quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Gay Rights

Ontem foi a segunda vez que fui abordada nas ruas de Nova Iorque para um abaixo assinado a favor dos "direitos dos gays". Eu queria parar e perguntar: mas que direitos? Voces ja nao conseguiram tudo o que queriam? Podem casar no civil, deixar heranca, colocar o companheiro no plano de saude da empresa, adotar criancas, ate mesmo ter filhos com a ajuda de IVF... O que mais voces querem? Se for mais do que isso que esta ai citado, eu como hetero tambem nao tenho esse "direito", logo do que mesmo estamos falando?

Ate parece que as bichas sorridentes moram no Iran...

Da proxima vez vou parar e me informar sobre os tais dos direitos que eles reclamam. So falta ser casar de veu e grinalda em uma igreja catolica, tsk tsk tsk.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Os Pedintes de New York Pos Crise

Ontem dei uma volta grande pela cidade. Como eu nao estou morando propriamente na ilha, e como tenho que atravessar o mighty Hudson para chegar la, quando tenho a chance de ir passo um bom tempo caminhando pela cidade e observando tanto o beautiful people quanto o ugly people tambem. A cidade para mim resume-se a Manhattan. O resto eh quase tao estrangeiro a New York quanto a parte de JC onde moro.

Ha mais pedintes nas ruas de New York depois da crise, pude observar. Faz sentido, obviamente, a economia vai mal, as pessoas nao tem dinheiro e algumas nao tem vergonha na cara e saem a pedir por ai. Passei por um mendigo que fedia tanto quanto um outro que uma vez me bateu na Avenida Paulista em Sao Paulo. Aqueles que voce tem que prender a respiracao quando vai passar por ele, senao vomita na rua. Depois vi uma mulher jovem, em plena 5a Avenida, sentada no chao com um cartazinho: "I am pregnant and alone". E com a cumbuquinha para receber uns trocados dos que passavam, logico. Eu fiquei encafifada com o cartaz dela. Quase perguntei: o que nós, passantes, temos a ver com o fato de voce estar gravida e sozinha? Tipo, ninguem fica gravida sozinha, my darling, it takes two to make a baby. E depois, por sozinha, voce quer dizer o fato de que nao tem amigos, ou parentes, ou pai e mae, o que quer dizer exatamente sozinha? Ou foi o pai da crianca que te abandonou? Jovem assim, e com cara de saudavel, sera que se pegasse no cabo de uma enxada nao dava para sustentar voce e a crianca nao? Eu nem iria perguntar sobre aborto, mas acho que eh legal no estado de New York. Entao esse "gravida" eh completamente irrelevante para os passantes, assim como o "sozinha" tambem. Ela precisa tomar umas aulas de marketing para aprender a comover, porque com aquele cartaz, ninguem mesmo da dinheiro. Eh claro que nao fiz nenhuma pergunta, vai que apanho...

Na porta do McDonalds que entrei para satisfazer minha compulsao mensal por um Big Mac com fritas vi uma crianca do sexo feminino sentada no chao, pedindo dinheiro tambem. Devia ter por volta de 12, 13 anos, no maximo. Quase perguntei: cade o adulto que te explora? Na horinha pensei, "ela deve ser do leste europeu, deve ser cigana, os ciganos sempre fazem isso". Ai de repente me lembrei que nao estava mais em Londres, mas nos Estados Unidos e aqui gracas a Deus nao temos a praga dos ciganos. Essa crianca obviamente deveria estar na escola, estudando e sendo alimentada pelo governo como todas as outras.

O bom dos pedintes aqui na America eh que eles nao gritam, nao choram, nem mesmo estendem a mao em sua direcao. Acho que eles tem vergonha disso. Eles sentam no chao e poe a cumbuquinha, vez ou outra fazem um cartazinho (sao letrados, obvio) e eh isso, eles esperam pacientemente pela generosidade dos passantes. Da proxima vez que for à cidade vou ficar uma meia hora do lado de um desses para ver se o pessoal esta generoso ou nao. Com a crise, eu acho que estao menos generosos - dinheiro falta para todo mundo. Eu detesto pedintes latinos (brasileiros ou europeus), principalmente aquelas velhas desgrenhadas de porta de igreja e as ciganas, que ficam te pegando, te agarrando, chorando "pelamordedeus, por caridade uma moedinha" e por ai vai. Eh literalmente constrangedor o comportamento desses pedintes.

Deveria haver uma etica de pedintes. Uma etica anglo-saxonica ainda por cima.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mudanças - Uma Narrativa

Até o momento fizemos praticamente 3 mudanças intercontinentais. Uma dos Estados Unidos para a Inglaterra, outra da Inglaterra para o Brasil, e finalmente a última do Brasil para os Estados Unidos. Fechamos o ciclo.

Nas duas vezes em que tivemos "Brasil" no meio foi uma dor de cabeça. Ou seja, a mudança mais tranquila de todas foi entre Estados Unidos e Inglaterra. Foram altamente eficientes: gastaram no máximo umas 4 horas empacotando as coisas e a mudança gastou 30 dias para chegar (entre desembaraço no porto de origem, trajeto de navio e desembaraço no porto de chegada). Nada foi quebrado, nada.

Na perna envolvendo um país desenvolvido (Inglaterra) e a porcaria do Brasil, a ponta de origem foi ok. Também gastaram as mesmas quase 4 horas empacotando as coisas e o desembaraço no porto de origem foi rápido. O trajeto de navio também foi rápido. O problema, como não poderia deixar de ser, foi no porto de chegada. Foram 30 dias para desembaraçar o conteiner. Um absurdo, lógico. Mas todo mundo sabe que os portos do Brasil estão entre os piores do mundo.

Antes fossem apenas os portos. Os serviços de mudança do Brasil também estão entre os piores do mundo. Apesar da mudança entre Inglaterra e Brasil ter levado no total 60 dias (30 deles apenas no porto de chegada, se não me engano o porto maldito de Santos), nada também havia sido quebrado. Tudo chegou intacto. Agora vem a horror story da mudança entre Brasil e Estados Unidos.

Bom, a firma que contratamos para fazer a mudança, chamada Transworld, é um lixo - contratamos via AL Express, que é outra porcaria. Levaram 2 (DOIS) dias inteiros empacotando as nossas coisas. Não, meus amigos, não é que nós compramos o mundo depois que saímos da Inglaterra e Estados Unidos - a nossa mudança era praticamente a mesma com exceção de 1 (UMA) cama a mais. Havia empacotadores basicamente analfabetos - um dos velhinhos (velhinho?!? sim!!!) empacotando as nossas coisas basicamente tinha que chamar a menina o tempo todo para escrever na caixa o que ele havia colocado. Ah, e eles faziam horário de almoço, pode? E a lentidão? E o bate-papo? Nossa, vocês não imaginam a irritação que eu fui tendo com esse povo. Além do fato de ter que dormir uma noite no apartamento com as coisas todas empacotadas - nós nem pudemos tomar banho naquele dia, porque as toalhas já haviam ido - e eu achando que os caras iriam gastar apenas um dia (8 horas, mais que o dobro que ingleses e americanos).

Bom, é óbvio que a mudança para cá também gastou 60 dias - sendo que 30 deles apenas para sair do maldito porto de Santos. E quando abro as coisas aqui, surprise surprise - há coisa quebrada, lógico. Tudo bem, talvez devesse esperar que em toda mudança pelo menos um ou outro item seria quebrado, faz parte do negócio. Mas juro que estava mal acostumada com as mudanças que tinha feito até o momento, realizada por embaladores profissionais ingleses e americanos, onde nada, nada mesmo havia sido quebrado.

O que quebrou? Um item sentimental, obviamente, que é bem mais difícil de repor do que se fosse uma coisa de série. Uma fachada de gesso da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Sabará que eu havia ganhado de presente dos meus pais. Só para vocês terem idéia de quão energúmenos são os caras, apesar de estar mal e mal enrolada em papel bolha, colocaram a igreja de GESSO no fundo de uma caixa, com coisas por cima tais como um Ganesh gigantesco de BRONZE. Falta muito neurônio em uma cabeça dessas... Outro ponto a observar: enquanto os americanos e ingleses tinham caixas de todos os tamanhos e tipos, os nossos embaladores tinham apenas caixas padrões - tome como um exemplo uma cadeira giratória de escritório: os americanos e ingleses colocariam a cadeira em uma mega caixa. Os brasileiros praticamente CONSTRUÍRAM uma caixa para embalar a cadeira. E eu te pergunto: qual embalagem é mais eficiente? Não precisa responder, é uma pergunta retórica.

E as caixas que simulam armários, então, onde se é possível pendurar cabides? Bom, de novo a comparação: americanos e ingleses tinham caixas onde a barra que segura os cabides era de metal - na caixa dos brasileiros, a barra era de papelão. Guess what? Chegamos com as roupas que deveriam estar dependuradas todas acumuladas no chão das caixas - e em 2 caixas de ternos, onde eles colocaram coisas demais para economizar caixas, havia buracos inteiros nas caixas - até pensamos que alguém havia roubado algo - pelo menos isso não aconteceu, e no final das contas nada foi danificado nesse sentido.

A minha conclusão é a seguinte: se tiver que se mudar do Brasil, pegue simplesmente a MELHOR transportadora que existe lá, que eu ACHO que é a Granero. Nós tivemos que nos mudar no privado (significando, o banco não pagou essa mudança). Então tentamos fazer um pouco de economia e cotamos umas 3 empresas, entre elas a Granero. Pegamos essa porcaria aí e apesar de que entre mortos e feridos salvaram-se todos, a dor de cabeça foi inacreditável.

Último examplo, só para vocês verem o nível da coisa: o cara da AL Express, que era mais ou menos a agenciadora da Transworld, não lidou honestamente com a gente, no sentido de dizer upfront todas as informações. Nós ingenuamente achávamos, por exemplo, que era difícil desembaraçar em Santos se as coisas estivessem CHEGANDO do exterior, e não PARTINDO para o exterior - claro, as "otoridades" brasileiras nunca vão deixar você trazer trocentas coisas do exterior e sempre querem uma propina para liberar a mudança. A mudança saiu do nosso apartamento em uma sexta-feira às 4 da tarde e o cara disse que iria direto para Santos, e que provavelmente sairia de Santos na semana seguinte. É lógico que ELE sabia que isso era mentira das grossas, mas continuou enrolando a gente até que tomou 30 dias para sair de Santos. Custava gerenciar as expectativas do cliente falando a verdade? Tipo, "olha só meu amigo, sabe como é o porto de Santos - vai levar 30 dias para desembaraçar a mudança, e isso é independente do fato de você fazer a mudança conosco ou com o concorrente". Entenderíamos, lógico, e amaldiçoaríamos o porto de Santos até o último dia de nossas vidas. Mas por que brasileiro acha que vai se safar falando mentira, por que brasileiro tem a mania de enrolar cliente? Amaldiçoamos o cara também até o último dia de nossas vidas e ainda escrevo aqui um depoimento falando o quanto ele e a empresa dele são ruins.

Bom, de novo, se estiver se mudando do Brasil: Transworld não, Alexpress não. Contrate gente decente, mesmo que pague mais caro. E ria na cara do bobalhão que tentar te enganar dizendo que a sua mudança sai em 1 semana do Brasil. Com o estado dos portos brasileiros, isso não acontece de jeito nenhum.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Papel Do Cristão

Tenho lido muito por aí na internet sobre pessoas supostamente cristãs opinando sobre o papel dos cristãos no mundo. Volta e meia você lê que um cristão deve ser "legal" (em inglês, "nice"). Nós temos que ser "nice", na concepção dessa gente, a maior parte esquerdistas vendilhões da Pátria e amigos dos muçulmanos.

O que implica ser "nice" para essa gente? Implica em FAZER VISTA GROSSA E TER OUVIDOS MOUCOS. Isso, para esse pessoal, é ser "nice". E eles ainda têm a audácia de dizer que Jesus Cristo era um "nice guy". Vamos começar pelo episódio dos vendilhões do templo. Será que Jesus Cristo foi "nice" ao expulsar a socos e pontapés os vendilhões do templo? Poxa JC, era só um pessoal tentando ganhar a vida honestamente, será que Você não foi precipitado nesse seu ato "gratuito" de violência?

