quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Paris, Paris! - Parte I

Pois resolvi tudo na sexta-feira dia 22 de dezembro mesmo: queria passar o Natal em Paris. Naquele instante, no final da tarde, nao achava mais nada: passagens aereas somente em horarios para la de esdruxulos, saindo e chegando de aeroportos para la de distantes. Eurostar? Adoraria ter ido de trem, saindo do centro de Londres e chegando ao centro de Paris, mas ja nao havia mais bilhetes a precos razoaveis. Fazer o que entao? Ir de bumba, ora bolas!

Obviamente que se tivesse decidido a viagem pelo menos um mes antes teria comprado a passagem de trem pelo mesmo preco da passagem de onibus. Como deixei para o ultimo momento, ao inves de fazer o trecho em 2 horas e 15 minutos, fiz em 8 horas. Mas que foi engracado, foi.

Por incrivel que pareca as rodoviarias do Bananao sao mais organizadas que as rodoviarias europeias. Logico ne, preciso dizer o motivo? A maior parte da populacao do pais anda de busão, entao o troço tem que funcionar. Ja na Europa, e principalmente nos Estados Unidos, quem anda de onibus? Na Europa eh mochileiro. Nos Estados Unidos, eh gente para la de pobre.

Primeiro ponto: nao ha como marcar lugar! Voce compra a passagem pela internet, imprime o papelzinho, e leva à rodoviaria. Tem que chegar 1 hora antes para fazer o check-in. O check-in se resume em mostrar o papelzinho, mais o passaporte no nosso caso, e ganhar um cartao de embarque.

Segundo ponto: como nao ha lugar marcado... Imaginem que as pessoas, mesmo as europeias, se transformam em bestas-fera para pegar os melhores lugares no bumba. Hahahahaha, de chorar de rir. Eu entrei na onda. Fiquei rondando todo onibus que chegava aos portoes de embarque do nosso lado. Na Victoria Station em Londres, nem havia portao de embarque direito. Quer dizer, haver havia: mas o onibus poderia chegar e ficar atras de outro, e ai a gente deveria andar ate ele para embarcar, no meio da pista. Alguem falou em andar? Correr eh o melhor verbo.

Um frio danado e eu la, vendo os onibus chegando e saindo. Queria porque queria os assentos bem da frente, com a janelona a mostrar a estrada. De uma vez em que estava rondando os onibus, um motorista me viu falando em portugues com o Mr. X, e ai me deu a dica (era portuga, o gajo): seu onibus vai chegar e enfileirar aqui, espera mais uns 10 minutos.

Ja havia combinado com o X: voce coloca a nossa mala no bagageiro, e deixa que eu consigo o nosso lugar. Mulher eh mais esperta para essas coisas. Eis que o bumba se aproxima, e voces ja conseguem ouvir como fundo musical o tema de Chariots of Fire -ta na na na naaaaa naammm, ta na na na naaaaammmmmm...

Bem, so sei que fui a primeirinha, pois a menina que estava do meu lado demorou a ver que a mao do motorista ja estava estendida pedindo o cartao de embarque. Coloquei o meu cartao na mao dele, sem hesitacao. O gatilho mais rapido de todo o noroeste londrino!

E subo as escadinhas, e pego os 2 assentos da esquerda, de frente para a janelona...

4 comentários:

Fábio Mayer disse...

Feliz Ano Novo, Patrícia.

Rodoviária é uma bagunça em qualquer lugar do mundo... se bem que no Brasil de hoje em dia, as rodoviárias são lugares aprazíveis, comparadas aos aeroportos! Ahahahahahahha!

De qualquer modo, PARIS compensa qualquer contratempo não é?

Blogildo disse...

Isso me lembra de um filme da Audrey Hepburn: "Quando Paris alucina". Já assistiu?

Anônimo disse...

Paris? Paris? aquela cidade onde tudo fecha na hora do almoço?

quando os instintos falam mais alto, não tem brazuca, nem europeu, nem asiático: todos são iguais. uma vez, em pleno aeroporto de düsseldorf, na ala da lufthansa recém consumida pelas chamas de um incêndio, tive que esperar o vôo do meu avião em um hangar enorme. para atenuar o incômodo da moçada, a companhia aérea montou umas enormes mesas repletas de sanduíches, biscoitos, pãezinhos, algumas würsten, pretzels, sucos de frutas naturais e artificiais, cafés, leites, chás, etc.. não era buzão, não era trem de terceira. era avión!!! nada de pobreza por perto (exceto eu, claro!). lá estavam os hochen europeus. pois não é que, para todos os lados em que eu olhava, só via a turma enchendo os bolsos e as bolsas de tudo o que podiam? senti-me em plena periferia! dei uma de civilizado burro e não peguei nada.

bom, voltemos à paris... a pipoca já acabou. vou fazer mais para a parte ii. avise quando será pra pipoca não esfriar.

ps: X teve que viajar oito horas ao seu lado? que cara azarado!

patricia m. disse...

Gilrang, acho que voce esta confundindo com Madrid e a hora de la siesta...