terça-feira, 17 de abril de 2007

O Massacre


O mundo lamenta o massacre ocorrido na Virginia Tech University. Ate mesmo o Iran mandou condolencias ao povo americano e `as familias das vitimas.

Em uma tragedia como essa, nao faltam estorias de heroismo como a do professor israelense de 75 anos que bloqueou a porta com o proprio corpo, de forma que os alunos pudessem escapar pelas janelas. Morreu, mas lutou o bom combate. Sobrevivente do Holocausto nazista, o professor era natural da Romenia e emigrou a Israel na decada de 70. Apos dar aulas varios anos em 2 universidades israelenses, foi em 1984 aos Estados Unidos para um ano sabatico, e acabou se radicando no pais.

Agora eh a hora dos questionamentos. Deveriam restringir a venda de armas? O estudante pode comprar as armas porque possuia green card, ou seja, era um residente permanente legal. Desde que nao tenha passagem pela policia, qualquer residente permanente legal pode comprar armas aqui. De acordo com a constituicao americana, o cidadao tem o direito de comprar armas e se proteger. Em cidades grandes como NY, entretanto, o porte de armas eh limitado. Desde que Giuliani comecou a limpar a cidade do crime organizado, uma das primeiras medidas tomadas foi restringir o porte de armas. A pessoa pode ter uma arma em casa, so nao pode circular nas ruas com ela, sob pena de ser indiciada pela policia.

Particularmente, sou contra a restricao `a venda de armas. Basta comparar o nivel de assassinatos com arma de fogo em paises como o Brasil, onde ha muito mais restricoes `a compra, e onde conseguir o porte eh tarefa das mais dificeis, se nao impossivel.

Foi muito triste o que ocorreu, mas nao vai ser a restricao `a compra e ao porte de armas que detera um individuo mental e emocionalmente desequilibrado de atingir seus mais torpes intentos.

22 comentários:

Blogildo disse...

Quem fala da proibição de armas num momento desses é demagogo. Até parece que a arma sozinha fez alguma coisa.
Acho que o Rudy agiu corretamente.

Vou ser simplista:
Acho que eeveria ter lei mais dura ao porte de armas no dia-a-dia. Visto que escolas parecem ser alvos constantes, acredito que deveria ter revista e nenhum aluno ou funcionário poderia entrar na escola com armas.
Mas não tenho a menor idéia de como isso se daria nos EUA.

Abraço!

Frodo Balseiro disse...

Patricia
Onde você andava?
Lamentavel o que aconteceu! Fico chocado e irritado com as interpretações ligeiras que sempre aparecem nessas horas.
Imagino o que os colegas professores e amigos devem estar passando. E o povo americano em geral! A humanidade!
Fico com muita raiva da impotência experimentada. Um maluco desses, faria o que fez, com ou sem controle de armas. Esse não é o ponto.
Fico aqui imaginando o que se passa na cabeça de um camarada desses. Qual o processo maluco que produziu uma mente tão má, tão desumana, tão degenerada! Claro que sei que a experiencia humana é um fracasso! Apesar disso, de saber que somos titicas de galinha, cada vez que alguem(?) joga essa "titiquice" da humanidade na minha cara eu fico irracível. Desculpe, você que esta aí tão perto parece ter encarado a coisa toda com mais equilíbrio do que eu! Parabéns por ter conseguido isso. Meus pesames a todos!
Abraço
Frodo

patricia m. disse...

Frodo, cada vez que um sujeito faz uma coisa dessas, eh como se todos nos levassemos um tiro tambem. Eu tambem nao entendo os motivos do crime, estao investigando ainda. Depressao, remedios, ciumes, abandono, solidao, sei la o que. Mas nada, nada justifica o que ele fez. Deveria ter se matado sozinho, se tinha tanto odio do mundo.

Anônimo disse...

