Celeuma Para Gordos
A Anvisa acabou de proibir alguns medicamentos inibidores do apetite e ha o maior bafafa' no Brasil por causa disso. Gente dando opiniao a torto e a direito SEM AO MENOS pesquisar sobre os ditos medicamentos.
Vamos la, sao 4 no total: foram proibidos o FENPROPOREX, a DIETILPROPIONA e o MAZINDOL. A SIBUTRAMINA continua no mercado mas sob severa vigilancia. So para comecar a discussao, digitei no google o nome de todos os medicamentos, em ingles - sao bastante parecidos com o portugues ja que os nomes acima sao os nomes cientificos e nao brand names. O FEMPROPOREX por exemplo NUNCA foi aprovado pelo rigidissimo severissimo FDA americano. No entanto, estava la na mesinha de cabeceira dos gordos brasileiros. Eu nem discuto medicamento que nao passou pelo crivo do FDA. Aqui nos Estados Unidos o FDA tem o maior trabalho em banir as chamadas "Brazilian Diet Pills" que contem esse quimico.
Os outros dois sao comercializados aqui. Ja a SIBUTRAMINA foi aprovada inicialmente pelo FDA e depois de mais estudos foi retirada do mercado, nao apenas aqui mas na UE tambem. O risco de ataques cardiacos eh aumentado quando se toma esse produto. Achei acertada a decisao da ANVISA de manter o medicamento mas fazendo o paciente assinar embaixo.
O problema desses remedios, assim como da cirurgia de emagrecimento, eh que os gordos os tomam achando que vao emagrecer e que podem continuar deglutindo as toneladas de alimentos que comem todos os dias e tudo estara bem. Voces virao o Joao Gordo? Continua gordo, mesmo depois de cirurgia de reducao de estomago. O problema do gordo eh que a comida para ele eh uma droga. Gordo eh viciado em comida. Ou seja, pela enesima vez, se nao houver uma tremenda reeducacao alimentar o gordo vai continuar gordo mesmo se tomar todas as pilulas do mundo e mesmo se fizer cirurgia de reducao do estomago.
Em relacao à celeuma provocada pela proibicao, nao sei se isso se deve realmente à tal patrulha ideologica como alguns articulistas vem comentando. Como relatei, 2 medicamentos sao proibidos no mundo desenvolvido. Estao comparando a proibicao desses medicamentos à proibicao do cigarro e por ai vai. Sinceramente, acho um baita exagero.
4 comentários:
Lady,
Como voce, também estive enganado sobre a seriedade da medicina, incluindo FDA, nos EUA. A maioria dos remédios é proibida, não por uma questão de saúde pública como voce imagina, mas por uma questão de CONTROLE do mercado pela classe médica. Os médicos juntamente com o sistema de seguro médico é uma verdadeira máfia. O sistema funciona da seguinte maneira: Os médicos e hospitais cobram qualquer absurdo e o sistema de seguro paga sem questionar basicamente porque a cobrança nem passa pelas mão do paciente. Isso significa que os custos são sempre crescentes, já que é vantajoso para os envolvidos. O controle do mercado é tamanho que cada seguradora tem seu feudo. Por exemplo, uma seguradora de um estado não pode oferecer seguro para pessoas em outro estado. Outro exemplo, voce pode precisar de algum remédio que exija receita e vai ter que pagar nova consulta médica para uma nova dose, mesmo que no tratamento inicial estejam previstos várias doses. O melhor é ter um seguro no Brasil para qualquer ocorrência séria e um seguro nos EUA para as emergências. Um ponto sobre o seu seguro: Se voce precisar de um "referral" para consultar um especialista (qualquer médico que não seja clínico geral), pode jogá-lo no lixo.
Vini, pensei em pagar um seguro no Brasil *just in case*, mas ainda nao fiz isso nao. Estou so com o meu daqui mesmo.
Nao, eu nao preciso de referral para consultar especialista. Nem passo pelo clinico geral. E ja vi casos de receitas em que, se voce toma o medicamento constantemente, o medico pode te receitar com refill e dai voce nao precisa voltar la. Eh logico que vai ter que voltar para acompanhamento ne, mas nao apenas para pegar outra receita.
Estou achando todo o sistema de saude aqui 10x mais complicado que o brasileiro privado. Eh muito co-pay, deductibles e o kct a 4. Se bem que no Brasil, com os medicos conveniados fazendo greve, nao sei se nao irao rever esse modelo e copiar o americano... Acho que o modelo brasileiro nao se sustenta por muito mais tempo nao.
Lady,
O deductible é uma franquia e o co-pay é voce quem paga ou voce pode fazer um outro seguro para pagar o co-pay. Geralmente, o co-pay é da ordem de 20% do total da conta. Aliás, a conta é um problema a parte. A ineficiência é tão grande, que leva alguns meses (é isso mesmo, meses!) para voce receber todas as contas de um tratamento médico. Um outro detalhe importante é o pré-existing condition. Por exemplo, eu tenho pedra-no-rim de maneira recorrente, nada grave, mas recorrente. Pois bem, o seguro nos EUA só pagou as despesas da primeira vez que tive o problema. Na segunda vez recusou-se a pagar pois era um condição pré-existente. Voce deve ter notado que tem médico que não aceita novos pacientes. Levei um tempo para entender o motivo disso que é o seguinte: A empresa de seguro, associada ao médico, estabelece um orçamento máximo que o médico pode gastar com seus pacientes. O médico reage limitando o número de pacientes. No caso do clínico geral, a situação é ainda mais grave pois quando ele indica o paciente para um especialista (referral), o dinheiro que vai pagar o especialista sai do orçamento dele. O sistema de saude Americano está completamente errado, pois não existe realimentação que atue no sentido de corrigir as distorções. Em termos matemáticos o sistema está divergindo ao invés de convergir.
Vini, o meu co-pay eh 10%. E o deductible para o ano que vem esta aumentando horrivelmente. Ja havia lido elsewhere que os planos de saude iam comer a nossa pele ano que vem.
Eu sei que leva meses. Fiz uns exames no final de agosto, so agora estou pagando a conta e ainda assim estou pagando com cartao de credito, logo ainda terei mais uns 30 dias para pagar. Com inflacao baixa, nao faz muita diferenca. Poderiamos arbitrar a ineficiencia do sistema se a inflacao fosse alta, mas ai aposto que nao teriamos ineficiencias, ne, hehehehehehe.
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