Depois eles dizem como crianças que são que Jesus amou a todos e que todos nós devemos amar ao próximo, não está nos 10 Mandamentos? Ai, crianças... Amor não significa aceitação total de toda e qualquer situação ou de toda e qualquer pessoa, ou mais, não significa fingir que as coisas não existem e enterrar a cabeça na areia como um avestruz. Se fosse assim Jesus teria amado os fariseus; se fosse assim, Jesus nem teria se incomodado em catequisar e evangelizar os apóstolos, para que, eu os amo do jeito que são, deixa todo mundo fazer o que quiser, poxa, todo mundo é livre para ser o que deseja. Eles confundem amor com liberdade, como toda criança. Eles misturam as coisas. Eles se esquecem que Jesus perdoou a adúltera, mas disse (talvez até com certa severidade, como um bom Pai, vai lá saber): vá e não peques mais. NÃO PEQUES MAIS. Não foi: tudo bem, minha filha, a carne é fraca, né? A gente te entende...

Então na concepção dessa gente um cristão deve calar a boca e aceitar tudo o que vê no mundo, porque afinal de contas somos tolerantes e devemos "amar" a todos. Não, isso está errado! Não é assim. Como disse Paulo, nós devemos lutar o bom combate. Nós devemos sim incomodar o mundo, sair por aí, pregando a Palavra e mostrando sim aos outros o quanto eles estão errados, o quanto uma situação particular é absurda, etc etc. Esse é o verdadeiro papel do cristão no mundo: catequizar, evangelhizar, levar a Palavra, abrir os olhos, a cabeça e o coração das pessoas à Verdade.

For God hath not given us the spirit of fear: but of power, and of love, and of sobriety. 
Preach the word: be instant in season, out of season: reprove, entreat, rebuke in all patience and doctrine. 
For there shall be a time, when they will not endure sound doctrine; but, according to their own desires, they will heap to themselves teachers, having itching ears: 
And will indeed turn away their hearing from the truth, but will be turned unto fables. 
But be thou vigilant, labour in all things, do the work of an evangelist, fulfill thy ministry. Be sober.

(2 Timothy 1:7, 4:2-5)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Zeitgeist: Gaddafi Dead - So What?

Gaddafi Dead — So What?

by Raymond Ibrahim
Pajamas Media
October 22, 2011

What a myopic view the Western media and its array of "experts" have concerning the so-called "Arab Spring" — a myopia that naturally metastasizes among the general public.

Mubarak and Gaddafi: Creators of oppressed societies or products of oppressive societies?

Consider the Libyan crisis. As usual, the focus is entirely on the individual, on the tangible — the now dead Gaddafi — whom all the blame can be heaped upon, while the existentialist elephant in the room, the real mover and shaker, the spirit of the age behind all these uprisings, is never acknowledged.

So another Arab dictator has been eliminated, and the talking heads are abuzz: some, whose knowledge of the world and reality is chronically limited to their own experience, naively cry "democracy!" (even as those who butchered Gaddafi were crying "Allahu Akbar!"); others cautiously include the usual boilerplate caveats in their analyses, which otherwise remain parochial.

Either way, as many interpret events in Libya, they project their own values and notions of right and wrong, good and bad — most notably by portraying the Arab uprisings as positive signs of democracy — thereby demonstrating, yet again, their inability to comprehend Islam's distinct civilization, let alone the Closing of the Muslim Mind.

I am reminded of an especially pertinent observation by philosopher Arthur Schopenhauer:

The discovery of truth is prevented most effectively, not by the false appearance things present and which mislead into error, nor directly by weakness of the reasoning powers, but by preconceived opinion, by prejudice [in this case, by the Western conviction that all people want a secular, liberal democracy], which as a pseudo a priori stands in the path of truth and is then like a contrary wind driving a ship away from land, so that sail and rudder [reality and those who present it] labor in vain.

Indeed, 19th century Germans, such as Hegel, understood that world events, far from being inextricably tied to individual leaders, were products of the Zeitgeist, defined as: "The spirit of the time; the taste and outlook characteristic of a period or generation … the spirit, attitude, or general outlook of a specific time or period … the general atmosphere of a place or situation and the effect that it has on people."

Consider Libya's neighbor, Egypt, as described in the 2009 book Inside Egypt. The author's otherwise prescient argument was that revolution was in the air; however, he too took the narrow view, ignoring the "spirit of the time." My review of the book, written before the Egyptian revolution, is especially applicable today:

Unfortunately, there is a myopic tendency to view nearly every problem in Egypt as a byproduct of Husni Mubarak, Egypt's president since 1981, and in [the author] Bradley's view, the "most corrupt offender of them all." Even things one might have supposed were products of time or chance — from the condition of Egypt's Bedouin, who have led the same desperate lifestyle for centuries, to the radicalization of Muslims, a worldwide phenomenon—are somehow traced back to Mubarak. … Indeed, this is the book's chief problem. Bradley is convinced that, given a chance, through the elimination of Mubarak, Egyptians would create a liberal, egalitarian, and gender-neutral society. … And while he is convinced that Egypt is a byproduct of Mubarak, one is left wondering instead whether Mubarak is a byproduct of Egypt.

In fact, since the Mubarak scapegoat has been ousted, and after Western media and politicians gushed and hailed "democracy," Egypt has seen the worst Islamist inspired violence — especially from the state itself — against its non-Muslim minorities.

The lesson? To understand grand scale events, stop focusing on individuals — whether ousted Arab dictators (Tunisia's ben Ali, Egypt's Mubarak, now Libya's Gaddafi) or slain jihadist leaders (Osama bin Laden and the various no-names the administration boasts of killing) — and start focusing on the forces, the "spirit of the time," in this case, Islam, which creates bin Ladens no less than the tyrannical autocrats who suppress them.

Nor is this approach limited to comprehending the significance of the "Arab Spring." To the many who think that America's problems begin and end with Obama, consider the logic of the following quote, attributed to a Czech newspaper (note: underlines and bold types are mine, Patricia's):

The danger to America is not Barack Obama but a citizenry capable of entrusting an inexperienced man like him with the presidency. It will be far easier to limit and undo the follies of an Obama presidency than to restore the necessary common sense and good judgment to a depraved electorate willing to have such a man for their president. The problem is much deeper and far more serious than Mr. Obama, who is a mere symptom of what ails America. Blaming the prince of the fools should not blind anyone to the vast confederacy of fools that made him their prince. The republic can survive a Barack Obama. It is less likely to survive a multitude of fools such as those who made him their president.

In short, individual leaders do not cause societies to become what they are; rather, these leaders are symptoms — reflections — of their respective societies.

A Neopaganização da Sociedade

Você anda pelas ruas de Jersey City logo antes do Halloween e eh capaz de observar dois tipos de decorações extravagantes nas casas: algumas, como o meu prédio, colocam cubos de feno, abóboras e vasos de flores outonais, talvez para nos lembrar (?) que sim, o verão acabou e o outono está aqui, voilà! Outras colocam lençóis brancos, tules, fantasmas e jack-o'-lanterns nas sacadas e escadas.

Seria apenas exploração comercial das datas comemorativas - nem feriados são? As lojas estão cheias de artigos para Halloween e temas que lembram o outono - que podem ser usados lá para os lados de Thanksgiving, mais ou menos 1 mês depois do Halloween.

Não sei ao certo a resposta, mas eu tenho a vaga impressão de que a sociedade ocidental como um todo tem tentado voltar às origens pagãs. Nem me refiro a esses estúpidos cultos wiccas e coisas do gênero, mas a um certo sentimento genérico de que a natureza eh a mãe ou deusa, tudo o que eh natural eh bom, festas de colheitas e de mudanças de estações e por aí vai. Nem digo que o "culto" eh consciente - acho que se perguntasse em cada uma dessas casas decoradas se eles veneram a natureza ou algum outro poder anímico eles ririam de mim - é lógico que é apenas por brincadeira, é para a diversão das crianças, diriam.

O que tiro como conclusão de tudo isso é o seguinte: os homens precisam dos deuses, e não vice versa. Inclusive o mais ferrenho dos ateus, que cultua o Homem como deus.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Curtas & Grossas

1. Emagreci ja quase 1kg desde que o Barba viajou para o Brasil na sexta-feira a trabalho. Nao, nao eh o amor - eh disciplina.

2. Hoje passando pelo supermercado nao consegui resistir e comprei uma Ryvita. A consciencia pesou depois - poxa, ainda estou consumindo produtos da ilha esquecida por Deus? Inadmissivel fazer negocios com ingleses! Prometo que foi so dessa vez...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Game of Thrones - Livro x Serie HBO

Eu quase sempre leio o livro antes de ver o filme ou a serie na televisao. Dessa vez nao deu. A serie da HBO foi lancada no Brasil se nao me engano em abril, e eu tive que assistir à serie antes de ler o livro. Eu queria comprar o livro, mas porque na Amazon o preco do livro no formato eletronico estava mais caro que o preco no formato fisico, e eu ja nao queria mais comprar livros fisicos, deixei o projeto de lado e fui assistir à serie.

Mas agora que a Amazon lancou o Kindle nas bibliotecas publicas americanas, consegui pegar o livro emprestado em formato eletronico no meu Kindle. Alias, achei o processo todo genial. Downloado (eu downloado, tu downloadas, ele downloada) o livro de graca, tenho 3 semanas para ler, tudo pelo computador, nao preciso passar em lugar nenhum. A unica coisa chata eh que nao posso usar a rede 3G para downloadar o livro, tenho que fazer isso via wi-fi. Mas tudo bem, eh mais chato mas funciona. Ja sou cliente da biblioteca publica de Nova Jersey e agora preciso convencer o Barba a pegar uma carteirinha na biblioteca publica de Nova Iorque, que eh bem maior e tem muito mais titulos disponiveis.

Vamos à comparacao propriamente dita: para variar o livro eh melhor que a serie, mas nao MUITO melhor. A bem da verdade a serie eh bem fiel ao livro, pouquissimas cenas sao alteradas (de forma sutil) e quase nada eh deixado de fora. Uma unica coisa a serie deixa a desejar: a mitologia nao eh bem explicada. Na verdade a mitologia, nesse primeiro livro, ainda deixa um pouco a desejar. Nao sei se o autor vai se estender mais nos outros livros e explicar tim por tim de como esse mundo evoluiu, como os habitantes surgiram, etc etc etc. No momento ha algumas explicacoes, mas nao muitas. E na serie televisa nao ha explicacao alguma.

Entao as pessoas se decepcionam um pouco com a serie, porque acabam achando que eh uma serie de capa-e-espada mas na verdade nao eh, eh fantasia. E em fantasia tudo eh possivel, mas o bom autor tem que explicar a sua mitologia de forma convincente. O melhor de todos, o rei da fantasia, obviamente eh Tolkien. Nao sei se G.R.R. Martin chega ao nivel de Tolkien (eu acho humanamente impossivel bater Tolkien), tenho que conferir. Mas, pelas dicas dadas ate o momento no primeiro livro, estou achando a mitologia de Martin um pouco fraquinha... Os sleep walkers (ou others) nada mais sao do que zumbis, mortos-vivos? Acho meio idiota misturar um genero de ficcao com outro, e acho mais elegantes os autores que criam suas proprias criaturas... Zumbi ja existe ha decadas, nao? Vamos ver como ele se sai com a explicacao de como os zumbis surgiram nesse mundo ficticio - nao eh nesse primeiro livro, ja aviso.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Impostos e Taxas e Tudo Isso Que Abomino

Nao ha sistema tributario justo no mundo, vamos partir dessa premissa. E tambem eu conheco poucos sistemas tributarios no mundo, e alem disso nao sou expert em nenhum deles. Sou usuaria, digamos assim. E vou discutir aqui apenas a tributacao do individuo, nao a tributacao de empresas - que eh infinitamente mais complicada e muito mais distante da minha realidade.

Penso que o sistema que mais se aproximaria do ideal taxaria TODOS os cidadaos de forma proporcional à sua renda. Suponha, por exemplo, uma taxa de 20% sobre os rendimentos. Nao importa se voce ganha $10 mil por ano ou $1 milhao, voce teria que pagar ao governo 20% sobre os ganhos. E ponto final.

Acho esse formato muito mais justo do que o sistema de faixas. Por que um sujeito que ganha menos deve pagar menos percentualmente falando? Nao faz sentido. O governo federal presta a todos os cidadaos o mesmo servico, isso eh, defesal nacional, justica, policiamento, etc. Todos deveriam se sentir responsaveis por pagar esse servico, por menos que ganhem. Eh justamente essa falta de cobranca que aliena os cidadaos que nada pagam. Hoje nos EUA mais de metade da populacao nao paga imposto federal nenhum - net net. Isso significa que alguns cidadaos pobres ate pagam impostos federais, mas recebem mais do que pagam - food stamp e essas porcarias que o governo distribui. Isso obviamente torna esses mesmos cidadaos escravos do governo - sabemos muito bem onde esse tipo de beneficio leva os paises, vide o Brasil - uma turma que so vota em quem lhes da a Bolsa Isso, Bolsa Aquilo.

