domingo, 26 de abril de 2009

Maratona de Londres

Eu não teria nada contra as maratonas que ocorrem nas diversas cidades do mundo se fossem apenas uma oportunidade para que talentos fossem revelados, e esportistas consagrados mostrassem suas habilidades ao público de forma a conseguir patrocínio.

Em qualquer outro esporte é assim que funciona. Menos nas maratonas. Há sempre o bando de palhaços querendo aparecer, vestidos com fantasias as mais bizarras possíveis. Há sempre aqueles no trabalho que dizem que estão treinando há um ano já e que a maratona significa para eles a superação de obstáculos.

São todos idiotas, mas há ainda os mais idiotas, os detestáveis. São aqueles que dizem que estão correndo por uma causa nobre. Recebi outro dia vários e-mails de uma colega de classe dizendo que estava correndo pela causa do Armstrong, e que estava aceitando todo tipo de donativos. Eu não fui a única a receber esse tipo de e-mail, o Barba por exemplo recebeu dois do mesmo tipo, de outras pessoas.

Essas pessoas são detestáveis porque querem te fazer culpado. "Olha eu aqui correndo", dizem, orgulhosas. "Eu contribuo para uma causa justa! Eu quero trazer dinheiro para (ponha aqui a causa de sua preferência)!".

Bom, como já dizia o velho mestre, que a mão direita não saiba o que faz a mão esquerda. Se quer contribuir, vá lá, corra em paz, mas não fique alardeando ao mundo a sua boa vontade para com os outros, os seus donativos, as suas causas justas, o que quer que seja.

Senão, como outro velho mestre já dizia: vaidade das vaidades, tudo é vaidade...

4 comentários:

saphou disse...

Assino por baixo. Detesto gente que faz o bem para aparecer...é como dar as roupas que estão em casa a entupir o armário para caridade, porque aquilo já não serve mais, ou os livros estragados, ou os DVDs de que já se não gosta, e achar que são gestos de caridade e preocupação pelo próximo. Podem ser úteis aos que têm menos, mas não é porra de caridade nenhuma.

António Conceição disse...

Quen é o Armstrong?
Eu, quando simpatizo com uma causa, gosto de ficar quieto. Quer contribuir com o seu donativo para que eu fique quieto? E importa-se de passar esta informação aos seus amigos? Podem todos contribuir com o seu donativo, para que eu fique quieto, em nome dos falcões peregrinos, por exemplo, que correm o risco de serem salvos pelos ecologistas e de se tornarem uma praga na Península Ibérica. Como as gaivotas e os pombos. Também aceito donativos pela causa dos pombos e das gaivotas.

PS- Espero ardentemente que o meu amigo Arlindo do Rego não venha ler este post. Caso contrário, vou passar dias a ouvi-lo citar o Eclesiastes.

patricia m. disse...

Funes, uma das coisas em comum com o Arlindo do Rego é a paixão pelo Eclesiastes... :-)

P.S.: pombo não merece salvação!

Blogildo disse...

É um bando de fariseus! É quase como se gritassem: - Vejam como sou bacana! Corro pela paz!
Ridículo!