Férias no Nordeste
Já que o papo recente tem sido o Nordeste, relato minhas únicas férias passadas na região.
Estávamos trabalhando já há quase 2 anos sem férias. Claro, você começa a trabalhar e só tem direito a férias depois de 12 meses de trabalho - coisa da estapafúrdia legislação trabalhista brasileira, criada pelo odioso ditador Getúlio Vargas e mantida pelas mais odiosas ainda centrais sindicais brasileiras. Aqui e nos Estados Unidos, eu posso tirar férias depois de 1 dia de trabalho - ninguém em sã consciência vai fazer isso, mas há a flexibilidade necessária exigida pelo moderno mercado de trabalho.
E claro que em banco você não tira férias antes de 1 ano e 11 meses, exatamente quando elas estão vencendo. Pois as nossas estavam vencendo, e teríamos de tirá-las. Resolvemos ir ao Nordeste, e escolhemos Maceió como destino.
Mr. X tirou uma semana antes de mim e acabou passando com a família em Campinas; a segunda semana dele e primeira minha fomos a Maceió. Ele voltou a Sampa e eu peguei a segunda semana na casa da minha irmã na Bahia - sim, eu tenho uma irmã que mora na Bahia. Mas isso não é papo para agora.
Era novembro. Não havia muitos turistas, ainda não era época de temporada. Ficamos uns 5 dias em Maceió; em um dia fizemos uma day trip para o sul de Alagoas, em outro dia fizemos outra day trip para o norte.
As praias são bonitas sim, no visual. Mas são sujas, extremamente sujas. Fiquei impressionada com a sujeira. Minha última lembrança de praia era a Santa e Bela Catarina, e mais o litoral norte paulista. Lindíssimas praias e de areias limpas. As areias da praia de Maceió estavam atulhadas de sujeira, jogadas pelos próprios alagoanos. Não havia lixeiras espalhadas, como se vê em Santa Catarina. Famílias inteiras levavam frango frito e farofa para a praia e lá deixavam os restos de sua refestelança. Deplorável, deprimente.
Vocês não conhecem o Mr. X. À primeira vista, ninguém acha que ele é brasileiro. A pele é cor de leite, os olhos são azuis, e o cabelo que resta é arruivado, assim como a barba. Aliás, o apelido dele para os meus amigos de trabalho é Barba Ruiva, ou mais simplesmente Barba. Vou parar de apelidá-lo de Mr. X e passar a chamá-lo de Barba daqui para a frente nesse blog.
Pois não conseguíamos ficar em paz, eu e o Barba na praia. De 10 em 10 minutos aparecia do nada uma dupla de repentistas para acabar com a nossa tranquilidade. Com certeza achavam que o Barba era gringo, e esperavam acertar a mega sena com a gente. A primeira dupla que apareceu achamos interessante, tipo "estou de férias e deixe-me apreciar as tradições locais". Demos dinheiro para os caras. A segunda já foi meio a contragosto, mas ficamos sem graça e acabamos pagando também pelo concerto indesejado. A terceira nem olhamos mais, e nem abrimos mais a boca. Querem tocar, que toquem. E ponto final.
De resto, comemos uma das melhores lagostas da nossa vida em um restaurante simpatissíssimo (e chique) na orla de Maceió. Não pagamos muito pela lagosta, comparando com São Paulo tudo era extremamente barato. Ríamos a mais não poder. A cerveja gelada na praia então era dada. Não sei se isso aconteceu porque estávamos fora de temporada. Já vi em vários programas que (como em todos os lugares de veraneio do mundo) os turistas costumam ser explorados.
Uma boa coisa que aconteceu em Maceió foi que me senti quase uma Gisele Bündchen. Como disse, era fora de temporada, e quase não havia turistas. Digamos que eu me sobressaía no meio da população local. Já não posso afirmar o mesmo em relação ao veraneio no sul, você acaba se sentindo mal no meio de tantas beldades desfilando na praia. Já o Rio de Janeiro é o local mais equilibrado de todos que já fui: há feios e bonitos em todos os centímetros quadrados de praia, gordos e magros, sarados e relaxados, bronzeados de sol e bronzeados de escritório.
Ainda pensamos em voltar para o Nordeste, quando o real estiver mais desvalorizado, claro. Hoje em dia sai mais barato ir para o Caribe, e há uma infra bem melhor por lá. De qualquer forma, quando voltarmos será para os resorts. Chega de frango frito na praia.
5 comentários:
Não conheci Maceió, mas garanto que em Natal a situação de limpeza das praias é bem melhor, e a cidade é acolhedora (e limpa também), em termos de infra estrutura, igual às praias catarinenses que eu conheço bem por serem aqui pertinho.
O problema de Natal é que você passeia pelas praias e vê imagens nojentas de velhos europeus caquéticos, avermelhados do sol acompanhados de menininhas de 14, 17 anos... é algo que causa engulhos em pessoas com o mínimo de bom senso.
Resort no Nordeste? Tô fora! Prefiro minha linda e pacata Aruba, com suas praias de areia branquíssias e águas transparentes, culinária espetacular e globalizada e sua gente hospitaleira! :-)
Fabio, deve dar engulho mesmo... Nao sei como se prestam a isso, as meninas.
Claudio, eh que vao me acusar de racista anti-nordeste, hahaha. Nordeste eh legal, nordeste eh tudo de bão. Hehe. ;-)
Tudo de bão pros alemão. Hahahaha. Rimou.
O austríaco Fritz deve ter dado uma passadinha pelo Nordeste, depois da Tailandia.
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