Alem de pagar uma percentagem fixa do salario, eu tambem simplificaria o codigo ao maximo - para acabar com a corja dos contadores. Poderiamos ate ter algumas deducoes, mas que nao sejam muitas e que sejam simples. Por exemplo, para fortalecer a familia e facilitar a procriacao - coisa que a Europa deveria estar fazendo ha muito tempo, ao inves de importar muculmanos - eu colocaria uma deducao (percentual tambem) para cada filho menor de idade que uma familia tivesse. Sei la, tipo 1% para cada filho. E tambem daria descontos para casais casados que declarassem em conjunto - o impacto economico nao seria grande, mas o psicologico eh enorme. Tipo 1% tambem para cada cada casal casado. Entao, ao inves de pagarem 20% da renda total um casal casado com 2 filhos (a familia media americana) pagaria 17%.

A minha pergunta eh: se eh tao simples assim, por que nenhum pais do mundo nunca pensou dessa forma? Por que em geral os sistemas tributarios sao confusos, cheios de meandros, para nao dizer obscuros?

Falei acima a respeito do imposto sobre a renda, obviamente. Aqui nos EUA, por exemplo, um imposto que nao eh federal mas que eh justo na minha opiniao eh o imposto sobre as vendas (sales tax, ou VAT na Europa): todo mundo que compra o produto X vai pagar Y% nao importa se eh branco, preto ou mulato, se eh pobre ou milionario. Se as vestais comunistas do mundo moderno acham que pobre nao deveria pagar imposto, entao deveriam atacar o VAT - nem as vestais comunistas europeias fazem isso: atacam a aliquota, mas nao o fato de ela ser uma aliquota fixa. Justo, nao? Um produto eh um produto eh um produto como diria Gertrude Stein. Um governo federal eh um governo federal eh um governo federal - deveriamos seguir o mesmo raciocionio.

Por ultimo, o cidadao da minha ditadura virtuosa pagaria impostos sobre investimentos. Resumindo, 3 impostos para o individuo: sobre a fonte de renda, sobre o consumo e sobre investimentos. Esse ultimo, por incrivel que pareca tambem, eh uma aliquota unica para todas as pessoas nao importa a riqueza. O que faz todo sentido na minha opiniao. Entao, dividendos sao taxados a 15%, ganhos de capital a 20%, fundos de investimento a X% e por ai vai. Afinal, se voce eh pobre nao tem investimento - se tem ja deixa de ser um pobre miseravel e eh um pobre que pode pagar ao governo.

Acho o fim da picada por exemplo pagar impostos sobre automoveis e sobre a terra. Quando se compra um automovel, ja se paga um imposto, o de consumo digamos assim. Quando se anda nas estradas, o certo seria pagar pedagio - assim apenas aqueles que usam as estradas pagariam por elas, e nao todo mundo - se voce nao tem carro nao tem porque pagar por estradas. E as ruas de uma cidade que todos usam, mesmo que sejam pedestres? Bom, eh para isso que existe o imposto municipal. Paga-se um percentual fixo sobre a renda tambem e estamos conversados. Isso sustentaria o prefeito, os vereadores, as ruas, os passeios, o corpo de bombeiros, etc. O mesmo vale para o imposto sobre a propriedade. Nao acho justo ter que pagar todo ano, e mais, quem tem propriedades maiores e em melhores lugares ter que pagar mais. Por que? Para a prefeitura recolher o lixo? Mas ela recolhe o lixo de todo mundo, entao nao deveria ser um imposto por faixas como eh hoje.

Eh logico que no meu sistema as pessoas mais ricas acabariam tendo mais dinheiro disponivel e as pessoas mais pobres menos. Mas eu encaro isso como um incentivo para que a populacao pobre trabalhe e ganhe mais do que qualquer outra coisa.

sábado, 15 de outubro de 2011

Espanha, Europa, Crise, Tudo

No final de setembro a BBC colocou no ar uma entrevista com um day trader que foi muito engracada. Basicamente o sujeito nao tinha credenciais para estar no ar (no fim, nem a BBC tem credenciais para fazer programas, oh televisao ruim do diabo, antro de comunistas e islamistas e gente da pior especie), mas de alguma forma deve ter enganado a rede e foi ao ar. Legal mesmo foi ver a cara de espanto dos entrevistadores. O que ele falou de tao louco? Nada demais - apenas coisas que todos nos sabemos - inclusive falou com palavras que todos nos empregamos porque ele nao eh trader coisa nenhuma. Basicamente: a crise na Europa eh um cancer, e melhor matar no inicio do que postergar, porque so vai ficar pior. Quer alegoria melhor do que essa? Depois disse que toda noite ele sonha com a recessao (ele quis dizer que tem pesadelos com a recessao, nao que deseja uma recessao) - e fala a verdade, quem nao tem hoje em dia? Quem garante que amanha estara empregado? Os tempos sao de medo, muito medo mesmo. Se querem ver a entrevista "googlem"(do verbo eu google, tu googlas, ele googla) por "alessio rastani bbc".

Continuando com o assunto do post, que na verdade era para ser a Espanha... Eu achei esse videozinho no YouTube que eh sensacional e que explica para estudantes primarios como se deu a crise na Espanha. Tenho apenas um unico detalhe a acrescentar: quando o bonequinho que leva tomates na cara diz, "por que nao investimos o surplus em R&D", o video nao deixa claro para onde foi todo o dinheiro espanhol. Eh claro que a maior parte era lucro "de papel", mas grande parte do dinheiro de verdade foi gasto no welfare estate espanhol - dinheiro distribuido a rodo pelos socialistas para a populacao - e outra parte obviamente foi roubada pelos governantes em proveito proprio (ha varios e varios casos de corrupcao na exploracao imobiliaria).

Bem, e ai? Ligando um assunto com outro, de que adianta esperar que a Espanha se transforme em uma Grecia? O cancer so vai crescer. Como o traderzinho diz, a comunidade investidora internacional nao esta nem ai se o pacote de recursos funciona ou nao, os investidores querem eh tomar a posicao correta e ter lucros. Ninguem esta ai para fazer caridade para ninguem, essa eh a verdade. E desde que eu estava trabalhando no Banco Alemao e cobrindo instituicoes financeiras e montadoras de auto, as "cajas" espanholas estao literalmente "jodidas" como diz o filmete. Jodidas. Eu nao colocaria nem o dinheiro do meu pior inimigo em uma "caja". Todas elas sem excecao entraram na ciranda imobiliaria e emprestaram dinheiro a fundo perdido para consumidores e construtores e agora nao tem o que fazer para sanear os livros...

E de que adianta os alemaes e franceses jogarem dinheiro bom em cima de dinheiro ruim (throw good money after bad money na expressao em ingles)? De que adianta? Postergar nao eh a resposta certa. Veja os bancos franceses, como ja estao sofrendo. No momento eles estao promovendo uma venda monumental de ativos (a precos baixos, logico - firesale) para sanear os livros. E manter as notas das agencias. Daqui a pouco sera a vez dos bancos alemaes. Alias, eles tambem tem problemas graves - os alemaes tambem tem as "cajas" deles, os "landesbanken".

Sabe no final do dia quem fez a coisa certa? A Islandia. A sorte deles eh que nao estavam atrelados ao euro, entao puderam rapidamente desvalorizar a moeda, conter a saida de recursos do pais e recomecar do zero, literalmente. Era isso que Grecia, Espanha, Irlanda e Portugal e se bobear a Italia tinham que fazer. Recomecar do zero, sem maiores pretensoes de fazerem parte do clube dos ricos. Porque, meu amigo, esse pessoal nunca foi rico... So viveram acima dos meios por algum tempo, e agora estao tendo que pagar a conta salgada da farra.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Steve Jobs Deveria Ser O Garoto-Propaganda...

... de todas as campanhas anti-aborto por ai. Quer melhor garoto-propaganda do que ele? Se naquela epoca o aborto fosse permitido nos EUA - a infame Roe vs Wade eh de 1973 - talvez Steve Jobs nunca tivesse existido...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Thanksgiving - Convite

Alguem vai estar aqui nos EUA no feriado de Thanksgiving? Poderiamos nos reunir em comemoracao. Todos os americanos passam Thanksgiving com as respectivas familias (para eles Thanksgiving eh um feriado de familia, mais importante que o Natal) e o casal brasileiro que eu conheco vai estar com a casa cheia de parente vindo do Brasil, logo... Eh legal passar esse feriado com mais gente. Se alguem quiser passar aqui em NYC, eu me habilito a assar o peru. Ha um quarto de hospedes aqui tambem. E claro que eu e o Barba podemos voar para outras cidades se for o caso.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Celeuma Para Gordos - II

O debate continua. Porque a Anvisa esta "infestada" de politicamente corretos que supostamente querem que os gordos emagrecam a base de alface - segundo o RA, e na verdade a maneira correta com rarissimas excecoes segundo a minha humilde opiniao - todo e qualquer medicamento que eles proibirem, por mais atrasado que seja, sera um verdadeiro deus-nos-acuda contra as liberdades individuais segundo os crentes.

Tem nego ate reclamando que a Anvisa agora exige receita para comprar antibiotico. Na cabeca desses imbecis eh um absurdo, bom mesmo era ha tempos atras quando se podia comprar todo e qualquer remedio, inclusive tarja preta, apenas batendo um papinho com o atendente de farmacia - que nem farmaceutico era. Automedicacao eh bom, receita eh ruim para os bobalhoes. Que mal faz um antibiotico, nao eh mesmo? Para que pagar ao medico apenas para pegar uma receitinha de antibiotico? Nao, o energumeno nunca leu sobre os superbugs, nunca leu que a penicilina la do comeco nao consegue mais matar bacteria de hoje, e por ai vai. Porque ele e uns outros irresponsaveis tomam antibiotico para qualquer gargantinha inflamada e acham que os organismos vivos sao imutaveis, simples assim.

Voltando aos gordos e às proibicoes. Nego se esquece que a classe medica brasileira tambem esta terrivelmente ligada aos laboratorios. Todos os medicos que eu fui no Brasil *sem excecao* vao a congressos internacionais pelo menos 2 vezes ao ano, pagos por quem? Por quem? Pelos laboratorios, claro. E ainda levam a familia junto. Eh claro que nao chega a ser tao mafioso quanto nos Estados Unidos, mas meu, eles andam de bracos dados tambem. E a pergunta que nao quer calar: por que os orgaos da classe medica brasileira condenaram a Anvisa, sendo que em outros paises ha pesquisas e pesquisas por exemplo relatando o mal de alguns remedios que foram banidos? O Brasil faz pesquisa? Ah, conta outra piada, vai. O Brasil nao eh nem nunca foi nem nunca sera centro de excelencia em pesquisa medica.

E por fim, as liberdades individuais. Eh mesmo um ataque às liberdades individuais que nego nao pode mais comprar FENPROPOREX no Brasil? Valha-me Deus. Na verdade o argumento mais engracado (e contraditorio) que li foi o do prorio RA: ele deu municao à galera favoravel às drogas. Diz o RA: se a Anvisa proibe anfetaminas, os gordos vao comprar no mercado negro e alimentar o trafico. Uai, nao seria entao o caso de se liberar a maconha? A maconha na verdade causa menos problemas que anfetaminas, hahaha.

P.S.: sou contra bolinhas, anfetaminas, maconha, cocaina, heroina, ecstasy e toda e qualquer substancia que altera as ligacoes quimicas no cerebro, A NAO SER que a pessoa seja receitada por psiquiatras.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Celeuma Para Gordos

A Anvisa acabou de proibir alguns medicamentos inibidores do apetite e ha o maior bafafa' no Brasil por causa disso. Gente dando opiniao a torto e a direito SEM AO MENOS pesquisar sobre os ditos medicamentos.

Vamos la, sao 4 no total: foram proibidos o FENPROPOREX, a DIETILPROPIONA e o MAZINDOL. A SIBUTRAMINA continua no mercado mas sob severa vigilancia. So para comecar a discussao, digitei no google o nome de todos os medicamentos, em ingles - sao bastante parecidos com o portugues ja que os nomes acima sao os nomes cientificos e nao brand names. O FEMPROPOREX por exemplo NUNCA foi aprovado pelo rigidissimo severissimo FDA americano. No entanto, estava la na mesinha de cabeceira dos gordos brasileiros. Eu nem discuto medicamento que nao passou pelo crivo do FDA. Aqui nos Estados Unidos o FDA tem o maior trabalho em banir as chamadas "Brazilian Diet Pills" que contem esse quimico.

