quarta-feira, 30 de abril de 2008

E Aí Meu Rei?

Aha, isso pelo menos foi dito por um baiano. Porque se fosse dito por gente do Sul-Sudeste, seria mais ainda um Deus-nos-acuda. Mas foi um dos próprios baianinhos que disse isso, vejam só:

Da AE - "O coordenador do Colegiado de Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Natalino Dantas, atribui o mau resultado da faculdade no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) à baixa inteligência dos estudantes. "Deve haver uma inferioridade do alunado baiano com relação ao de outros lugares", afirma. "Talvez o baiano tenha déficits com relação a outras populações. Afinal, a prova foi a mesma em todo o País."

Dantas, que é baiano, citou que tal inferioridade de inteligência justificaria, entre outras coisas, o baixo desenvolvimento sócio-econômico do Estado, "apesar das grandes riquezas naturais", a popularidade do berimbau, "o típico instrumento de quem tem poucos neurônios", e a música de grupos tradicionais, como o Olodum, que ele qualificou como "barulho"."

Eu concordo plenamente com o homem. O Olodum não faz música porcaria nenhuma, ou vai me dizer que tocar tambor é fazer arte. Não saiu nenhum Villa-Lobos daquela terra, só produzem porcariada em termos artísticos. E eu morri de rir do berimbau... Pior que baiano, é turista burro que compra aquela coisa e leva para casa.

Baiano não quer nada com nada. Se quisesse, já teria se mandado para Sampa. Pfff...

O Mundo Cão

Está em todos os jornais, em todos os portais de internet, o caso da dungeon family. É assim que os chamam aqui na Inglaterra. Eu leio todos os dias as notícias que os jornaizinhos distribuídos "gratuitamente" no metrô escrevem sobre a família austríaca (a palavra gratuitamente vai entre aspas porque não há almoço grátis, alguém paga a conta do jornal).

Confesso, é uma das minhas fraquezas, gosto de acompanhar o mundo cão. Quando ainda morava em Belo Horizonte - e lá se vai mais de uma década - lia sempre as páginas policiais do principal jornal da cidade à cata de notícias sobre a saga dos Leite e dos Cordeiro. Essas duas famílias do Vale do Jequitinhonha se matavam há anos quando comecei a acompanhar o caso. E já haviam extrapolado os limites do estado de Minas Gerais. Fascinante. O melhor episódio - não me lembro mais quem matou quem - foi quando pistoleiros contratados por uma das famílias vestiram o uniforme da Polícia Federal, bateram no rancho onde morava um pessoal da outra família, tomaram café da manhã com eles e depois abriram fogo. Coisa de cinema mesmo. Mataram cerca de 7 integrantes, mas uma das meninas sobreviveu, fingindo-se de morta no meio dos mortos.

Quanto ao caso do austríaco, algumas peguntas ficam no ar. Espero que nos dêem respostas em breve:

- A digníssima senhora mãe da menina passou 24 anos na casa sem ouvir nenhum barulho? Nunca teve curiosidade de ver o que o maridão trancava a 7 chaves lá embaixo? Engraçado, mulher é sempre tão curiosa...

- A menina vinha sendo abusada desde os 11 anos. Foi presa no porão com 18, já devia ter algum discernimento ou então devia ter indícios de retardamento mental. Como alguém que vem sendo constantemente abusado é atraído tão facilmente para uma masmorra por um monstro que odeia?

- Presos conseguem fazer ferramentas mortíferas em prisões. A menina não conseguiu soltar nem um cabinho do banheiro para estrangular o pai no momento do coito não? De novo, para mim são indícios de um retardamento mental, ninguém pode ser assim tão passivo.

- Será que eles viviam pelados? Nem para se estrangular com um pedaço de roupa então, já que não conseguia matar o pai...

É, é o mundo cão. Dá arrepios mas me sinto irremediavelmente atraída. Não dou a menor bola se a Amy Winehouse está se enchendo de cocaína ou cachaça, gosto mesmo é das matérias policiais dos jornalecos.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Somerset Camembert

Hmmmm achei bem mais gostoso do que o verdadeiro camembert. Mais macio, mais firme, menos agressivo ao paladar.

God Save the English Cheese!

Meus favoritos para o dia-a-dia aqui são o Cheshire e o Wensleydale. São quebradiços, branquinhos, e derretem facilmente no sanduíche. Delicious.

