sábado, 24 de janeiro de 2009

Equilíbrio Fino

O acordo entre China e Estados Unidos nos últimos 20 anos implica em um fino equilíbrio, informal, entre as partes:

- A China produz grande parte dos produtos industrializados que serão vendidos no mercado norte-americano.

A contraparte?

- A China financia esse mesmo consumo norte-americano, comprando as treasuries emitidas pelo governo.

Esse equilíbrio está para ser rompido em breve, e isso vai causar muitos problemas. De acordo com o professor Roubini da NYU, a China já está em recessão. Ele baseou-se em produção de eletricidade para chegar a essa conclusão, e disse ainda que os números informados pelo partido comunista são totalmente massageados (crescimento de 6% no último trimestre).

Além disso, a nova administração Obama, nem bem chegou ao poder, já está jogando de forma agressiva com os chineses. Acusou-os de serem "manipuladores de moeda".

Uma coisa é certa: o consumidor chinês não vai substituir o consumidor americano, logo eles devem esquecer promover o aquecimento do mercado interno. Não sendo o interno, terão que continuar a depender do mercado externo. Para as exportações continuarem atrativas, a moeda deverá continuar fraca.

Outra coisa é certa: os chineses são os maiores investidores em treasuries. Até o momento. Mas estão parando de comprar. A pergunta que não quer calar: quem vai continuar a financiar os Estados Unidos? Quem? Quem?

2 comentários:

Blogildo disse...

Quebradeira geral!

E se os árabes também estiverem mentindo sobre sua(deles) capacidade de fornecer petróleo?

https://www.web-purchases.com/OSTOilHoaxPOP8/POSTK107/landing.html

Fábio Mayer disse...

Quando eu era criança,minha tia enviava presentes dos EUA, todos produzidos fora de lá, embora com etiquetas em inglês.

E eu cresci vendo isso: os EUA são exportadores de idéias e tecnologias graças às suas ótimas universidades, mas nada produzem de concreto, sendo que uma parcela representativa de sua população vive de administrar uma cirança financeira absurda, com a exportação de capitais em troca de rendimentos especulativos.

Os EUA deveriam se preocupar em produzir coisas materiais novamente, isso fortaleceria o país que está perdendo influência global porque deixou de ser uma manufatura.