Atlas Shrugged - II
Algumas idéias de Rand são interessantes. Posso até dizer que já praticava certas idéias que ela prega muito antes de vir a conhecê-la. Por exemplo, não pratico a caridade. Nunca dei esmola na rua, nunca contribuí com instituições de caridade, e me orgulho disso. O máximo que fiz foi dar roupas usadas para a minha mãe se desfazer delas por mim - nunca gostei de doações de qualquer tipo.
Ao ver um mendigo na rua, nunca mas nunca mesmo me passou pela cabeça nenhum sentimento de culpa, e nunca tive ímpetos de dar dinheiro a qualquer pessoa que fosse. Sempre penso que o sujeito que ali está pedindo está apto ao trabalho, e se não trabalha é porque não quer, é porque prefere ficar pedindo. A mendicância é um vício dos piores. E mais, por menor que seja o valor todo e qualquer dinheiro significa o fruto do meu trabalho, do suor do meu rosto, das minhas horas gastas diariamente, e portanto deve ser gasto por mim e para mim, e não para sustentar vagabundos desconhecidos.
Outra idéia muito interessante é o sentimento de culpa, esse mais presente na sociedade atual impossível. Hoje eu sou culpada pela escravidão dos africanos, pelos índios dizimados, pela fome no Chifre da África, pela mudança climática, pela miséria do sudeste asiático, pela morte da barreira de coral australiano, por tudo! É incrível como tentam te impingir toda e qualquer culpa! E é incrível como montes e montes de pessoas convivem com essa culpa diariamente.
Eu não. Não sinto a menor pena dos pobres, o menor remorso pela morte do coral, o menor problema em não reciclar lixo, por exemplo. Não reciclo mesmo. Não quero, não faço. Pego todo o lixo que deveria ser reciclável e jogo na lixeira pública da rua. É. Em teoria eu deveria lavar todos os recipientes com água corrente e armazená-los (em casa ou na frente de casa) por 2 semanas - período que demora para passar o caminhão de lixo reciclável. Imagina, lavar lixo e guardar lixo em casa por 2 semanas! E eu que já pago impostos o suficiente para esses imbecis que nos governam recolherem meu lixo diariamente! Pois, pois, vai parar lá na lixeira pública, eles que recebem meu dinheiro e que prezam pela reciclagem que se virem com isso, é problema tão somente deles.
Faltam 100 páginas para acabar o livro. Passei da parte já em que há o maior choque com a cultura cristã. Eu nunca concordei mesmo com o fato de ter de oferecer a outra face. Mas essa discussão fica para outra ocasião.
4 comentários:
“nunca contribuí com instituições de caridade”
Não é verdade. Você sustenta/ou o SUS, o SUSamericano, o SUSinglês, o seguro-desemprego, os subsídios para a reciclagem do lixo domiciliar de quem recicla, os golfinhos da costa-que-pariu, a proteção à borboleta listrada-azul-xadrez da floresta de Sherwood, o albergue municipal, etc.etc.
Apenas ninguém quis saber a sua opinião a respeito. Tem que pagar, de qualquer jeito, ou então cadeia.
Joao, se voce esta chamando o governo de instituicao de caridade... Hehehehe. O governo me assalta e eu sou obrigada a pagar, inclusive para sustentar a potranca da rainha. Eh o preco que a gente te de pagar para viver em sociedade, digamos assim.
Agora, o resto... que va trabalhar.
Patrícia, dia desses me convidaram para participar de uma dessas "organizações" "não governamentais"(hehehe) para "pensar" a questão da sustentabilidade e o desenvolvimento.
Claro que não aceitei!
Já temos vagabundos demais fazendo isso!
Inclusive, nossa classe política que é regiamente paga para fazer o serviço, e só faz se locupletar.
hoje parei para pensar no bicho homem. Vi um artigo sobre um menino-lobo (criado por animais) que rosna, morde a anda de quatro.
Dai penso cade nossa 'inteligencia superior'?? nao somos os macacos mais espertos da arca de Darwin?? Dai minha mae disse: 'mas a cultura é algo que tem que ser passada minha filha...' Entao somos produto de um macaquito espertinho que ensinou os demais a como se comportar/pensar? E estamos neste ciclo ate hoje?? Se o mundo acabar, e sobrar apenas bebes voltamos a idade da pedra?? Ave!
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