E pensar que consegui viver 2 anos nos Estados Unidos sem ter queijo decente para o dia-a-dia, tsc tsc tsc. O único queijo que comprava lá era um caribenho, branco, uma mistura de frescal de Minas com queijo de coalho nordestino - não derrete. O resto era de matar qualquer cristão, queijo Kraft não dá para engolir, né.

domingo, 27 de abril de 2008

Sunday Sunday

What a delightful Sunday! It's raining out there, that light rain, and I am so lazy to go anywhere anyway, it's great when it rains and one can stay indoors, better, when one doesn't really feel like going anywhere and there's no force compelling one to do that. Yeah, because if it's sunny one almost feels obliged to go outside, otherwise one feels like one is missing life, missing those precious moments outdoors. If it's raining, there's no such feeling, rain is such a great excuse. One forgives oneself for missing life, and grab a good book, sit in the big old chair, looking to the garden and to the light rain pouring from the skies, and damn it feels so good. Let me get that hot cup of tea and it's just so perfect. What else could I ask for?

sábado, 26 de abril de 2008

Women

É por isso que vocês nos amam... ;-)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Pós Feminismo - II

Voltando ao cartel masculino nas grandes empresas européias, ao Clube do Bolinha, onde menina não entra. Gostaria muito que essa questão já estivesse ultrapassada, mas como tudo nessa vida, são necessários muitos anos até que idéias insensatas sejam aposentadas de tão caducas.

Claramente há poucas mulheres no comando de organizações porque elas não querem esse tipo de vida, em geral. Elas não querem fazer 12, 13, 14 horas de trabalho por dia; elas não querem abrir mão de férias; elas não querem deixar de pegar os filhos às 5 da tarde na escola, e por aí vai.

Será que alguém acha que um desses caras aí, CEOs de empresas, qualquer que seja ele, chegou lá por acaso, ou que foi devido a seus belos olhos? Não, meu bem, foi fruto de uma vida de trabalho, e trabalho duro. Nada cai do céu para ninguém, assim sem mais nem menos.

Como disse anteriormente, não estou defendendo os homens, estou defendendo quem merece chegar lá por esforço próprio. E isso vai contra a política de cotas para mulheres em empresas. Já vi um grande banco americano fazendo isso, deliberadamente querendo ter um percentual de mulheres e negros mais alto que os outros, tudo em prol da tal da "diversidade". Se for mulher e negra então é mais preciosa ainda. Quer diversidade, vá ao zoológico. O tal do banco só conseguiu contratar uns incompetentes que foram demitidos um ano depois. Pfff...

Acontece que essa política de "diversidade", de ser PC, é mais comum nos Estados Unidos. Aqui na Europa o pessoal ainda não liga muito para esse tipo de coisa (ainda bem, penso eu). Por isso o mundo "machista" europeu, já que as empresas não vão contratar um ser humano só porque ele apresenta uma fenda ao invés de um membro, e um outro só porque ele tem a pele mais escura. Contribuindo para o mundo mais "machista" europeu, como disse anteriormente, há o fato de as mulheres européias não almejarem a esses cargos. O percentual de italianas que trabalha fora é baixíssimo se comparado com os Estados Unidos. Penso que a taxa de natalidade deveria ser inversamente proporcional. Que nada. Cá entre nós, o que o mulherio faz? Ou tem amantes, ou vai às compras? Isso não é da minha conta, é mais uma questão de curiosidade, hehe.

Último dado: depois de queimarem sutiãs na década de 70, pedirem amor livre e anti-concepcional, parece que paramos por aí. No MBA da Columbia Business School, apenas 35% da classe é formada por mulheres, e Columbia apresenta o percentual mais alto entre as escolas top ten americanas. Há escolas que tem apenas 20%, por exemplo. Pois é, por que será? Será que ainda estamos queimando sutiã por aí?...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Pós Feminismo - I

Primeiro, leiam esse comentário enviado ao FT por uma economista advogada.

Agora, discuto o assunto. Em primeiro lugar, por ser um comentário, tem espaço pequeno e limitado. Acho que ela tentou abordar muitos assuntos de uma tacada só, como por exemplo o espaço da mulher na esfera governamental e na esfera corporativa. Deveria ter escolhido apenas um.

Não contente com isso, ela intercala os dois assuntos como se ambos tivessem a mesma causa. Obviamente dá para reparar que ela é advogada, porque escreve de forma confusa. Fosse engenheira, escreveria sequencialmente em bullet points.

Por último, vamos à análise do que foi escrito. Não vou comentar as bobajadas governamentais como estabelecer cotas para a participação feminina em partidos políticos. Tenho verdadeira ojeriza do governo socialista espanhol e não acho que cota seja o caminho certo para política nenhuma.