Voce se lembra daquele garoto paulista (um estudante) que entrou num cinema de um shopping center e fuzilou a platéia ?
Pois é, esses acessos de loucura (isso só pode ser insanidade, nem em combate os soldados conseguem matar tanta gente de uma vez só, cara a cara) acontecem e se a pessoa está com uma arma nas mãos...
Fico muito triste porque são jovens que tiveram uma vida estúpidamente interrompida e deixam os pais perplexos e desesperados!
A notícia estourou como uma bomba por aqui, mesmo nesta ex-cidade maravilhosa, onde se morre tanto por nada.
Uma completa inutilidade tudo isso!

Anônimo disse...

Lembraram do estudante de medicina que atirou contra a platéia de um cinema de São Paulo. Pois bem, que não se esqueça de que ele usava uma submetralhadora, comprada ilegalmente, não alguma arma que se venda em lojas. Fosse, na época, proibido o comércio de armas, não haveria diferença alguma: o sujeito teria comprado a arma ilegal, como o fez. Comprar uma arma ilegal é crime insignificante, para quem planeja matar dezenas de pessoas...

Patrícia, a polícia não circula pelos campi aí? E os seguranças, usam armas? Li que o atirador foi, calmamente, de sala em sala... Não havia seguranças armados por perto? Aqui sei que polícia não entra, nem os seguranças usam armas...

Anônimo disse...

Sem dúvida que o buraco é mais em baixo. O rapaz não bate bem. Mas a facilidade com que qualquer um porta uma arma, legalmente, aí nos EUA é coisa assombrosa. A arma que ele carregava era coisa pesada. Sou a favor da proibição das armas. Quem tem que andar armado é policial e só. O blogildo disse bem, arma sozinha não faz nada; é por isso que ela deve estar nas mãos certas e não nas mãos de civis, ainda mais de uma pessoa desequilibrada. Poderia ser um bêbado, um drogado, um desesperado que levou um corno e por aí vai. Não pode não. Os EUA tem uma cultura que prega a violência e que está fundamentada no medo. Isso vem de longe. Tem as industrias armamentistas, também. É complexo. tantos casos semelhantes. Não é implicância, não, mas essa sociedade é doentia.

patricia m. disse...

Anonimo, a sociedade do Rio De Janeiro eh mais doentia ainda. Conta quantos casos ha desses, de violencia aqui, e quantos ha ai. Depois me de as probabilidades de se morrer aqui, desse jeito, e de bala perdida no Rio. Ou as armas dos traficantes no Rio sao legais?

Anônimo disse...

Patrícia,

Nem estou comparando com o Rio e nem acho que seja caso de fazer essa comparação que não tem nada a ver. A violência do Rio é outra história. Está ligada ao tráfico de drogas, quadrilhas organizadas, guerras entre as mesmas e etc.

Não é possível que não se estranhe que mais uma vez, aí na maior democracia do mundo, no "Paraíso na Terra" aconteçaa o que aconteceu em Virgìnia.

Blogildo disse...

Há estatísticas que mostram que a violência no Brasil é bem maior que a violência nos EUA. E olhem que aqui venda legal de armas é uma burocracia tremenda!

Tenho certeza que eu me sentiria mais seguro na Virgínia ou no Colorado do que aqui no Rio de Janeiro.

O número de pessoas mortas ali morre a cada fim-de-semana no Rio.

patricia m. disse...

Anonimo, sem comentarios. "Paraiso na Terra", "cultura de violencia" e todo esse seu cinismo neo-petralha nao da para ser levado a serio.

Anônimo disse...

Com efeito, o indivíduo que não compra armas legalmente vai para o tráfico delas, paga mais caro, sem impostos e sem que haja o controle estatal.

Regulamentar o porte é uma boa política, até adotada aqui no Brasil.

Mas o que funciona mesmo é ter polícia bem treinada, bem equipada e bem remunerada de tal modo que diminua o índice de corrupção (zerar é impossível) e aumente o de eficiência.Ao mesmo tempo, Judiciário que puna rápida e eficazmente.

É impossível impedir todos os crimes, mas quando há polícia eficiente e judiciário atuante, a sensação de insegurança diminui e fatos trágicos como esse são tidos como excepcionais e aterradores.