Os outros dois sao comercializados aqui. Ja a SIBUTRAMINA foi aprovada inicialmente pelo FDA e depois de mais estudos foi retirada do mercado, nao apenas aqui mas na UE tambem. O risco de ataques cardiacos eh aumentado quando se toma esse produto. Achei acertada a decisao da ANVISA de manter o medicamento mas fazendo o paciente assinar embaixo.

O problema desses remedios, assim como da cirurgia de emagrecimento, eh que os gordos os tomam achando que vao emagrecer e que podem continuar deglutindo as toneladas de alimentos que comem todos os dias e tudo estara bem. Voces virao o Joao Gordo? Continua gordo, mesmo depois de cirurgia de reducao de estomago. O problema do gordo eh que a comida para ele eh uma droga. Gordo eh viciado em comida. Ou seja, pela enesima vez, se nao houver uma tremenda reeducacao alimentar o gordo vai continuar gordo mesmo se tomar todas as pilulas do mundo e mesmo se fizer cirurgia de reducao do estomago.

Em relacao à celeuma provocada pela proibicao, nao sei se isso se deve realmente à tal patrulha ideologica como alguns articulistas vem comentando. Como relatei, 2 medicamentos sao proibidos no mundo desenvolvido. Estao comparando a proibicao desses medicamentos à proibicao do cigarro e por ai vai. Sinceramente, acho um baita exagero.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Rankings, Rankings

Eu estou comecando a ficar obcecada com rankings. Aqui ha rankings para tudo, melhores cidades, melhores escolas elementares, melhores high schools, melhores hospitais, melhores medicos, melhores MBA's, melhores jardins de infancia, melhores...

Arrrrrrrrrrrghhhhhhhhhhhh. Sera que faz muita diferenca entre o medico que esta entre os top 1% do pais e o medico que esta entre os top 10%?

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Health Care US

Estou comecando a entender como funciona a saude publica nos Estados Unidos. Nos 2 anos que passei estudando aqui praticamente nao fui ao medico, nem para exames de rotina. Eu tinha um seguro de saude qualquer - todo estudante estrangeiro eh obrigado a adquirir um desses - mas nunca fui atras dos medicos. E gracas a Deus a minha saude era (e ainda eh) boa e nao precisei de nada.

Agora a estoria eh outra. No momento sou dependente do seguro de saude do Barba - um dos melhores oferecidos aqui em Nova Iorque. Nos pagamos um bom dinheiro por mes a titulo de mensalidade. Mas, como outros seguros, ha um valor minimo que devemos pagar quando comecamos a usar os servicos - como se fosse uma franquia de seguro de automovel. Depois que voce estoura a franquia, entao entra o que eles chamam de co-responsabilidade. Eu sempre pago 10% de qualquer exame/tratamento que faco, e o seguro paga os restantes 90%. E para qualquer consulta medica sempre sou obrigada a pagar $30. Bom, isso tudo ai vale para os medicos e hospitais da rede do plano - que como disse eh um dos melhores daqui de Nova Iorque, me dando acesso a hospitais tais como o New York Presbyterian e o Mount Sinai, para ficar nos mais famosos.

Os valores citados acima sao validos para o plano da empresa do Barba. Isso significa que outros planos de outras pessoas de outras empresas tem outros valores, etc. Posso tambem consultar medicos fora do plano e receber reembolsos mas nao entrarei nesses detalhes uma vez que os medicos e hospitais do plano me satisfazem.

A saude aqui eh MUITO cara, quero deixar isso bem claro. MUITO mais cara que saude particular no Brasil. No Brasil eu tinha um dos melhores planos de Sao Paulo que me dava acesso ao Hospital Albert Einstein. Nao havia nada de co-responsabilidade nem de pagamento de consultas medicas e muito menos de franquias. Havia apenas a mensalidade mensal, similar a que pagamos aqui. Ou seja, em termos de saude estamos pagando mais aqui - voce pode dizer que temos acesso a medicos mais gabaritados aqui, mas eu duvido muito. Duvido muito que um medico do Einstein seja inferior a um medico do Presbyterian.

E eu comeco a entender porque a saude eh cara. Os medicos americanos pedem exames demais, as vezes inuteis. So para ficar em um exemplo simples: eu fiz uma consulta no dia 23 de agosto e me pediram um hemograma completo. Tive que realizar uma pequena cirurgia e no dia 22 de setembro fizeram (como pre-requisito da cirurgia) outro hemograma completo! Ah va, para que? Nunca fariam isso no Brasil. O que pode mudar em 1 mes?

Ha outros fatores que relacionarei em posts futuros, mas essa solicitacao exagerada de exames certamente contribui para um custo excessivo da saude aqui nos Estados Unidos.

domingo, 25 de setembro de 2011

Kindle nas Bibliotecas Publicas Americanas

A melhor das novidades ate o momento: o Kindle ja esta disponivel nas bibliotecas publicas americanas. Eh ou nao um avanco fenomenal? Nada mais de tirar livro fisico, agora podemos downloadar o livro diretamente no aparelho. Achei o maximo.

No momento, estou tentando tirar a carteirinha da biblioteca publica de Nova Iorque (NYPL) no nome do Barba - eles permitem o acesso para nao-moradores que trabalhem ou estudem no estado de Nova Iorque. E eu vou tirar no meu nome a carterinha da biblioteca publica de Jersey City (JCFPL).

Agora nao preciso mais reclamar da mafia das editoras que cobra mais caro por um livro eletronico do que por um livro impresso. E nem preciso mais pagar pelo livro. Basta retirar na biblioteca publica mais proxima do mouse. Eh o maximo mesmo.

Conclusao: acho que dificilmente, como ja disse aqui de outra feita, comprarei um livro fisico no futuro. Isso significa mais espaco disponivel em casa. E menos dor nas costas na proxima mudanca.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Palestina x Kosovo

Obviamente sou contra a criacao do estado palestino na ONU. Um estado nao se cria, assim, por canetada. Se os palestinos fosse mesmo serios ja estariam funcionando como estado ha anos.

Eh obvio que os Estados Unidos terao de usar o veto para impedir a criacao da Palestina. Nao creio que Inglaterra e Franca colaborarao com os yankees.

O problema de tudo isso, ao meu ver, esta no classico "dois pesos duas medidas". Pois foram os mesmos Estados Unidos que de uma canetada criaram o ridiculo estado kosovar. Foi UNILATERAL. Nao houve negociacoes com a Servia. Simplesmente meteram o chamegao la e criaram um estado que depende em mais de 90% de recursos de terceiros. Nao sao independentes, nao tem instituicoes, nao tem nada. Os Estados Unidos obviamente fizeram isso para importunar os russos, classicos aliados dos servios. Na epoca eu fui terminantemente contra a criacao do Kosovo.

Agora, bem, agora que comam o pao que eles mesmos amassaram. Se eu fosse politica na ONU, seria a primeira a apontar a incongruencia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tea Party

Excelente coluna de um tory ingles sobre o Tea Party. Resume tudo o que a esquerda burra pensa (e fala) a respeito do Tea Party. Em geral os colunistas e jornalistas brasileiros vomitam a mesma porcaria. Eu mesma confesso que nao sabia que TEA era um acronimo ("taxed enough already"). Achava que era uma referencia aos bostonianos que jogaram a carga de chá ao mar no porto de Boston gritando "no taxation without representation" contra a odiosa coroa inglesa.

O problema, ao meu ver, do Tea Party, sao os candidatos. Sarah Palin para presidente nao dava. E Michele Bachmann tambem nao da - essa ultima, gracas a Deus, so vem perdendo terreno cada vez que abre a boca e solta mais uma bobagem, como foi o caso da vacinacao. Alem de ela, como o imbecil do Obama, nao ter experiencia administrativa nenhuma. Nao ha nada mais interessante por ai para o Tea Party apoiar nao? Um cara com excelentes ideias, um discurso limpido e inteligente, um futuro brilhante como presidente dos EUA? Onde esta o novo Ronald Reagan? Onde???

Se eu votasse hoje, meu candidato seria o Mitt Romney. Mas ainda tenho esperancas de que Ronald Regan Jr surgira antes de 2012.

sábado, 17 de setembro de 2011

Flu Shot e os Iluminados

Hoje fui tomar a vacina da gripe. Todo ano eu tomo. Em Londres e no Brasil ganhava a vacina dos bancos em que trabalhava. Aqui, o plano de saude cobre. Se nao cobrisse provavelmente eu pagaria do bolso, afinal sao apenas 25 dolares, e eh uma dose dupla: o virus normal e mais o virus suino.

Lembro que nos 4 anos que passei em Londres era sempre a mesma discussao no trabalho: galera, ja se inscreveram para receber a vacina? E sempre a mesma resposta: nao, eu nao acredito em vacinas. Huh???

Uma dinamarquesa colega minha chamava especialmente a atencao. Ela nao acreditava em Deus - era conto de fadas para criancas. Ela acreditava que nos (nos, os privilegiados na concepcao dela) ganhamos o que ela chamava de "loteria uterina". Por isso deviamos sim ao resto da populacao mundial que perdeu a loteria. Ela se sentia obviamente culpada por ter ganho a loteria - se ela ganhou, alguem perdeu. Ela votava nos liberais, logicamente. E obviamente a ciencia era a Ciencia com C maiusculo.

Mas nao ha uma contradicao? Se a Ciencia eh soberana, por que entao ela nao toma vacina? Vacina nao eh religiao, nao tem que acreditar ou nao acreditar, nao eh uma questao de fe. Vacina eh vacina, eh basicamente um punhado de virus mortos ou amortecidos num liquidozinho qualquer injetado no musculo do braco. Voce desenvolve anticorpos contra aquela cepa de virus e voila! - nao tem a doenca. Ou se tem, tem de forma branda.

Eu nao entendo esse pessoal altamente civilizado. Ela era dinamarquesa, criada nos Estados Unidos. Deveria ser 10x mais civilizada que uma brasileira como eu e no entanto nao tomava vacinas. Porque nao acreditava em vacinas! E a idiota da Michelle Bachmann entao? Foi dizer em um comicio que a vacina de HPV (HPV causa cancer cervical, energumena!) provocava retardo mental. Retardo mental em criancas de 12 anos? Pelamordedeus. A fala da mulher eh criminosa. Tem um movimento aqui nos Estados Unidos que, desde que um imbecil de um pseudo-cientista ingles disse que vacina dava autismo, prega a nao vacinacao de criancas. O resultado? Ha criancas americanas morrendo de doencas perfeitamente evitaveis que matavam no inicio do seculo XX...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Blogs da Veja

Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes e Diogo Mainardi (apesar de que esse ultimo nao posta mais) tem praticamente o mesmo ponto de vista, com diferentes formas de escrever. O Mainardi eh ironico e sarcastico, o Reinaldo eh mestre em colocar as opinoes de forma mais passional e o Augusto tem um estilo mais jornalistico.

Agora, alguem pode me explicar o que o Ricardo Setti esta fazendo ali? Alem de ter uma visao de mundo bem mais à esquerda do que a revista e os outros 3 companheiros, ainda publica opinioes bestificantes de petralhudos que sao sistematicamente barradas nos outros blogs.

Serio, nao entendo. Igual como nao entendia o que o Andre Petri fazia na Veja escrita.

Por ultimo, eh uma pena o Roberto Pompeu de Toledo nao tem um blog na Veja Online. Adoro os artigos dele.

P.S.: todos os dias eu entro no blog do Setti e brigo invariavelmente com ele e os petralhudos. No minimo eh divertido.

sábado, 10 de setembro de 2011

Servicos Publicos - Uma Droga Em Qualquer Pais

Meu, servico publico em qualquer pais eh ruim. Obviamente ja testei Brasil, Inglaterra e Estados Unidos e faco a generalizacao para os demais. Pagaria para um dia entrar em um predio publico e ser atendida como o pessoal da Cartier atende meu marido. Com sorrisos, com cara boa, de bem com a vida, nao colocando dificuldades e pedras no meu caminho. Ah, como cantam la em casa: sonho meu, sonho meu...

