explicitamente. Tenho verdadeira ojeriza disso.

Eu nao falei que o cara eh ruim, meu, eu disse que era muito chata a estoria de quererem dar um Oscar a ele pelo simples fato de que ele bateu as botas "de maneira tragica", como dizem por ai. Para mim nao tem nada de tragico. Tragico como disse eh morrer em acidente de carro, nao de overdose.

patricia m. disse...

E se fosse suicidio, ponham que morreu de suicidio por overdose, como poderia ter morrido de suicidio por pular do terceiro andar do predio. Agora voce me diz que se o cara pula do terceiro andar e morre, podemos dizer que ele pulou "acidentalmente" do terceiro andar do predio, pois so estava procurando emocoes. Se ele realmente tivesse a intencao de morrer, colocariamos entao que ele pulou intencionalmente do terceiro andar do predio, hehe.

Joguinho de palavras estupido, na verdade.

patricia m. disse...

Blogildo, nao vai virar porque cowboy gay nao vira lenda, muito menos vilao de filme de estoria em quadrinhos...

Rui Moura, o Pluto disse...

A morte de um jovem é sempre trágica. Por isso, pode-se dizer que o ator morreu tragicamente, tenha sido de overdose, bananada na cabeça ou qualquer outra coisa.

Quem pula de um terceiro andar necessariamente está pensando em morrer. Não está querendo diversão. Nesse caso, se a morte acontece, não é fatalidade nem acidente, é uma consequência óbvia da explícita intenção do ato. Se um imbecil acelera a 250 por hora em um rodovia, o pneu estoura, capota e morre, foi acidente, mesmo com o excesso de velocidade, já que a morte não estava nos planos. Se o cara é ruim de matemática, põe droga demais na seringa, tem overdose e morre, pode-se dizer que morreu de burrice, mas não de suicídio.
Conforme queremos demonstrar: não foi joguinho de palavras estúpido a comparação.

Se você não acompanhou o cara nos últimos dias, nem há testemunho fidedigno de outra pessoa, não dá para saber se a overdose foi suicídio ou não. A imprensa está certa em não afirmar algo que não pode comprovar. Se fosse o contrário, concordo que a imprensa deveria colocar "suicídio" como causa mortis. Como, aliás, muitos fazem com Jimmy Hendrix, que tinha obsessão pela morte e distúrbio bipolar.

Também acho chata essa história de dar Oscar pra defunto. Mas insisto: isso não seria fazer apologia das drogas.

É isso.

Rui Moura, o Pluto