terça-feira, 20 de maio de 2008

Eu Heim

Quero checar se é verdade, se não for me corrijam na caixa de comentários. Fiquei sabendo que se pode comprar carro no Brasil em até 80 parcelas mensais!!!

Juro que não acreditei. Oitenta? Mensais? Isso dá quanto mesmo, peraí, é mais de 5 anos!

A taxa é fixa ou variável?

Vem cá, e o banco pega o quê como garantia? O próprio veículo? Depois de 5 anos quanto vale um carro? Quase nada hoje em dia, com esse crédito tão farto e todo mundo podendo comprar carro novo. E o que o banco vai fazer se você não pagar? Montar uma concessionária de carro velho?

Eu não colocaria meu dinheiro nessa atividade, a não ser se cobrasse o dobro dos juros praticados.

E depois ainda tenho que ouvir o Mulla falar para o Jorge Bush resolver a crise imobiliária nos Estados Unidos, quando ele não vê a tempestade se aproximando no próprio quintal. Ha-ha-ha.

A maioria dos meus leitores é mais velha do que eu, então meus queridos, vamos lembrar aquela época farta de lançamento do Plano Real, todo mundo fazendo financiamento de veículos atrelado em quê? em quê? ao dólar! E aí veio a crise de 98, o Banco Central flexibilizou o câmbio, e o que aconteceu? o que aconteceu? Neguinho a torto e a direito dando o calote no empréstimo. Se não me engano, o leasing atrelado a moeda estrangeira foi até considerado ilegal - a posteriori, claro. Antes da crise acontecer era tudo legal.

E já há a previsão de as taxas de juros aumentarem mais 2% até o final do ano. A recessão vai bater a porta, só não ver quem não quer. E vai ter neguinho chorando as pitangas devolvendo carro, televisão e geladeira, e, claro, casa também.

E a culpa, obviamente, será sempre dos bancos e dos economistas, nunca da população que se endivida sempre mais do que pode para consumir (se pelo menos investissem em atividade produtiva, ainda ia).

P.S.: me contem também sobre financiamento de computador. Li que o Brasil é o terceiro colocado no mundo em venda de computadores para a classe média e média baixa. A Dell e a HP estão rindo a toa. Imagino que também se possa financiar um computador em até 80 parcelas mensais? Só pode ser piada, claro.

11 comentários:

Cláudio disse...

Patrícia, no Brasil as lojas de varejo se converteram em verdadeiras financeiras disfarçadas. No preço do produto está embutida uma boa taxa de juros. Aí o vendedor vem com aquele "Ah, mas parcela em N vezes". Como o brasileiro de classe média é consumista como só ele, não verifica se o preço final vale ou não. Ele apenas checa se o valor da parcela cabe no seu orçamento. Às vezes nem isso...

António Conceição disse...

Estou absolutamente revoltado. Fiz aqui um comentário genial, a defender o crédito a 300 anos (3600 prestações mensais) e, no final, apareceu-me uma mensagem de erro.
Isto é de certeza uma conspiração calvinista contra este pobre agnóstico católico da Europa do Sul.

Blogildo disse...

É verdade, Patrícia. As prestações de um carro popular pode ser de aproximadamente 300 reais.O pobretada toda está comprando automóvel!
Computadores você compra em até 24 vezes!
É o espetáculo do crescimento! Hehehe!

Blogildo disse...

Ah! O rei de Banânia já está dizendo que a culpa da inflação (que já está fugindo do controle e para piorar o Henrique Meirelles disse que cairá fora do BC até setembro) é de quem compra e vende. Legal!
A culpa nunca é do governo. Afinal, para o sujeito o governo não deve comprar nada. É a vaca marchando para o brejo!

Frodo Balseiro disse...