Vamos ao mundo corporativo, onde tenho experiência de sobra. A autora mesmo afirma que "Na Ásia, mais mulheres trabalham e trabalham mais horas". Logo em seguinda ela usa a expressão "on top of that", que significa "além disso". Não, minha cara autora, você está usando a expressão errada. Deveria ser "because of that".

É óbvio que as mulheres asiáticas e americanas (incluindo latinas) trabalham mais que as européias. E é por isso que vemos mais mulheres em posições de liderança nessas regiões do mundo do que aqui na Europa. A mulher européia em geral não quer nada com nada; nem trabalhar, nem parir (vide taxas de natalidade caindo a níveis alarmantes).

Daí ela vem com o absurdo dos absurdos: há um cartel masculino nas grandes corporações européias impedindo as pobrezinhas de chegarem lá. Ela mesma se contradiz: oras, não é porque as outras trabalham mais que chegam lá? Logo em seguida ela emenda: queridas, mas vocês têm que se ajustar à realidade, não dá para trabalhar apenas 2 dias por semana e que seja das 9 às 5. Ué, afinal, há ou não há o cartel?

Para finalizar o horrível texto, ela nos brinda com a seguinte pérola: empresas que têm mulheres em posição de senior management são mais lucrativas. Isso porque as mulheres em geral não prestam atenção a formalidades e se comunicam diretamente, passando por cima de bloqueios organizacionais, explica a autora.

Essa é de chorar de rir, não? Se elas se comunicam tão diretamente e tão bem como a autora escreve, é melhor manter o cartel masculino mesmo. Ela parece muito minha tia contando causo, e eu sempre interrompendo: tia, vai direto ao ponto, anda.

No próximo post, minhas bombásticas opiniões sobre o papel da mulher na vida moderna. Não, eu não sou machista, nem feminista, muito antes pelo contrário (como todo bom mineiro, hehe). Eu sou a favor da meritocracia total, não importa gênero, credo, cor, raça, religião, sexo, número de braços, pernas, filhos, etc...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Padre Alienado

Não bastavam os padres pedófilos, agora a Santa Madre Igreja nos presenteia com um padre voador. O digníssimo quis imitar Ícaro, e espero ardentemente que ele tenha o mesmo fim que o grego.

Aliás, se sobreviver à burrice, espero também que a Santa Madre Igreja o expulse, pois onde já se viu, o que faz o padreco achar que ele deve voar em balões de hélio em vez de atender os fiéis. Classificaria tal ato como tentativa de suicídio, se ele não for bem sucedido, ou suicídio se ele for. Qualquer um é suficiente para expulsá-lo da Igreja.

Se ele sair vivo de tal empreitada, espero que o Estado (nós, estúpido) apresente a ele a conta singela do resgate. Eu não pago impostos para socorrer padreco idiota aspirando aos 15 minutos de fama não.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A Primavera!

Ai não quero nem ver como vai ser o verão... Estou me matando de calor e lá fora fazem... 11 graus. Imagino quando chegar aos 25, cometerei hara-kiri. Dá para andar de camiseta de manga curta já.

É simplesmente incrível como o nosso corpo se acostuma a sentir menos frio e mais calor em países mais frios.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

La Garantía Soy Yo

Agora é que não temos mesmo moral nenhuma. Até para paraguaio o Brasil abaixa as calças, que absurdo. Eu não quero nem imaginar a cena, haha, mas aí vai: o padreco e o Brasil de calças arriadas, é de se pensar. E como o Brasil é uma criança mesmo, ai ai ai... Será que podemos pedir compensação depois ao Vaticano por termos os cofres arrombados?

Como eu odeio o Amorim, acho que o odeio mais que ao Mulla. Será que não dava para intoxicar o sujeitinho com uísque falseta do Paraguai não? Vai lá, Amoreco, vai lá tomar umas com o padreco, vai, vai tomar uísque paraguaio...

Enquanto isso, a viúva (a otária da crasse mérdia) paga la cuenta! Êeeee patão!

Da AE - "O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou hoje que o Brasil vai mesmo abrir negociações formais para reajustar o preço da energia elétrica de Itaipu comprada do Paraguai. A decisão política está tomada, e, segundo o ministro, o que o governo vai discutir agora com o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, "é a maneira de fazer (o reajuste)".

P.S.: ai que saudade do Duque de Caxias... Ele sim, sabia receber paraguaio. À bala!

Top Top Top

Aê Jimmy Carter, você não aprende heim. Velho desse jeito e ainda fazendo papel de palhaço. Mereceu, mereceu. Top, top, top para você, que eu me mato de rir aqui.

