quinta-feira, 24 de abril de 2008

Pós Feminismo - I

Primeiro, leiam esse comentário enviado ao FT por uma economista advogada.

Agora, discuto o assunto. Em primeiro lugar, por ser um comentário, tem espaço pequeno e limitado. Acho que ela tentou abordar muitos assuntos de uma tacada só, como por exemplo o espaço da mulher na esfera governamental e na esfera corporativa. Deveria ter escolhido apenas um.

Não contente com isso, ela intercala os dois assuntos como se ambos tivessem a mesma causa. Obviamente dá para reparar que ela é advogada, porque escreve de forma confusa. Fosse engenheira, escreveria sequencialmente em bullet points.

Por último, vamos à análise do que foi escrito. Não vou comentar as bobajadas governamentais como estabelecer cotas para a participação feminina em partidos políticos. Tenho verdadeira ojeriza do governo socialista espanhol e não acho que cota seja o caminho certo para política nenhuma.

Vamos ao mundo corporativo, onde tenho experiência de sobra. A autora mesmo afirma que "Na Ásia, mais mulheres trabalham e trabalham mais horas". Logo em seguinda ela usa a expressão "on top of that", que significa "além disso". Não, minha cara autora, você está usando a expressão errada. Deveria ser "because of that".

É óbvio que as mulheres asiáticas e americanas (incluindo latinas) trabalham mais que as européias. E é por isso que vemos mais mulheres em posições de liderança nessas regiões do mundo do que aqui na Europa. A mulher européia em geral não quer nada com nada; nem trabalhar, nem parir (vide taxas de natalidade caindo a níveis alarmantes).

Daí ela vem com o absurdo dos absurdos: há um cartel masculino nas grandes corporações européias impedindo as pobrezinhas de chegarem lá. Ela mesma se contradiz: oras, não é porque as outras trabalham mais que chegam lá? Logo em seguida ela emenda: queridas, mas vocês têm que se ajustar à realidade, não dá para trabalhar apenas 2 dias por semana e que seja das 9 às 5. Ué, afinal, há ou não há o cartel?

Para finalizar o horrível texto, ela nos brinda com a seguinte pérola: empresas que têm mulheres em posição de senior management são mais lucrativas. Isso porque as mulheres em geral não prestam atenção a formalidades e se comunicam diretamente, passando por cima de bloqueios organizacionais, explica a autora.

Essa é de chorar de rir, não? Se elas se comunicam tão diretamente e tão bem como a autora escreve, é melhor manter o cartel masculino mesmo. Ela parece muito minha tia contando causo, e eu sempre interrompendo: tia, vai direto ao ponto, anda.

No próximo post, minhas bombásticas opiniões sobre o papel da mulher na vida moderna. Não, eu não sou machista, nem feminista, muito antes pelo contrário (como todo bom mineiro, hehe). Eu sou a favor da meritocracia total, não importa gênero, credo, cor, raça, religião, sexo, número de braços, pernas, filhos, etc...

2 comentários:

Frodo Balseiro disse...

Muito bom Patrícia!
Concordo integralmente com você, pois tambem detesto "proteção extra" para crescer na vida. Cotas, programas de igualdade, são conversa mole para permitir que grupos sejam beneficiados pela não competição.

Blogildo disse...

Às mulheres, todos os direitos e nenhum dever.
Substitua 'mulheres' aí em cima por 'negros', 'deficientes físicos' e qualquer outra minoria e a gente tem a medida exata de onde nos encontramos na corrente do tempo: O fim do mundo.

Ainda assim, se tiver de ser subordinado em alguma corporação, prefiro ser subordinado às mulheres. Sei lá, o trabalho sempre fluiu melhor. Vá entender.