Na Inglaterra, como eh publico e notorio, as donas gordas do atendimento publico so faltam latir na sua cara. Tem um programa excelente de humor que retrata perfeitamente o caso: Little Britain. Entrem no YouTube e tentem assistir a alguns episodios, serio, eh de rolar de rir. Um humor, diga-se de passagem, infinitamente superior à porcaria que eh o humor brasileiro. Estao vendo, ate sei reconhecer algumas superioridades dos britanicos - nao cuspo tanto assim no prato em que comi.

No Brasil os atendentes em geral nao sao chatos - às vezes sao mal informados, e o servico eh ruim porque eh extremamente desorganizado, como tudo alias no Brasil. Desorganizacao eh a nossa caracteristica principal.

Vamos aos EUA. Estou tentando tirar a minha carteria de motorista aqui, no estado de New Jersey. Entro no website deles, a informacao nao eh completa. Parece que preciso traduzir minha carteira de habilitacao do Brasil para nao ter que fazer um novo teste de direcao. Ok, cade a lista de tradutores autorizados? Nao se acha em lugar nenhum do site. Ligo para os caras. A mulher que atende nao sabe responder nada de nada e me manda ir no Detran de Jersey City. Vou ate la e a mulher de la, apesar de muito simpatica, nao pode nos ajudar. Diz que nao tem a lista la - voce tem certeza de que nao esta no website? Sim, tenho certeza, quer checar voce mesma por favor? Vou ver com meu supervisor, e ah o meu supervisor diz que voce tera que ir ao Detran de Bayonne. Nao, serio? Nao pode me dar um tradutorzinho que seja, fala serio, vai me fazer camelar ate o Detran de Bayonne, thanks very much for your help. Ah, e para completar a chateacao: fecharam a sucursal do Detran em Jersey City, agora so em Bayonne.

Hoje fomos a Bayonne. Horrivel. Perdemos o bumba (que so passa a cada 40 minutos) e resolvemos ir a pe. Demorou 1 hora e 15 minutos a pe. Por mais de 40 minutos o Barba e eu eramos os unicos brancos na rua - a rua mui propriamente nomeada Martin Luther King Jr. Meu, lembrei da primeira aventura nossa no Harlem negro. Os caras comecam a te olhar de forma estranha, voce olha duro mas comeca a tracar a rota de fuga na cabeca, caraca, nem um carro de policia nas redondezas? So para completar, voltamos de bumba e nunca mais voltaremos la a pe.

O Detran de Bayonne fica aberto das 8 a 1 da tarde no sabado mas as 11 da manha todas as senhas para carteira de habilitacao ja haviam sido distribuidas. Cerrrrrrrto. Apesar de termos levado toda a documentacao, estavamos mais indo em busca de informacao, ok, no problem. O Barba entra la para pegar a informacao, precisamos ou nao precisamos de tradutor e se precisamos onde esta a maledeta da lista? Eu na fila la fora ja estava brincando com o asiatico bonitao na minha frente: so falta agora os caras nos mandarem a Newark, nao ninguem merece, nobody deserves it, man!

Resultado: tinhamos toda a documentacao que o folhetinho do proprio Detran nos obrigava a levar mas a mulher inventou que precisavamos de mais umas 3 coisas, uma delas minha carteirinha fisica do social security que so vai chegar com a mudanca da mobilia daqui a 2 semanas (isso eh outra novela, um dramalhao brasileiro, os portos nao funcionam no Brasil). E bom mesmo eh chegar cedo, porque sempre tem fila (ja que fecharam a sucursal de JC) e mesmo cedo ja tem neguinho aqui formando a filinha de sempre do servicinho publico de M. A unica coisa boa: nao, nao precisamos traduzir nada. Vai que os caras entendem portunhol, ne... Custava me passar essa info por telefone?

sábado, 3 de setembro de 2011

O Fenomeno Tecnologico - II

No post anterior eu comento por alto sobre a capacidade do Kindle (nao sei em gigabytes, mas creio que o aparelho consegue amarzenar em torno de 3 mil livros) e sobre a necessidade de o fabricante permitir que o usuario consiga armazenar seus livros externamente e carrega-los/descarrega-los no Kindle ao seu bel prazer.

O fenomeno behaviorista: antes de mais nada, venhamos e convenhamos, uma biblioteca de 3 mil titulos eh uma PUTA biblioteca. La na casa da minha mae tem mais ou menos essa quantidade de livros, e ocupa 2 aposentos (ou 5 paredes inteiras). Eu nao li todos esses livros - para falar a verdade eu nao tenho a menor nocao de quantos livros eu ja li na vida - obviamente ja li livros que nao estao presentes naquela biblioteca - como tudo de ficcao cientifica por exemplo. Mas enfim, apenas pelo volume 3000 eh um numero decente de livros.

Voltando ao fenomeno behaviorista: as pessoas tem a tendencia de juntar lixo. Lixo de graca entao, batata. Todos os dias, no forum de discussao do Kindle, sao postados links para livros que no momento estao sendo oferecidos de graca. As vezes a promocao dura alguns minutos, as vezes dura o dia inteiro. Tenho acompanhado essas discussoes. Em uma semana downloadei UM livro, da Agatha Christie - The Murder at the Vicarage, estou lendo-o no momento. Confesso que estou gostando. Gostando assim, eh um livro bom para passar o tempo, e eh bem escrito. Nao eh assim O LIVRO, nao eh Machado de Assis, nao eh Eca de Queiroz, nao eh Shakespeare. Nao eh nem (para falar de autores mais modernos) William Faulkner, nem Steinbeck, nem mesmo J.R.R Tolkien.  De novo, eh um bom livro para preencher as minhas manhas vazias. Voltando ao ponto, em uma semana downloadei UM livro da lista. Tem gente que downloada todo dia. Tem gente que ja tem MIL livros no Kindle. Livros piores que Agatha Christie.

Eu nao entendo. Terao tempo de ler tudo isso? Lerao todo esse lixo desconhecido? Voce pode dizer, vai que tem uma perola no meio do lixo. Sim, sim, claro, pode haver, nao duvido. Mas para que perder tempo procurando agulha no palheiro sendo que a lista de classicos esta cheia de livros gratuitos e as promocoes nao tem tempo para acabar?

Para mim a explicacao eh uma so: as pessoas comecam a ficar malucas quando veem algo de graca na frente delas. Algo que TINHA um preco e agora nao tem. Elas pensam assim: deixa eu downloadar porque a promocao vai acabar e eu posso perder, vai que o livro eh bom.

Sera que essa tese funcionaria com qualquer produto? Acho que para funcionar eu teria de oferecer algo que tinha um preco antes e que as pessoas atribuem um minimo de valor. Por exemplo, nao adianta eu oferecer latinhas de refrigerante vazias.

Aceito sugestoes... E se tivesse chance (e dinheiro), faria a tentativa. Quem sabe nao coloco isso em forma de projeto e apresento a uma universidade?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Fenomeno Tecnologico

Ja li inumeras reportagens sobre como a nossa vida em um futuro nao muito distante sera, como tudo que tocarmos estara ligado irremediavelmente à internet, como controlaremos tudo com um apertar de botoes - quica controlaremos com a mente - e por ai vai.

Eu sou uma grande fan da tecnologia. Desde crianca me encanto com estorias de ficcao cientifica, e ja me peguei mais de uma vez sonhando acordada com coisas que poderiamos fazer se apenas tivessemos tal e tal tecnologia ao alcance.

Mas confesso que mesmo para uma fan como eu, as coisas estao indo rapido demais. Explico. Nao da para trocar de celular/notebook/e-reader/televisao/todos os outros gadgets a cada 6 meses. E a cada 6 meses todos os seus aparelhos eletronicos se tornam obsoletos. Isso eh complicado do ponto de vista financeiro. E abro um parenteses aqui para confessar que infelizmente isso so eh uma apreensao para talvez a parcela 5% mais rica da humanidade, nos, que temos acesso a essas maravilhas eletronicas. Fecha parenteses.

Por isso mais e mais acredito na especializacao dos aparelhos, e nao na generalizacao, como infelizmente acredita a industria. Tome o exemplo do Kindle, por exemplo. Eh um leitor eletronico de livros. Deve ser console de jogos? Nao, na minha opiniao. Deve ser capaz de surfar a internet? Nao, na minha opiniao. Deve fazer ligacoes? Tambem nao. Para isso temos outros aparelhos. O Kindle deve ser um leitor eletronico de livros e somente isso. Por que? Porque assim nao precisarei a cada 6 meses substitui-lo por um novo. Senao vejamos: se os fabricantes fizerem updates frequentes do software (ja discuti os probleminhas que achei) e disponibiliza-los para os clientes, para que trocar o hardware? Mais espaco em disco? Devem ser capazes de criar entradas USB para voce poder armazenar quantos zilhoes de livros quiser (isso eh uma outra discussao behaviorista que introduzirei depois) externamente. Um livro eh um livro eh um livro e nao mudara nada como nao mudou nas ultimas centenas de anos e portanto um leitor eletronico tambem nao deveria mudar muito. Concordam?

Outra dia, em um desses videos futuristas sobre como tudo estaria integrado à internet, desde a sua geladeira ate a mesa da cozinha, vi uma discussao sobre fabricantes desses equipamentos. Eles nao tem muito interesse em incorporar essa tecnologia a esses produtos domesticos. A explicacao eh obvia: uma geladeira eh feita para durar no minimo 10 anos. Nao da para trocar de geladeira a cada 6 meses porque algum nerd resolveu incrementar o hardware de forma que possamos jogar joguinhos na porta do refrigerador...

Alias, falando em cozinha... Minha crenca eh que nem mesmo teremos cozinhas nos apartamentos e casas de um futuro nao muito distante, mas isso tambem fica para outro dia. Deixa eu surfar a internet nesse meu dinossaurico notebook de 2003. Todo mundo que o ve faz cara de espanto!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Kindle - 4 Meses Depois

Comprei o Kindle em abril e estamos no finalzinho de agosto. Sao 4 meses de uso. Resumo da opera: o negocinho eh viciante. Ate hoje nao paguei por um unico livro. E isso nao quer dizer que downloado apenas livros de autores mortos. Ha promocoes de vez em quando na Amazon para autores vivos tambem.

Devo ter downloadado pelo menos uma centena de livros - entre livros que ja havia lido, novos livros, livros que tenho copia em papel e por ai vai. Ja devo ter lido pelo menos uma dezena - nada mau, 2.5 por mes? Ao contrario do que fazia em papel, quando so comprava um novo batch de livros apos ter lido os imediatamente comprados, no formato digital costumo downloadar mais rapidamente do que consigo ler. Contribui para isso o fato de que os livros todos que baixei foram gratuitos.

Alem de ser super pratico e eu poder carrega-lo para cima e para baixo, em todas as viagens, dentro do metro, na bolsa, etc etc etc, ele eh leve e por isso mesmo extremamente portatil. Nao da para carregar Guerra E Paz na bolsa. Por exemplo, minha mudanca do Brasil ainda vai levar 3 semanas para chegar aqui, mas eu nao me incomodo nem um pouco: tenho o meu Kindle e um montao de livros bons para ler enquanto os outros nao chegam.

E o espaco entao? Para quem nao dispoe de espaco fisico como eu, ter o Kindle eh uma mao na roda. Nada mais de ficar empilhando livros em estantes, em caixas, todos empoeirados, e quebrar a coluna em toda e qualquer mudanca carregando-os. Esse ultimo ponto eh importantissimo, pois eu sou uma pessoa que nos ultimos 16 anos fez aproximadamente 11 mudancas.

Eh claro que o Kindle tem os seus defeitos, que serao com o passar do tempo devidamente enderecados, tenho certeza. Porque essa, assim como o celular, eh uma tecnologia que veio para ficar. Ainda eh preto-e-branco: isso significa que livros com gravuras ficam inutilizados. Nao da para criar arquivos dentro de arquivos: isso significa que tenho que listar meus livros por autor. Nao da para ordernar os arquivos: sao caoticamente ordenados, creio que por ordem de utilizacao.

Enfim, ha inumeras qualidades, ha alguns defeitos, e no todo a experiencia de usar um Kindle eh excelente. Voltar a livros de papel? So para comprar livros com gravuras que sejam indispensaveis à biblioteca de qualquer pessoa, como por exemplo esse aqui de William Blake. Ai sim, sera sempre um prazer ter um livro fisico desses na estante.

Pallywood - According To Palestinian Sources...

Mais uma excelente do Richard Landes. Vi no outro website dele, The 2nd Draft. Uma grande maquina de propaganda enganando os inocentes e estupidos no Ocidente, talvez maior ainda que a maquina construida por Hitler e Goebbels, que conseguiu enganar apenas os alemaes e mais ninguem.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Blog Recomendado

Achei via The Telegraph. Gostei, clique aqui.

