domingo, 8 de fevereiro de 2009

A Tal Da Morte Assistida

Uma amiga minha, depressiva compulsiva e suicida em potencial, volta sempre a tona com o mesmo tema: o tal da morte assistida. Diz ela que agora que a crise chegou é que os governos deveriam sim legalizar a eutanásia e deixar que os contribuintes possam por exemplo escolher entre ficar desempregados ou se matar.

Fez-me ver um filme que passou aqui na BBC - vai aí de graça para vocês, em 10 partes no You Tube. Chama-se A Short Stay in Switzerland. Não preciso nem dizer que eu tomei ojeriza da heroína do filme - baseado na vida real. Achei-a de um egoísmo só, uma pessoa realmente mesquinha e monstruosa. Enfim.

Eu fico com vontade de dizer isso a minha amiga, mas tenho medo de que ela tome muito ao pé da letra. Tipo, meu, quer se matar? Se mata, oras. Pula de um prédio de 10 andares que a morte é certa, todo mundo sabe disso. Jogue-se na frente de um trem que também só há uma certeza, e essa certeza é a da morte certa.

Mas essas pessoas na verdade não querem só isso, elas não querem só morrer. É muito pouco para o tanto de atenção que elas precisam receber, em geral pessoas ultra mega carentes que precisam chamar atenção, que querem as luzes da ribalta. Elas querem forçar os outros a participar de sua cirandinha grotesca.

Por isso eu sou totalmente contra qualquer tipo de morte assistida, de eutanásia, de qualquer nome que você quiser chamar essa droga. Se você ainda tem condições de se movimentar e não aguenta mais as dores da sua doença - física ou mental - pule da janela do seu prédio, se jogue na frente do trem, meta um tiro na boca (na boca, heim, estúpido, senão corre o risco de ficar paraplégico e dar ainda mais trabalho aos seus familiares aflitos).

Agora, se você já está em coma feito uma Terry Schiavo ou uma Eluana Englaro, e portanto não consegue mais opinar sobre seu próprio destino, então creio que o Estado tem o dever de te proteger de uma família "amorosa" que quer acabar com a própria dor, e não com a sua. Afinal, se seu cérebro está morto como dizem e você não sofre mais, logo quem aqui vai deixar de sofrer senão a sua família? Oras oras oras, isso se chama é assassinato e não há razões morais que justifiquem isso.

Um comentário:

Blogildo disse...

"Morte assistida" me parece uma espécie de voyerismo macabro.