Aqui no Brasil, morre mais gente assassinada por "amigos" em botecos da periferia, por dia, do que essas pessoas que morreram aí na universidade. Não temos polícia e quando essa prende, o judiciário de juízes incompetentes solta.

Anônimo disse...

Patricia: ontem morreram 21 pessoas aqui no Rio de Janeiro.
Eu estava chegando no consultório da minha mulher, que fica ao lado do Consulado dos Estados Unidos, quando saiu um tiroteio danado em plena rua México, na porta deles!
Foi uma tentativa de assalto a um senhor que tirara uma quantia do banco. O resultado: um ladrão e a vítima mortos e o outro bandido agarrado por populares, pedindo para não ser linchado.
Isto tudo por volta das 14:00 horas, num local superpoliciado.
Ou seja, a audácia dessa gente não tem mais limites, eles não temem nada!
Tenho achado exagerada a cobertura que a imprensa carioca deu ao evento da Virginia que foi, na minha opinião, muito triste mas esporádico.
Agora, vê se alguém foi protestar por terem morrido 21 pessoas em plena terça-feira! Uma das vítimas estava em um ônibus indo pro trabalho!!!!
Concordo inteiramente com você: o uso de armas por aqui é livre e sofisticado - já apreenderam até equipamento anti-aéreo, veja só!
E olha que é crime inanfiançavel portar este tipo de armamento.
Imagina se não fosse!
Agora quem vai lá nos morros desarmar a bandidagem ? Todo mundo tem medo, inclusive o exército, que no ano passado, fez um acordo com os traficantes para que fossem devolvidas as armas roubadas de um quartel.

Ia dizer que a única saída é o aeroporto, mas acho que hoje em dia nem isso....

A Furiosa disse...

Não creio que haja necessidade de muita comparação entre a nossa doença e a dos outros. O mundo está doente! Superpopulado, cada dia mais estúpido, consumista e pobre. Esse rapaz matou porque sentia-se excluído. Estamos ferrados: 90 da população mundial sentem-se (e são) excluídos!O problema é que aqui no Brasil, graças às cartilhas de esquerda, ser excluído é quase licença para matar! O fato é que a grande incidência deste tipo de crime nos EUA é alarmante. Mas a culpa não é só das armas, mas da união de intelectos fracos com um grande poder de destruição. As armas são consequência desta doença, não causa. Por isso o mundo gasta mais dinheiro com elas do que com educação.

Oriane

Anônimo disse...

Patrícia!!

Poste o meu último comentário; não precisa publicar o PS.

patricia m. disse...

Anonimo, nao ha como publicar apenas metade de um comentario...

Anônimo disse...

Sra. Furiosa:

Peço a gentileza de apontar onde estão essas cartilhas da esquerda que
dizem que: ser excluído é pretexto para matar. Quando achar, por favor, eu faço questão de publicar, inclusive, no meu Blog. Eu particularmente acho que não faz parte de nenhuma ideologia. Acho de um simplismo atroz falar em mundo doente, sociedade doentia, etc. A sociologia moderna já superou esse tipo de abordagem. A sociedade não é organismo. Não é ser não pode ficar “doente”.
Essas abordagens que visam sempre achar uma solução simples para um problema complexo só ajudam a reduzir a ansiedade. É difícil falar em inclusão social ou exclusão quando o problema aparece sempre em escolas das quais o agressor e vitima já estão inseridos.

Anônimo disse...

