domingo, 12 de junho de 2011

Ibirapuera

Uma das melhores coisas de São Paulo é o Parque do Ibirapuera. Talvez, com um certo exagero, seja a única coisa boa de São Paulo. O parque é relativamente grande, mas poderia ser maior - 350 acres, do mesmo tamanho do Hyde Park se considerarmos que Kensington Gardens não faz parte do Hyde Park, e menos de metade do Central Park.

O parque é bonito, limpo e bem cuidado. Nesse clima mais friozinho então, como foi esse domingo - sol fraquinho, sem vento e céu azul (uau, céu azul em São Paulo é raridade!), é uma delícia caminhar por ali.

O problema, é óbvio, são as pessoas que o frequentam. E olha que não estou julgando a classe social, porque as pessoas problemáticas aparecem tanto durante a semana (pessoas dos bairros ricos da região) quanto no final de semana (ricos que vem malhar e pobres que vem passear).

Depois de 4 anos em Londres confesso que fiquei mal acostumada. Aquele lance da escada rolante, por exemplo, só acontece em país civilizado. As pessoas que não querem escalar a escada rolante ficam à direita e quem quer subir mais rápido anda pela esquerda. E aqui no Brasil? Só se você ficar pedindo "com licença" o tempo todo para os manés lentos saírem da sua frente.

No parque, durante a semana, como o volume de pessoas é bem menor, a falta de educação básica não afeta muito. No final de semana, com o parque lotado, costuma ser um problema. As pessoas insistem em correr ou caminhar na contra mão. A grande maioria, para ser honesta, até que por instinto anda do lado certo. Mas sempre tem um ou outro babaca ou desavisado que vem do lado oposto. Costumo não ceder meu espaço e quase sempre já levanto o braço para mostrar o cotovelo - se vierem em cima de mim, é certo que será ele que fará o aparte entre a pessoa que vem do lado errado e eu.

Desde que pintaram as faixas exclusivas para bicicletas as coisas melhoraram muito. Nessas faixas, agora, há mão e contra mão. O pessoal costuma respeitar. Por que não fazem a mesma coisa para os pedestres? Bem que os ingleses pensaram há tempos atrás em pintar faixas de mão e contra mão na Oxford Street, para pedestres. Teria sido uma excelente idéia se posta em prática. Do jeito que está, é um horror frequentar a rua nos finais de semana, porque as pessoas se metem umas em cima das outras.

Concluindo, regras, se aceitas pela população, são excelentes em lugares frequentados por multidões. Tanto faz se em Londres ou aqui em São Paulo. Mas há que serem aceitas para funcionarem. Em Belo Horizonte, por exemplo, no parque lá perto de casa, até que pintaram as faixas para separarem os pedestres... Mas sempre tem um idiota que insiste em andar ou correr do lado contrário. Dá uma vontade louca de gritar na orelha do desgraçado que ele é um animal irracional que merece um soco na fuça por não respeitar as regras que melhoram o convívio humano, já difícil em grandes cidades.

Concluindo II, tem dias em que eu sonho que o mundo seria tão melhor se fosse povoado apenas por mim e mais ninguém.

Um comentário:

João Batista disse...

E o que você achou dos macaquinhos pendurados no monumento do empurra? Chegou a ver nos fins de semana? Aquilo vira um brinquedão. Não admira o apoio popular aos CEUS da Dona Marta... urge construir parquinhos de verdade por toda cidade... Aliás, aquela nova entrada ridícula do Niemeyer daria um belo escorregador gigante – neste caso, sem nenhuma mácula.