Que Estado Palestino é esse com fronteira de 67? Por que Israel deveria aceitar isso? Aliás, por que nós deveríamos aceitar isso? São terroristas criminosos. Vai ter Israel sim e por mim voltava com a ocupação total da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Os colonos *nunca* deveriam ter cedido o espaço para os terroristas palestinos, nunca.

Da AFP - "O movimento palestino Hamas está disposto a aceitar um Estado palestino com as fronteiras de 1967, mas "não reconhecerá Israel", afirmou nesta segunda-feira, em Damasco, o chefe da organização, Khaled Mechaal, desmentindo as afirmações do ex-presidente e Prêmio Nobel da Paz Jimmy Carter.

"Aceitamos um Estado palestino nas fronteiras de 4 de junho de 1967 com Jerusalém como capital, um Estado soberano sem as colônias (israelenses), com o direito de regresso dos refugiados palestinos, mas sem o reconhecimento de Israel", afirmou o líder no exílio, em uma coletiva de imprensa.
"

domingo, 20 de abril de 2008

Mighty Europe

Onde estão os europeus do naipe desse aí? Precisamos tanto de um novo Churchill, e o que temos? O pequeno Sarkozy - tanto em termos físicos quanto morais, o coringa Gordon Brown - me refiro ao inimigo do Batman mesmo, o apresentador de tv Berlusconi - para brazuca, igualzinho ao Sílvio Santos, a indecifrável Angela Merkel - a meu ver, ainda não sei qual é a dela, e, do outro lado, o agente secreto Putin - e seus envenenamentos por material radioativo.

Engraçado notar que em Paris se encontram mais referências a Churchill do que a de Gaulle. E, por incrível que pareça, Paris tem mais monumentos a Churchill do que Londres.

A francesada se sente na dívida até hoje, he he.

P.S.: Paris, me aguarde. Voltarei lá em junho!!!

sábado, 19 de abril de 2008

A Primeira Culpa

Era sua melhor amiga. Todos os sábados se encontravam no clube, e invariavelmente ela acabava indo para a casa da amiga.

Almoçavam na cozinha mesmo, só as duas. Lembrava-se de como tinha que comer até deixar o prato limpo, pois a mãe sempre lhe dissera que "jogar comida fora era pecado", e "é o restinho que engorda". O prato era grande, mas heroicamente comia tudo, até mesmo as odiosas cenouras cozidas, as quais tanto detestava. Pois nunca, em hipótese alguma, deveria pedir qualquer prato diferente do que fosse servido à mesa. E o prato já vinha feito pela empregada.

Após o almoço, o pai da amiga as levava a outro clube, esse um pouco mais distante, perto da lagoa. Era sua recompensa afinal. Adorava o pai da amiga, achava-o um verdadeiro gentleman. Era bonito, educado, e jogava tênis. E quando chegavam ao clube, ele as deixava pegarem o que quisessem com o baleiro da porta. Raramente comia balas em casa, a mãe dizia que estragavam os dentes. Mas era tão gostoso!

Após uma tarde de recreação no clube, voltavam à casa, onde se encontravam com a mãe da amiga, e iam todos invariavelmente a um restaurante italiano comer uma massa. Mais à noitinha, deixavam-na em casa.

E assim se passaram vários sábados. Um dia, no clube, a mãe da amiga perguntou a sua mãe se no próximo sábado ela poderia estudar com a filha uma matéria da qual teriam prova em breve no colégio. A amiga era fraquinha nos estudos, e ela era uma das melhores da classe. "Claro que sim", foi a resposta.

Como não queria que fizesse feio, a mãe mandou-a estudar a matéria com antecedência para melhor ensinar à amiga. E ela fez exatamente isso, sabia tudo de cor.

Chegando o sábado fatídico, a mãe da amiga deixou-as no apartamento e saiu. Não iriam ao clube daquela vez. Sábado indolente, sábado morno, sábado tentador! Ela lembrava que deveriam estudar, mas não tinha coragem de se opor à amiga, afinal estava na casa dela. E brincaram a tarde inteira, se divertiram, até o momento da chegada da mãe da amiga.

"Estudaram?", foi a primeira pergunta que ouviram. Com a mesma intensidade que gostava do pai da amiga, desgostava da mãe. A amiga titubeou, mas acabou mentindo dizendo que haviam estudado. Ela não se deu por convencida.