Chicago

Estou impressionada com Chicago! Eh uma cidade limpa, moderna, bonita, organizada. Ao mesmo tempo em que os predios fenomenais dao à cidade um ar serio, as praias do lago Michigan quebram a monotonia do aco, cimento e vidro. Ou seja, Chicago eh uma cidade muito mais bonita e interessante que Nova Iorque.

Mas o que mais me impressiona mesmo eh o lado cultural. Chicago tem um parque lindo (one of many), no meio da cidade, chamado Millennium Park. Durante todo o verao estao sendo promovidos concertos gratis no parque, que conta com uma concha acustica que eh uma obra de arte por si propria. Concertos de *musica classica*, para ser exata, 3 vezes por semana. Em outros dias ha shows de jazz e blues e outros generos musicais.

Logico que a primeira coisa que me vem a cabeca eh comparar a cidade com uma similar no Brasil: a minha propria cidade, Belo Horizonte. Bom, para comecar nos nem parques temos, entao fica dificil promover concertos em parques. Vamos entao a uma cidade mais rica e de maior porte com parques, Sao Paulo. Ha musica gratuita no Ibirapuera? Com certeza ha. Ha musica classica gratuita no Ibirapuera? Mas nem a pau.

Cultura... Falta cultura no Brasil. Ha batucada gratuita no Ibirapuera. Ha bumbos, nao ha violinos. O Barba disse que se colocassem musica classica o povo nao se interessaria. Eu discordo. Promovam um evento e esperem que eles virao. E se interessarao. Senao eh o classico caso de quem veio antes, o ovo ou a galinha.

Depois me veio a cabeca... A populacao afro-americana em Chicago eh grande. Aqui, eles tocam saxofone. Por que no Brasil eles tocam bumbo? Por que os Estados Unidos tiveram Miles Davis e o Brasil tem o horror de Carlinhos Brown?

A questao eh retorica...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrancas

Saimos do Brasil no domingo dia 7 de agosto. Nao deu para despedir de todo mundo. Da familia deu, mas de alguns amigos nao. Alias, nos 4 meses e meio que passei no Brasil nao consegui ver todos os amigos que havia deixado para tras. Nao porque o numero eh grande, mas porque o tempo eh sempre curto... Ou porque a gente acaba nao fazendo o esforco necessario - da trabalho ver pessoas (espero que meus amigos nao me leiam - alias, nunca divulguei o endereco do blog a amigos reais, apenas a amigos virtuais).

Enfim, ja haviamos alugado (do Brasil, pela internet) nosso ape em Jersey City. Eh o mesmo predio de 4 anos atras. Uma pena que nao eh o mesmo ape de 4 anos atras, eh um ape diferente, mas muito legal. Apesar de nao ter um "walk-in closet"- a coisa mais valorizada por mim em um apartamento - tem vistas de Manhattan e da estatua da Liberdade. A vista eh realmente magnifica e diminui consideravelmente a minha frustracao de nao ter o closet. A nossa mobilia, devido a burocracias existentes no Brasil, devera chegar somente depois de umas 4 semanas. Ou seja, no momento dormimos em colchoes de ar e tomamos cafe da manha em pratos descartaveis. Nao reclamo.

Falando em 4 anos atras, outro dia matutava sobre aquele filme, magnifico, "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrancas". Se a tecnologia estivesse disponivel, eu juro que apagaria os 4 ultimos anos em Londres. Nao, apagaria todas as minhas memorias de Londres. Seria como se nao conhecesse a cidade, como se nunca estivesse estado la. Nao apagaria as memorias do resto da Europa, nao, eu gosto da Europa continental. E eu odeio Londres do fundo do meu coracao.

Alias, sinto como se finalmente tivesse voltado ao meu verdadeiro lar, à minha verdadeira patria. Depois de 4 infindaveis anos, eu voltei. E voltei para ficar. Daqui na saio mais. Nao, nao saio. Nunca deveria ter saido, mas naquela epoca julguei que era melhor ter um trabalho em Londres do que morar aqui sem trabalho. Acho que julguei erroneamente, mas como saber? Nunca saberei.

Enfim, back to the USA. I'll keep you updated.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bebes em Lixeiras

Todos os dias aqui no Brasil sai noticia sobre bebes recem-nascidos abandonados em lixeiras por suas maes. Curiosamente, ao mesmo tempo que isso acontece, vai tentar entrar na fila (fila!) da adocao de bebes...

No meu pais perfeito, em todo hospital publico haveria um escritoriozinho de adocao. A mae, antes do trabalho de parto, poderia optar por assinar uma folha ja doando o bebe assim que ele nascesse. Assim nao teria que o jogar no lixo. Ah, no meu pais perfeito nao haveria margem para se arrepender da decisao: doou esta doado. Alias, o casal adotivo seria comunicado imediatamente do nascimento do bebe e ja pegaria a crianca assim que ela nascesse. A mae biologica nao teria contato algum com o recem-nascido - para nao dar chance de ela se afeicoar e posteriormente se arrepender da decisao tomada. Nao quer, tem quem queira.

No meu pais perfeito, os policiais nao perderiam seu tempo saindo atras de maes que abandonam seus bebes em lixeiras. Os bebes encontrariam um lar quentinho rapidinho e a mae que nao quis o filho ficaria livre da prisao. Nao eh uma excelente ideia? Eu nao sei porque isso nao eh posto em pratica...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mudancas

Eh sempre assim, voce vai se mudar e quer se livrar de algumas coisas. Oferece as coisas a precos modicos a amigos e familiares, que se recusam a comprar todo e qualquer item da sua lista. Ok, nao que eles sejam obrigados a comprar as suas coisas so para te ajudar, nao eh esse o caso. Nao quer nao quer, tudo bem. Acontece que os pustulas querem ganhar as coisas de graca.

Me da uma raiva. De graca nao, amor, de graca eu faco assim: eu pego as coisas e levo ao escritorio da Salvation Army mais proximo. Alias, corrijo: eu ligo e o pessoal da Salvation Army mais proximo *vem a minha casa* pegar as coisas.

Porque comigo eh assim, eu prefiro ajudar estranhos do que dar de graca para a familia e amigos.

Eu NUNCA ganho nada de graca, eu NUNCA dou nada de graca.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Escolha ou Nao?

Discussao no Reinaldo Azevedo: o drogado escolhe o estilo de vida ou nao? Tipo, ele eh um ser 100% consciente das escolhas feitas e portanto devemos deixa-lo fazer o que quer ou ele tem problemas mentais?

Eu sempre fui durissima com drogados. Nunca gostei dos tipos, acho-os fracos. Chego ate a pensar que eh uma selecao natural deixarmos os drogados se drogarem ate o fim, afinal sao pessoas de cabeca fraca que nao vao produzir descendentes fortes e habeis. O mundo eh dos fortes, sempre foi.

Mas ao mesmo tempo meu julgamento apressado e imediatista nao leva em consideracao que varios drogados podem ter disturbios mentais que os tornam inadequados ao convivio em sociedade e os levam `as drogas. Continuaria valida minha afirmacao anterior de que sao pessoas mais fracas na evolucao humana.

Mas pensaria assim sobre todo mundo que tem disturbios mentais? Pensaria assim sobre todas as pessoas que sofrem outras mazelas que afligem a humanidade e que nao temos a cura? Eh culpa delas?

Sendo assim fico com pena desse tipo de gente, e com mais pena ainda dos familiares e amigos. Deve ser muito triste ver uma pessoa afundando em um caminho sem retorno e nao ter condicoes de ajudar.

De qualquer forma, a discussao ainda eh valida. Sera que usar drogas eh um estilo de vida ou um indicio de doenca mental?

Boa Resposta

aos marx-islamistas de plantao...

But there is no viable comparison between the sporadic violence of white supremacism and al-Quaeda. The latter enjoys funding from nation states, membership into the thousands and popular support among millions of poor Muslims. It is a tangible, live threat. In contrast, McVeigh, the Unabomber and Breivik were sad loners. They weren’t part of a grand conspiracy – they were mentally unbalanced criminals with a penchant for Hayek. It is more apt to compare Breivik to Raoul Moat than bin Laden.

O resto, aqui.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Terrorismo

Ontem mesmo estava comentando com o Barba Ruiva que provavelmente estaremos em Nova Iorque no aniversario de 10 anos do 9/11. Dureza. Eu ja relatei aqui varias vezes que quase tive sindrome do panico em Londres por causa desses terroristas. Acontece que o 9/11 esse ano cai em um domingo. Beleza, voce dira, os terroristas nao atacam no domingo (so se pensarem no Central Park, creio). Ruim, digo eu. Terei que me isolar em casa na sexta-feira antecedente e na segunda-feira logo depois da data fatidica.

Hoje atacaram Oslo, e logo ontem eu comentei sobre isso, terrorismo. Tenho certeza que essa explosao em Oslo hoje foi um ato terrorista e foi praticado por muculmanos. Ate quando vamos aguenta-los? A minha paciencia ha muito ja chegou ao fim, mas uma andorinha sozinha nao faz verao, assim como um justiceiro sozinho tambem nao faz. Vide o pobre rapaz texano que levou uma injecao letal ha uns dias atras por ter atacado 3 muculmanos logo depois do 9/11, em que sua irma morreu. Esse mundo, definitivamente, eh um lugar muito injusto.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Allende

O bostão do Allende suicidou mesmo. Bem feito para a esquerda festiva que queria colocar o cadáver dele no panteão de "vítimas" da direita. Não foi o caso. Tenho certeza que, se fosse o contrário, o cara teria sido fuzilado junto com toda família, como foi no caso dos Romanov.

E ainda usou um fuzil AK-47 (soviético) para suicidar. Que nojo, heim meu filho. Não deve ter sobrado um pedaço do seu rosto. Fizesse como Getúlio, que deu um único tiro de revólver no coração. Mais elegante.

Multem Mesmo!

Hoje li que a Filadélfia vai começar a multar pedestres que mandam SMS e usam aplicativos nas ruas, porque não prestam atenção ao trânsito e acabam provocando acidentes. Vai multar também ciclistas que não respeitam a sinalização de trânsito e que trafegam pelas calçadas.

Essa é uma notícia excelente! Espero que seja importada pelo Brasil daqui a algum tempo - as coisas demoram mas acabam chegando aqui mais cedo ou mais tarde, como foi com a lei anti-tabagismo.

Aqui no Brasil (e acho que em todo mundo) ciclista virou inimputável. Os caras são um saco! Além de burros, lógico, porque andar de bicicleta em São Paulo é respirar um cano de descarga de ônibus de forma direta. Não tenho nada a ver com o fato de eles quererem respirar monóxido de carbono, mas tenho tudo a ver com o fato de que os caras não têm a menor educação no trânsito: trafegam pelas calçadas, por exemplo - oras, calçadas são lugares de PEDESTRES trafegarem. Trafegam na contra-mão das ruas - o pedestre vai atravessar, olha para o lado que vem o carro, e pumba, é surpreendido pelo idiota do ciclista que vem do lado contrário. Fazem questão de trafegar em horários de picos em São Paulo, nas ruas mais congestionadas da cidade - e nós motoristas temos que prestar atenção e não derrubá-los das bicicletas, apesar de eles praticamente ocuparem METADE das avenidas e não apenas uma faixa próxima à calçada.

Mas engraçado, ENGRAÇADO mesmo foi Belo Horizonte criar faixas exclusivas para ciclistas. Idéia mais otária eu nunca vi, em uma cidade construída no meio das montanhas. Quem vai usar bicicleta em BH? Ninguém, essa é a resposta. Passando pelas avenidas onde havia a tal faixinha pintada, pude reparar que estavam desertas. E o tráfego de automóveis mais intenso, por não poder contar com uma faixa a mais.

É isso que dá ser politicamente correto... O mundo fica cada vez mais idiota. Mas meus parabéns novamente à cidade da Filadélfia por essa atitude admirável de multar pedestres e ciclistas por suas ações irresponsáveis. Chega de passar a mão na cabeça desse povo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

15 de Julho, Dia do Homem

Aha, finalmente criaram o tal Dia do Homem. Eu sou contra todos esses dias, mas uma vez que não se pode vencê-los, juntei-me a eles. Quero dia para tudo agora. Essa do dia do homem foi excelente para fazer contraposição ao dia da mulher.