Bom, já que o assunto está animado vou dar mais um palpite:
A Furiosa falou dos excluidos e o Eleitor rebateu e terminou falando onde o assunto do post começou, violência nas escolas.
Já falei antes que o caso de Virginia é esporádico, embora volta e meia isso ocorra nos USA.
Mas infelizmente está acontencendo algo parecido aqui no Brasil. Professores, de escolas públicas e particulares, sendo espancados por alunos, isolamente ou em gangues.
E aí, realmente, não temos como falar de exclusão social, já que trata-se de jovens que podem frequentar uma escola.
Como aqui é mais difícil arranjar uma arma (mas não impossível), ainda não tivemos nenhum caso de tiroteio entre alunos e quem sabe, professores.
Mas há alguns meses um professor foi surrado até à morte em uma escola pública, só não me recordo onde. Nada foi apurado até agora (até parece...) e nem se sabe o motivo de tamanha violência.
Conheço diretoras de escolas que tem que ter um imenso jogo de cintura para evitar que armas entrem em salas de aulas.
Como já falei, a situação no Rio vem se degradando ano após ano e isso já era meio que esperado. Só que agora está ocorrendo em escolas de bairros de classe média e nada indica que vá parar por aí.
Uma colega nossa de blog, professora de crianças carentes, acabou de ter um aluno assassinado por envolvimento com o tráfico.
Deve dar um desânimo enorme, não é ?
Nosso drama é bem diferente dos americanos e envolve pobreza, descaso, ensino precário, professores desmotivados, força do tráfico, corrupção, legislação inadequada, juízes mais inadequados ainda, desprezo da sociedade e por aí vai...
E o mais irônico é que temos uma legislação extremamente rígida com quem anda armado sem o devido porte de armas...
Um grande abraço a todos e um beijão para a Patrícia!

Blogildo disse...

Concordo em parte com o Eleitor. Acrescento aquela máxima: "Para todo problema complexo há sempre uma solução simples...e errada".

Contudo, mesmo não se utilizando os termos da sociologia moderna, creio que cabe o "sociedade doente". Afinal, a idéia não é patologia em si, mas uma espécie de sintoma recorrente que "corpo social" como um todo parece rejeitar.

O caso do assassino sul-coreano é uma mistura de insanidade com subestimação do caráter do aluno. Tenho certeza que algum sociólogo(a) ouviu todas as asneiras que o cara dizia e depois inventou uma desculpa qualquer para liberar o sujeito. Deu no que deu...

MANUEL HENRIQUES disse...

Concordo com você na questão das armas. Acha que elas mão podem ser o bode expiatório nem servir de desculpa a algum anti-americanismo mais primário.

Anônimo disse...

Eu acho que não Blogildo:

Pelo que eu sei essa função é do Psicólogo e não do Sociólogo. Embora não me ocupe de categorias em si. E sim que: com as categorias arcaicas vem às abordagens e as soluções simplistas, reducionistas e naturalmente erradas. Entretanto, no meu entender, esse tipo de individuo é absolutamente “normal” não pode ser identificado com facilidade.
Esses tipos são comuns na sociedade e passam desapercebidos. São boa parte dos “esquisitões” que andam por aí e felizmente não provocam maiores problemas para ninguém. Então a questão é o fator desencadeante e nesse tipo de caso o fator é sempre a escola.

Anônimo disse...

Eleitor,

Concordo contigo. Aí é que entra também a questão da venda de armas. Se é difícil identificarmos um possível assassino, como é que é permitido a venda e o porte de armas a qualquer pessoa. Essa questão é importante, embora a maioria não concorde. Qualquer um se espanta quando fica sabendo que nos EUA se pode comprar até armas mais pesadas. Se não fosse permitido nem a venda e nem o porte de armas isso, com certeza, não teria ocorrido. Se esse rapaz entrasse numa sala de aula com uma faca, ok, poderia machucar alguém, mas seria facilmente detido. Se ele entra munido com duas boas pistolas, como aconteceu, é desespero total, corre corre, pãnico...é o caos, e foi.

Outra coisa que concordo contigo é o fator desencadeante. O que tem levado, com uma certa frequência, a esses terríveis assassinatos, sempre em escolas e nos EUA? Tem alguma coisa errada nessa sociedade. Não adiante virem me falar que isso é papo de petista. Qualquer um percebe isso. É só lá que acontecem essas coisas!!

Blogildo disse...

Ops! Vc tem toda razão, Eleitor! A função é do Psicólogo e não do Sociólogo. Confundi as coisas aqui.

Eu li um texto do Breves Notas (http://blog.saboya.org/) sobre o coreano. Achei interessante e estou mudando de idéia em relação ao coreano. Mas ainda acho que algum (agora sim) psicólogo deu mole. O cara dava sinais de não bater bem do pino.