quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Elementar Meu Caro Watson

Eu não sei se aprendi a escrever de forma resumida e suscinta na Faculdade de Engenharia ou se fui fazer Engenharia porque eu era assim. E obviamente ninguém consegue se formar em Engenharia se não tiver o mínimo de raciocínio lógico, então isso eu acho que já tinha mas a Engenharia conseguiu melhorar.

Digo isso porque o pessoal da minha área têm gostado dos e-mails que mando em relação aos nomes que cubro. Eu mudei de área, sou uma credit research analyst e cubro Autos/Autoparts/Real Estate/Insurance no mercado europeu. Gente como BMW, Porsche, Daimler, VW, Fiat, Axa, Prudential, Unibail e por aí vai.

Eles gostam do meu e-mail porque em geral é formado por 3 seções de bullet points:

- Como era / O que foi dito, feito: em geral coloco um resumo da situação
- Consequências para o futuro/para o portfolio
- Minhas recomendações

É claro, não é? É muito claro, tem uma ordem lógica, faz sentido. Vai pedir para um advogado escrever dessa forma. Eles escrevem em círculos, é terrível. Me lembra quando eu trabalhava no Citi em São Paulo como gerente de produto de empréstimos e eu mesma fazia o draft dos contratos dos meus produtos (com base em outros contratos obviamente para "pegar" a linguagem técnica de advogado) e só então passava para o advogado olhar. Ele batia o olho, consertava uma ou outra palavra e metia o chamegão. Se eu pedisse para o querido fazer aquilo iria 1) demorar mais tempo, e 2) vir em círculos.

É claro que tem um trade-off: eu nunca consegueria escrever um romance... Já um advogado consegue enrolar por umas boas quinhentas páginas para contar uma estória. Que talvez poderia ser resumida em cinco.

Um comentário:

Vinicius disse...

Occam's razor

Occam's razor (sometimes spelled Ockham's razor) is a principle attributed to the 14th-century English logician and Franciscan friar William of Ockham. The principle states that the explanation of any phenomenon should make as few assumptions as possible, eliminating those that make no difference in the observable predictions of the explanatory hypothesis or theory. The principle is often expressed in Latin as the lex parsimoniae ("law of parsimony" or "law of succinctness"): "entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem", or "entities should not be multiplied beyond necessity".