Agora só está faltando o dia da consciência branca e o da amarela. E obviamente, falta criar a parada heterossexual. Com mais essas três, acho que ficamos quites com os progressistas.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Os Heróis da Agricultura?

Os blogs conservadores do Brasil não se cansam de elogiar o campo. Antes de mais nada, se você reparar no meu perfil, verá que sou conservadora, de direita mesmo, aquela direita que não há no Brasil. Voltando ao assunto, a agricultura é a menina dos olhos de todos os blogs conservadores.

A começar pelo Reinaldo Azevedo, que é fã número 1 da senadora Kátia Abreu, aquela que já foi do partido menos à esquerda do Brasil (já que por aqui temos o desgosto de não termos nada mais à direita) e agora está de mudança para um partido da base fisiológica do governo.

Os argumentos a favor do campo: a agricultura é que traz divisas ao país, a agricultura é que produz umas das comidas mais baratas do mundo, a agricultura é que promove a exportação, e por aí vai. Eu de forma alguma sou contra a agricultura. Inclusive o país que mais admiro no mundo, os Estados Unidos, tem uma das agriculturas mais fortes do planeta.

Agora, eu também não sou burra e costumo ser muito crítica a quem faz uma defesa apaixonada sem expandir os horizontes. Viver só de agricultura não deveria ser o gol do país. Onde está a nossa indústria? Se a agricultura contribui cada vez mais na pauta de exportações é porque o peso da indústria é cada vez menor.   A nossa participação no comércio mundial não cresceu na sua totalidade, para que a participação de todos os setores crescessem. Ser exportador de commodities é voltar ao século 16, será que ninguém vê isso? Ao contrário dos Estados Unidos, não podemos nos dar ao luxo de termos dependência do setor de serviços, somos muito fracos nessa área.

Depois, nessas reportagens cantando as glórias da agricultura ninguém, nem o mais mísero blogueiro, cita a enormidade de subsídios que o campo recebe. Em geral esses mesmos blogueiros não perdem tempo em apontar os subsídios do BNDES em relação à indústria. Mas parece que no campo o fazendeiro é auto-suficiente, ele mesmo arruma o dinheiro a taxas de mercado, planta e colhe e vende, assume os riscos climáticos, etc etc. Um verdadeiro herói!!! Todos sabemos que não é bem assim, mas ninguém fala em cifras. Eu por exemplo queria saber quanto de subsídio é engolido pelo campo, comparando as cifras aos valores da EU e dos EUA. Alguém se habilita?

Por último, morro de rir quando falam que temos a comida mais barata do mundo! É uma mentira, a comida aqui é cara pra burro. Várias e várias vezes já comparei preços de produtos em gôndolas de supermercados em Nova Iorque, em Londres e em São Paulo. Aqui é quase sempre mais caro. Lógico que o preço final é composto de vários fatores, como impostos, que acredito até que sejam uma parcela significativa na composição. Mas será que podíamos dissecar item por item antes de bradarmos que a nossa comida é a mais barata do mundo? Fosse assim gente pobre aqui estava se fartando em filé mignon...

Culpado ou Não?

No final de semana passado houve um acidente polêmico aqui em São Paulo. Eram 2.30 da manhã, uma mulher em uma Tucson furou um sinal vermelho e bateu com um Porsche conduzido por um cara a 150km/h. Ela morreu no local e ele teve apenas ferimentos leves.

De cara começou o preconceito idiota em relação a quem tem dinheiro no país: o sujeito dirigia um Porsche! Ele tem dinheiro! Ele é riquinho! Coitadinha da mulher! Ora, quem tem uma Tucson com certeza tem menos dinheiro do que quem tem um Porsche, mas não é pobre não. Por causa disso queriam que o sujeito não tivesse chance de responder ao processo em liberdade, e também por causa disso queriam enquadrá-lo em homicídio doloso (com intenção de matar), o que simplesmente é um absurdo.

Discutindo o assunto com meu marido ontem em um restaurante, ele achava o sujeito culpado e eu achava o sujeito inocente. O argumento de que se o cara não estivesse a 150km/h a mulher *provavelmente* não teria morrido é simplesmente ridículo. Rebato da seguinte forma: se a mulher não tivesse furado o sinal, ela *com toda a certeza* não estaria morta, estando o cara a 150 ou a 60km/h.

Como classificar o acidente então? Ora, foi uma fatalidade. Ela furou o sinal e morreu, não houve culpados. O Estado pode e deve aplicar sanções em relação ao cara do Porsche - pode recolher sua permissão de condução, pode obrigá-lo a fazer aulas de reciclagem, pode inclusive condená-lo a penas alternativas tais quais a prestação de serviços comunitários. Mas não pode enquadrá-lo como assassino.

No final o cara vai responder ao processo em liberdade, depois de pagar uma fiança absurda de R$300 mil. Espero que a sua família tenha contratado o advogado mais famoso de São Paulo para defendê-lo, porque a imprensa imbecil do país já condenou-o desde o início: primeiro por ter um Porsche, e depois por dirigir em alta velocidade. O fato da mulher ter furado o sinal é citado en passant em todas as reportagens que li, *como se isso não fosse proibido pela lei*. Ah, em São Paulo todo mundo fura o sinal de madrugada, se não é assaltado! Isso não é desculpa (nem defesa válida) na minha opinião. A lei é a lei e a lei diz que você deve parar em um sinal vermelho, não importa a hora do dia. Ah, ele estava dirigindo a 150km/h, de acordo com depoimentos (bem, eu acho que uma perícia deve provar que ele estava dirigindo a 150km/h, depoimentos não valem um tostão furado). Qual a pena para quem dirige acima da velocidade permitida na cidade? Que eu saiba, é multa de trânsito e recolhimento da carteira.

De mais a mais, em um país onde cantores de pagode e jogadores de futebol já mataram muito mais que uma pessoa em acidentes muito piores (e com claros culpados) e NUNCA pagaram por seus crimes, onde um editor de jornal já matou a namorada com tiro de execução na nuca e NUNCA foi para a cadeia, por que esse rapaz deveria ir, não é? Eu sinceramente acho que ele é inocente e que a moça foi a responsável pela própria morte. E se eu estivesse na pele dele, já estaria cruzando a fronteira entre o Brasil e a Bolívia...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Contrastes

Nos Estados Unidos eu andava com um anel fake que todo mundo achava que era um diamante de verdade.

Aqui em São Paulo eu ando com um anel de diamantes e todo mundo acha que é bijouteria.

Ain't that fun...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Catolicismo a la Brasileira - III

Eu fui me confessar na Nossa Senhora do Brasil. Gostaria de deixar aqui a minha experiência. Não sei quem foi o padre, só sei que a minha confissão foi muito válida e gostei muitíssimo do padre. Se frequentasse missas em São Paulo, talvez frequentasse a Nossa Senhora do Brasil por ser perto de casa e ser muito boa.

Casei-me no religioso esse final de semana, aqui em BH. Depois de 12 anos de relacionamento, finalmente trocamos os votos na Igreja. Sentia falta de ter o Sacramento, de verdade. O sermão do padre foi maravilhoso. Eu mesma escolhi os trechos da Bíblia que iriam ser lidos, e foi tudo de proposito: não há divórcio, o que Deus uniu que o homem não separe. Cada vez mais me sinto mais e mais desconectada desse mundo louco, pós-moderno. Não concordo com quase nada que existe hoje, e o pessoal da minha família me acha uma moralista idiota, daquelas desconectadas com a realidade. Imagina, logo eu, que conheço a realidade em 3 continentes...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Catolicismo a la Brasileira - II

Aha, e não era que eu tinha razão? Olha esse vazamento da Wikileaks - os grifos são meus:

"Documentos secretos da diplomacia americana divulgados pelo Wikileaks revelam que o antigo chefe da seção brasileira da Secretaria de Estado do Vaticano, monsenhor Stefano Migliorelli, reclamou à embaixada americana da falta de padres na América Latina. A crítica consta num documento de 2007, divulgado nesta terça-feira (28) pela agência A Pública.


O monsenhor criticou a quantidade e a qualidade do clero latino-americano, atesta a reportagem. "A falta de padres em grande parte da América Latina é muito pior do que nos Estados Unidos", disse. "Migliorelli lamenta também que o nível de educação dos padres é muito baixo e que muitas vezes eles não aderem aos padrões de disciplina clerical (celibato, ofertas de sacramentos etc)", relata o ex-embaixador Francis Rooney sobre a conversa com o clérigo."

Gente, eu concordo plenamente. O nível de educação (formal) dos padres é baixíssimo. Domingo desses tive a oportunidade de participar de uma Missa celebrada por um padre recém-formado. Ele devia ter lá os seus 25 anos. Por várias vezes durante a Missa ele se corrigiu, pois quando devia falar no plural falava no singular, assim como naquele livro de Português do MEC: "os menino", coisa do gênero. Meus ouvidos sensíveis captaram todas as vezes em que ele dizia, por exemplo, "os menino" e logo depois "meninoS". Via-se que o costumeiro para ele era falar no singular do MEC e que ele estava se esforçando para falar corretamente.

E o latim? Aí é missão impossível digna de Tom Cruise achar um padre no Brasil que fale latim, ou que tenha tido aula de latim. Nem os padres velhos à beira da morte falam latim. Bem diferente da Inglaterra, onde os velhos com certeza falam e os novos estão sendo mandados de novo para sala de aula para aprender latim, pois a população demanda missas em latim.

E vocês repararam que eu grifei "oferta de sacramentos" - nem vou tocar no ponto do celibato. Pois é, a CONFISSÃO é um SACRAMENTO. Parece que aqui se esquecem disso. Não a oferecem de maneira digna nem em horários convenientes para o rebanho de fiéis. É um absurdo. Cheguei a ouvir de um padre (que falava mais palavrões do que eu, mas não na missa) que justamente o pecador deveria ir lá receber o Corpo de Cristo, mesmo sem ter confessado!!! Isso vai totalmente de encontro ao Catecismo da Igreja Católica. O comungante de preferência deve ir em estado de graça receber o Corpo de Cristo, e não compurscado de pecado.

Resumindo, o catolicismo aqui no Brasil é de envergonhar qualquer cristão. Como disse no post anterior, é muito difícil achar missas celebradas de forma satisfatória, é difícil realizar uma confissão decente, é difícil achar padres que façam sermões inteligentes. Acho que isso vem desde os tempos do Padre Vieira, ou seja, desde os tempos do Brasil Colônia. Por que será que tenho a mesma impressão que o Catolicismo a la Brasileira na verdade é uma derivação muito próxima do Catolicismo a la Portuguesa, ou do Catolicismo Latino?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Catolicismo a la Brasileira

Meu, a Igreja Catolica aqui no Brasil eh de lascar. Para comecar foi dificil achar uma missa em que tocam orgao e tem coral - a maioria tem violao e fomos em uma uma vez que tinha ate pandeiro. Ninguem merece.

Estou a procura de igrejas que oferecam o sacramento da confissao. Voces acreditam que na grande maioria delas o padre confessa em uma sala, com voce sentado em frente, olhando para a cara dele? Nao, ninguem merece. Sentado? O certo eh estar ajoelhado para pedir perdao a Deus. E olhar para a cara do padre? Fala serio. Quem vai confessar pecados abominaveis olhando na cara do padre? Ninguem merece.

Nao me espanta nada que eu fiquei sem confessar e sem frequentar a Missa aqui no Brasil por 16 anos, ate encontrar o caminho de novo, em Londres. La em Londres nao existe nada disso. O padre entra no confessionario, acende uma luzinha, dai voce entra e pede perdao. Ele nem ve quem esta do outro lado, somente ouve a voz.

Eu nao vou confessar em sala de padre nenhum. Ou bem eu acho uma igreja com confessionario, ou vou deixar a confissao para depois que voltar aos Estados Unidos. E caso em 10 dias com meus pecados veniais, fazer o que. Espero que Deus me entenda, e perdoe ainda os padrecos preguicosos do Brasil.

P.S.: Consegui UMA igreja aqui em Sao Paulo que tem confissao em confessionario: a gloriosa Catedral da Se. Ainda assim, eh de se criticar o fato de que aqui no Brasil as confissoes sao oferecidas apenas durante a semana, em horario de trabalho do pessoal. La em Londres, elas aconteciam 20 minutos antes de cada missa, logo o sujeito tinha a chance de se confessar aos domingos. Aqui, pelo visto, eles nao querem que ninguem se confesse mesmo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Parada Gay

Ontem como todo mundo sabe foi a Parada do Orgulho Gay em São Paulo. Agora que não moro mais perto da Paulista pouco se me dá. Antes, era uma chatice. Tínhamos ou de ficar em casa o dia inteiro ou viajar e voltar bem tarde.