É verdade Patrícia. Aqui no Bananão pode-se financiar um veículo em até 80 meses, embora o mais comum sejam 36 ou 48.
A garantia é o próprio veículo que fica alienado para o banco ou financeira que fez o financiamento.
Os prazos imensos para a compra de veículos é a razão da explosão de venda todas as marcas. Já se fala em ampliar a capacidade da indústria para 4 milhões de veículos p/ano, o que é uma evidente imbecilidade.
A venda de veículos aqui obedece ciclos. O primeiro, pós plano real, na segunda metade dos anos 90, envolveu a substituição das "carroças" que tínhamos até então. Essa segunda leva, em razão da imensa quantidade de crédito, e prazos generosos, envolve uma nova leva de substituição de veículos.
Nada leva a crer que há um aumento efectivo do mercado, pois o crescimento de renda é ínfimo, aplicado sobre uma base miserável.
Ou seja, é uma festa do caqui temporária, que vai deixar muita gente pelo caminho. Tanto consumidores inadimplentes, quanto montadoras que não tiverem a visão correta do que está ocorrendo. Uma bolha de consumo!
abs

Vinicius disse...

Lady, para satisfazer a sua curiosidade eu telefonei para uma loja da GE Money. Segue o valor da prestação para financiamento de automóvel em 60 meses.

http://www.gemoney.com.br/pt/para_voce/financiamentos/automoveis.html

20 mil Reais, prestação = 526.79 Reais
25 mil Reais, prestação = 656.54 Reais

Resulta em taxa de juros igual a 0.77% ao mes. Voce deseja encomendar quantos?

Vinicius disse...

Lady, aqui vai outra pechincha: Empéstimo Super Simples Santander.

http://www.santander.com.br/portal/gsb/gcm/package/emprestimos/SuperSimples_35268.zip/santander.html

* Clicar em Vantagems: Taxas de juros competitivas e 50 meses para pagar.

* Clicar em texto legal: O custo efetivo total para simulação de 1000, 5000, 10000 e 20000 é respectivamente 59% ao ano, 59.95% ao ano, 60.11% ao ano e 60.19% ao ano.

weiss disse...

aqui o pessoal só quer saber o valor da prestação mensal, o numero de parcelas não interessa, mesmo porque multiplicar qualquer número por 60, 70 ou 80 parcelas é muito difícil...
se quiser comprar um Astra por U$ 13.000,00 vá no meu blog e veja como é facil...Uma questão de tempo!

patricia m. disse...

Vou falar um negocio proces, mas nao contem pra ninguem.

Todas essas bolhas consumistas que estao explodindo no momento funcionam da mesma forma que a velha piramide, sabe como. Os primeiros que entram se dao bem, os ultimos so se ferram. Nesse caso, os primeiros bancos que montaram operacoes de empacotamento de credito imobiliario nos Estados Unidos se deram muito bem (isso significa, ganharam muito dinheiro por um bom tempo); outros, como a Merrill Lynch, que montou uma dessas no final de 2006, so entrou pelo cano.

Quem comecou com o credito ao consumidor brasileiro ha muito tempo (montando suas financeiras, como o Itau e outros), ate explodir vai fazer dinheiro; depois perde um pouco, mas faz parte do jogo. Os que estao entrando agora, ah esses vao perder.

patricia m. disse...

Funes, eu me mato de rir com voce. Mas calvinista nao sou, viu, me coloca ai como luterana entao. Sempre gostei mais dos alemaes.

Protestante de coracao, porque de verdade ainda sou catolica, haha.

Paulo C. Barreto disse...

Três pontos que o vendedor do Ponto Frio nunca vai explicar:

1) Computador é um investimento como qualquer outro: tem que se pagar. E preço de computador só despenca; o retorno sobre o investimento tem que vir muito rápido.

2) O "eu só preciso de um micrinho básico para escrever uns textinhos" *nunca* deu qualquer resultado positivo no mundo real da informática. Não é agora que passará a dar.

3) Comprador de informática *nunca* perdeu por esperar. Quem puder segurar a bufunfa (mantido, é claro, o valor da bufunfa) sempre poderá comprar uma máquina bem melhor lá na frente.

Resultado: um bando de oportunistas monta equipamentos de terceira a preços de primeira para o consumo de um bando de palermas que não sabem nem quanto as máquinas custam (quem tem uma calculadora financeira aí sobrando?) muito menos quanto elas valem.