quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Outro Ponto

Gostaria de colocar aqui que realmente a nossa educação - pelo menos a que recebi no Brasil - é totalmente falha. Abro um parênteses - estudei nos melhores colégios particulares de Belo Horizonte, é problema de currículo mesmo. O mundo, como o articulista bem diz, para a gente significa a Europa Ocidental e as Américas (para os primos lá do Norte nem toda a América, hehe).

Eu lembro que na escola passamos muito rapidamente pela Antiguidade Greco-Romana, depois veio um pouquinho de Idade Média (no que diz respeito a Portugal e Espanha, e alguma coisa da Holanda - afinal os judeus foram expulsos para a Holanda e não foram os holandeses que fundaram as Companhias das Índias Ocidentais? Ah, eles invadiram o Brasil depois, importante lembrar esse fato) e daí veio o que realmente interessava, o século XV e as Grandes Navegações, o posterior descobrimento do Brasil e aí damos adeus a quase tudo e só estudamos a história nacional. Ok, estudamos a Revolução Francesa. Mal e mal as duas Grandes Guerras. Vietnam, heim?

O Oriente para a gente nunca existiu, pelo menos não nos livros. Eu me lembro que sempre me interessei pelo Oriente porque muito cedo li Marco Polo e me apaixonei por ele, adorei o poder dos mongóis, Kublai Khan e sua corte. Oriente Médio foi somente via As Mil e Uma Noites e o que Scheherazade decide nos contar ou não. Da Índia me lembro do Vasco da Gama chegando a Calicute - e Vasco da Gama sempre foi meu navegador predileto, porque tive de apresentar uma pesquisa sobre ele quando tinha 9 anos. Ah, claro que da Índia também tive conhecimento via O Livro da Jângal e Kim de Kipling. Sobre a China li alguma coisa em Pearl Buck. Australia nunca existiu, Japão também não - esse último entra muito disfarçadamente como um dos países do Eixo na Segunda Guerra mas a gente só se interessava pela Europa, então há um canto de página que diz que o Japão foi importante porque trouxe finalmente os Estados Unidos à guerra e sem eles a Europa estava perdida - os nazis já estavam quase na Inglaterra. O teatro da Segunda Guerra no Pacífico - que depois vim a estudar com grande interesse quando li o American Caesar por William Manchester sobre a vida de Douglas Macarthur - foi até mais interessante que o teatro europeu - esse sim, objeto de centenas de filmes, livros, análises, etc. Por último, as Filipinas. As Filipinas entram no American Caesar também - antes de lê-lo eu só sabia que os malditos filipinos haviam assassinado o grande Fernão de Magalhães - aquele, do Estreito - que estava quase conseguindo completar a viagem de circunavegação mas que por causa daqueles bárbaros não conseguiu.

E a África? A África só serviu para nos manter abastecidos de escravos. Mas a África não conta até hoje...

3 comentários:

Blogildo disse...

Aí que você se engana, my dear friend! Para você ver como o país tá afundando, agora existe história da África no ensino médio. E quem faz faculdade de história (aqui só pode ser com minúscula mesmo) tem de estudar história da África.
Agora eu pergunto: Pra quê?

patricia m. disse...

Blogs: Na dinastia de Zulu 1, o Grande, em XX DC, os tribais da Tribo de Zulu sairam da pre Historia 1 e foram para a pre Historia 2. Ao menos ao inves de viver da caça e da coleta passaram a criar animais. Até o mommento, ainda não aprenderam a Agricultura.

Vinicius disse...

A política do Aparthaid provocou grandes escândalos, mas na época e ainda hoje quase ninguém sabe que existe escravidão LEGAL na Africa. Parecem que ninguém se importar quando negro ecraviza negro.

http://en.wikipedia.org/wiki/Slavery_in_modern_Africa