Dizem que 3 milhões de pessoas foram lá ver as bibas seminuas. Eu acho muito. Não fui ver, mas o dia ontem estava frio e chuvoso. Não há 3 milhões de bibas que queiram desfilar em São Paulo e acho que os tais dos "simpatizantes" com certeza teriam algo melhor a fazer ontem.

Aliás, nunca entendi esse termo, "simpatizante". Quem é simpatizante? Será que porque alguém tem um cabelereiro gay é simpatizante? Não creio. Eu com certeza não sou simpatizante. Acho que eles devem ter lá o que chamam de "direitos" - todo mundo quer ter "direito" hoje em dia, heim - limitados, e pronto. Acho por exemplo que eles não devem ter o direito de andar em carro aberto chocando as pessoas de bem com suas vestimentas que pouco escondem. Isso é atentado ao pudor, AO MEU PUDOR, que é um direito meu.

Aliás, as bibas já não conseguiram o que mais queriam, que é se casar no civil? O que mais querem? Que a gente as idolatre como pessoas especialíssimas e superiores? Vão catar coquinho ladeira abaixo. Elas querem impor um modelo sexual e comportamental ao resto da população, isso sim. Elas querem que a aberração da natureza se torne norma. Ah, tenham paciência...

Enfim, não tenho nada contra se alguém quer dar ou não o fiofó no privado de sua residência, mas me poupem dos detalhes. E não tentem de forma alguma doutrinar minhas crianças. Aliás, quanto à adoção de crianças por casais de bibas, sou terminantemente contra. No momento em que a criança chegar à idade da razão e constatar que a sua família é a única diferente - naquele momento da vida em que você nada mais quer do que ser igual a todo mundo - vai ser um choque tremendo. Dois pais, duas mães? Qualé. Isso funciona bem para filho de biba artista, mas para filho de biba normal é motivo de chacota na escola.

Eu lamento os tempos e costumes atuais. São realmente degradantes.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Supermercados

Eu adoro ir a supermercados. Tem gente, como meu marido, que detesta. Já eu acho o máximo checar produtos novos que chegaram, prová-los, analisar códigos de embalagem, ver os preços, e por aí vai. Pode me chamar de louca, mas não sou a única no mundo que curte fazer isso.

Dia desses no super estava pensando sobre como é bem mais fácil fazer compras por exemplo no Tesco de Londres do que no Extra de São Paulo. Vou citar um exemplo de produto super simples, para ilustrar o caso: o leite.

No Tesco de Londres há algumas marcas de leite, sendo que todos vem em garrafinhas de plástico em múltiplos de 1 pint ou 1 litro (não vou considerar a embalagem de leite individual, mas sim o leite para ser consumido em família). Há algumas marcas e basicamente os seguintes tipos (a classificação é minha): o "normal", que depois de 3 dias na geladeira começa a cheirar mal, o "estendido", que dura 7 dias com folga, e desses 2 tipos você acha orgânicos e não-orgânicos. Obviamente também há a diferenciação entre integral, semi e desnatado.

O tipo de embalagem diferencia os tipos: o "normal" vem em embalagem transparente e o "estendido" vem em embalagem branca e fosca. A diferenciação restante está no label: azul para integral, verde para semi e vermelho para desnatado. Palavras no label dizem se o produto vem de fazendas orgânicas ou não. Simples, não?

Os preços são simples de decorar; aliás, eles sao imutáveis por praticamente um ano até serem corrigidos por algum índice ligeiramente superior à inflação do período. Afinal, leite é uma commodity, as far as we know. Obviamente não há diferença de preço entre integral, semi e desnatado. O "estendido" é mais caro que o "normal". E o orgânico é mais caro que o não-orgânico. E finalmente, a marca do próprio Tesco em geral é mais barata que as outras marcas que lá vendem.

Ou seja, quando eu chegava no Tesco não precisava verificar quanto custava esse e quanto custava aquele; como comprava sempre o "estendido" desnatado não-orgânico, bastava esticar a mão e pegar a garrafinha branca e fosca com label vermelho e sem os dizeres "orgânico". Eram sempre duas garrafinhas de 2 litros cada por 3 libras no total, toda santa semana.

E aqui? Aqui é uma zona. Para começar há apenas um tamanho, 1 litro. Se tiver família grande, quem mandou, é obrigado a comprar mais embalagens. Aliás, aqui no Brasil é a festa das embalagens... Antigamente requeijão comprava-se em potes de 250g; para lucrarem mais mas fingindo que não aumentam os preços, hoje vende-se pote de requeijão de 180g. É ridículo, mas voltemos ao leite.

Não há qualquer diferenciação de cor entre os integrais, semi e desnatados. O cidadão é obrigado a ler no corpo da embalagem longa-vida para diferenciar um de outro. Por último, há dezenas e dezenas de marcas, cada uma com um preço diferente. Seria ok se o preço não variasse. Mas hoje consigo comprar o Marajoara desnatado por R$1.79 enquanto na semana que vem eu talvez consiga comprá-lo por R$2.10. Por quê, pergunto? O que mudou dessa semana para a semana seguinte? Por que o leite ficou mais caro, e talvez na semana seguinte volte ao preço original ou até mesmo mais barato? Por que os preços flutuam tanto, se leite é uma commodity?

Se o Marajoara, que é uma marca relativamente desconhecida aqui em São Paulo (produzido em Goiás), custa o mesmo preço de um Batavo (marca conhecida, produzida em Santa Catarina), eu tenho que pegar o Batavo, oras. Até a embalagem do Batavo, apesar de longa vida também, é mais inteligente que o Marajoara: tem uma tampa que abre e fecha, facilitando a vida. Eu só pego o Marajoara porque ele é mais barato. Só que nunca sei se o Marajoara está ou não mais barato que o Batavo se não checar o preço todo santo DIA que for ao super.

Concluindo: é difícil, muito difícil, quase impossível, determinar como os preços são formados nos supermercados brasileiros. Isso para uma commodity como o leite, imagina para produtos mais complexos...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Os Tempos E Os Heteros

Os tempos tem sido um pouco complicados atualmente, por isso tenho postado muito raramente.

Mas ate que gostaria de fazer um ou outro comentario politico: adorei a postura do juiz do Mato Grosso, que questionou o casamento gay. Isso mesmo, ha que se respeitar a constituicao. Se quiserem, que mudem a constituicao antes de qualquer coisa. Estou cheia desse Judiciario progressista que acha que pode legislar no lugar dos legisladores eleitos pelo povo.

Adorei tambem a ideia da bancada evangelica de Sao Paulo de criar o Dia do Orgulho Hetero - esta para ser votado ainda. Sim, por que nao? Temos muito orgulho sim de sermos HETERO. De sermos normais. De sermos como 95% da populacao em geral. De sermos capazes de procriar. Pois eh. A proxima eh a criacao do Dia da Consciencia Branca. Tambem tenho muito orgulho de ser branca. Acho que se os gays e os negros podem ter o dia deles, nos tambem podemos ter o nosso. Por ultimo, podemos propor a criacao do Dia do Homem. Aquela palhacada de dia da mulher existe, por que nao existir o dia do homem? Afinal, englobemos os 3 sexos como definiram os juizes, sejamos democraticos: dia da mulher, dia do homem e dia dos gays. Depois englobemos as 4 racas principais: dia do negro, dia do indio, dia do branco e dia do amarelo. Acho que ai todo mundo fica satisfeito, nao? E nao eh preconceito contra ninguem! Porque eu me sinto diretamente atingida pelo dia dos gays e dia dos negros, uma vez que NAO ME SINTO REPRESENTADA por nao ser negra nem gay. Quero o meu dia tambem!!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eco

Tem duas coisas que estou tomando por recomendação médica e que são verdadeiramente disgusting:

- Bebida isotônica
- Proteína em pó na forma de shake

Eco.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sociedade 0 x 1 Maconheiros

Celso de Mello diz: “O estado não pode cercear o exercício do direito de reunião. Ainda que se trate de opiniões chocantes, audaciosas ou impopulares. Não é dado à polícia analisar a conveniência da reunião. O que cabe à polícia é a ordem e não a defesa de direitos privados ou de certos governantes”.

Eu digo: que tal fazermos passeatas pedindo a prisão de homossexuais - eu gostaria de queimar umas bandeiras do arco-íris? Que tal fazermos passeatas pedindo a segregação de negros - poderíamos aproveitar o modelito Ku Klux Klan? Que tal fazermos passetas pedindo a segregação de judeus - poderíamos aproveitar o modelito SS?

Tudo isso poderíamos fazer, de acordo com Celso de Mello. Desde que não façamos apologia, posso me reunir com quem quiser e marchar a respeito do que quiser, MESMO QUE O QUE EU QUEIRA SEJA CONSIDERADO CRIME.

Esse país, definitivamente, está do lado do avesso.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Hoje é Dia de Santo Antônio


Se milagres desejais,
Recorrei a Santo Antônio;
Vereis fugir o demônio
E as tentações infernais.

Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido.

Todos os males humanos
Se moderam, se retiram,
Digam-no aqueles que o viram,
E digam-nos os paduanos.

Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido.

Pela sua intercessão
Foge a peste, o erro, a morte,
O fraco torna-se forte
E torna-se o enfermo são.

Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido.

Rogai por nós, bem aventurado Santo Antônio,
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo
Amém.

domingo, 12 de junho de 2011

Ibirapuera

Uma das melhores coisas de São Paulo é o Parque do Ibirapuera. Talvez, com um certo exagero, seja a única coisa boa de São Paulo. O parque é relativamente grande, mas poderia ser maior - 350 acres, do mesmo tamanho do Hyde Park se considerarmos que Kensington Gardens não faz parte do Hyde Park, e menos de metade do Central Park.

O parque é bonito, limpo e bem cuidado. Nesse clima mais friozinho então, como foi esse domingo - sol fraquinho, sem vento e céu azul (uau, céu azul em São Paulo é raridade!), é uma delícia caminhar por ali.

O problema, é óbvio, são as pessoas que o frequentam. E olha que não estou julgando a classe social, porque as pessoas problemáticas aparecem tanto durante a semana (pessoas dos bairros ricos da região) quanto no final de semana (ricos que vem malhar e pobres que vem passear).

Depois de 4 anos em Londres confesso que fiquei mal acostumada. Aquele lance da escada rolante, por exemplo, só acontece em país civilizado. As pessoas que não querem escalar a escada rolante ficam à direita e quem quer subir mais rápido anda pela esquerda. E aqui no Brasil? Só se você ficar pedindo "com licença" o tempo todo para os manés lentos saírem da sua frente.

No parque, durante a semana, como o volume de pessoas é bem menor, a falta de educação básica não afeta muito. No final de semana, com o parque lotado, costuma ser um problema. As pessoas insistem em correr ou caminhar na contra mão. A grande maioria, para ser honesta, até que por instinto anda do lado certo. Mas sempre tem um ou outro babaca ou desavisado que vem do lado oposto. Costumo não ceder meu espaço e quase sempre já levanto o braço para mostrar o cotovelo - se vierem em cima de mim, é certo que será ele que fará o aparte entre a pessoa que vem do lado errado e eu.

Desde que pintaram as faixas exclusivas para bicicletas as coisas melhoraram muito. Nessas faixas, agora, há mão e contra mão. O pessoal costuma respeitar. Por que não fazem a mesma coisa para os pedestres? Bem que os ingleses pensaram há tempos atrás em pintar faixas de mão e contra mão na Oxford Street, para pedestres. Teria sido uma excelente idéia se posta em prática. Do jeito que está, é um horror frequentar a rua nos finais de semana, porque as pessoas se metem umas em cima das outras.

Concluindo, regras, se aceitas pela população, são excelentes em lugares frequentados por multidões. Tanto faz se em Londres ou aqui em São Paulo. Mas há que serem aceitas para funcionarem. Em Belo Horizonte, por exemplo, no parque lá perto de casa, até que pintaram as faixas para separarem os pedestres... Mas sempre tem um idiota que insiste em andar ou correr do lado contrário. Dá uma vontade louca de gritar na orelha do desgraçado que ele é um animal irracional que merece um soco na fuça por não respeitar as regras que melhoram o convívio humano, já difícil em grandes cidades.

Concluindo II, tem dias em que eu sonho que o mundo seria tão melhor se fosse povoado apenas por mim e mais ninguém.