Células Tronco
Eu espero estar ainda viva quando finalmente tivermos nossos primeiros exemplares humanóides tão bem descritos por H.G. Wells em seu livro "A Ilha do Dr Moreau".
Ou por Mary Shelley no clássico "Frankenstein, or The Modern Prometheus".
Tudo é muito lindo, digno e ético agora, sim, é em prol do velhinhos vítimas de Alzheimer, dos garotinhos africanos vítimas de minas terrestres, dos super-heróis que caíram do cavalo, das lindas garotinhas louras que sofreram um acidente de carro por causa de um bêbado e ficaram tetraplégicas... Eles merecem toda essa desgraça, merecem?
Será que o bêbado que causou o acidente e também ficou tetraplégico poderá se recuperar, ou ele merece sofrer? Será que a medicina salvadora vai chegar as rincões horrorosos da África onde mais do que garotinhos amputados há pessoas morrendo diariamente de malária e fome?
Ah, com tudo isso será fácil escolhermos nossos filhos no futuro: "Doutor, quero um menino bem branquinho de olhos azuis e cabelos negros, com o maior QI que o senhor conseguir extrair dos meus genes e de meu marido, ou quem sabe não há outros genes melhores aí à escolha?"
Débeis mentais, mongolóides, autistas... Seus dias estão contados. Não haverá mais ser humano defeituoso sobre a face da Terra. Aliás, para completar com um de meus romances favoritos ("Admirável Mundo Novo"), todos nós morreremos lindos e com aspecto jovem, quando como tínhamos 30 anos. Simplesmente "desligaremos". E nunca teremos tido maiores preocupações ou sofrimentos em nossas pequenas fúteis vidas...
Fecho com Khayyam, no Rubaiyat:
This world one choice alone for men hath blest,
'Tis either Death, or Life by pain opprest;
How happy he to whom Death quickly comes,
And he who ne'er is born hath perfect rest.
Para não sofrer o melhor era não ter nascido...
2 comentários:
Que bom, um dia consertarão os petralhas também?
O problema são os embriões meia boca que serão vendidos pelos ambulantes! Já pensou?
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