"Adriana, vou te tomar a matéria. Pode começar, dá cá o caderno", disse, com voz de trombone. A amiga gaguejou, suou, suava em abundância nas mãos. Não conseguia repetir a lição. Ela sofria pela amiga, além de se sentir constrangida ao máximo assistindo à cena. Não deveria estar ali, "o que estava fazendo ali?", pensava. Queria sair correndo.

E a mãe cuspindo fúria: "Você não sabe nada, Adriana! O que tem na cabeça, qual o seu problema? Aposto que sua amiga sabe tudo, ela é inteligente!" E se dirigindo a ela, com um olhar cortante como faca, lançou o veneno: "Vamos lá, recita a lição".

E ela, sentindo-se a menor pessoa do mundo, completamente helpless, começou a cantilena. "O Índio. O dia dezenove de abril é o dia do índio. Os índios vivem em ocas ou malocas no meio da floresta..."

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Em Breve

Não perca esse fim de semana as nossas lições de como se tornar um cara rico.

Não, estúpido, não é jogando na loteria nem tomando dinheiro emprestado em banco que você vai ficar rico. Muito menos aplicando para Bolsa-Esmola, Bolsa-Geladeira, Bolsa-Gás, Bolsa-ProUniversidade-Ruim.

Bom, o Bolsa-Ditadura até calhava né, mas quem mandou seu pai não ser vagabundo, cabular aula e falar mal de milico? Tá vendo, deu nisso, você entrou pelo cano. Agora vai ter que trabalhar, mané.

Índio Quer Apito

Talvez não apenas apito, mas de quebra pedaçoes de espelhos e outras bugigangas.

Não sei se já deixei claro aqui minha posição em relação aos indígenas, mas vou dar uma dica. Gostava dos Bluecoats americanos. Foi uma pena que não tivemos uma "corrida para o oeste" como houve nos Estados Unidos. Assim, o problema do índio estaria eliminado, digo, solucionado.

Por outro lado, pelo menos não temos grande parte da população formada por indígenas como ocorre no Equador ou na Bolívia.

De qualquer forma, não acredito em culturas inferiores, e acho que elas devem ser niveladas com a cultura superior. Claramente a cultura do "homem branco" (acho idiota esse termo, mas enfim) é superior. Os índios deveriam ser trazidos à civilização - aliás, grande parte deles vive na civilização, essa coisa de se dizer índio hoje em dia é igual mulato que se diz negro. Digamos que de índio e negro todos temos um pouco.

Mas é óbvio que há interesses econômicos por trás desse papo mole de respeito a culturas, oca, maloca, menino barrigudo de verme, menina assassinada por causa das crenças, etc etc etc. Ou vocês não acreditam que a indiaiada extrai madeira? Índio quer helicóptero também, não havia um cacique desses aí que além de estuprar e não ser preso porque é inimputável andava de helicóptero? Ou seria jatinho? Não importa.

Lembram da Dorothy, a freirinha ianque assassinada a mando de um vil fazendeiro? Oh pobrezinha, dirão. Eu começo a duvidar das notícias que recebo desses rincões do país. O que a freira estava fazendo lá mesmo? Será que não estava fazendo baderna, perturbando a boa ordem das coisas? E o resto das malditas ONGs?

Eu só acredito em reservas indígenas se formos fazer um esquema turístico estilo Parque dos Dinossauros (ou seria Admirável Mundo Novo?). Vamos cobrar ingresso para manter os pelados por lá, vivendo da "caça e da pesca". Trazemos a europeiada maravilhada por um índio (depois de 500 anos ainda não perderam o gosto por um selvagem), cobramos ingresso para entrarem na tribo, participarem de rituais, dormirem em rede e andarem de tanga, e ainda se quiserem darem uma de Tarzan e Jane das florestas, abraçadinhos à Chita. Aí sim, seria um projeto economicamente viável que poderia substituir a cultura do arroz na região - por sinal, vocês viram o quanto aumentou o preço do arroz??? É uma boa plantar arroz ultimamente.

Como se dizia lá em casa, há muito tempo: nós não vemos a hora de o trator passar por aquela floresta, transformando tudo aquilo em ouro vegetal. Que venha a soja! O Mato Grosso já está fazendo isso, que a soja do Pantanal se estenda até a floresta. Sou Blairo Maggi para governador do Amazonas!

P.S.: teve um ataque histérico lendo esse post, ó verdoengo?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Artigos Definidos

Ufa, ainda bem que estava falando inglês, claro, e que no inglês não se coloca artigo definido antes de nome próprio como no português. Aliás, nem há gênero para os artigos definidos, o que torna a vida muito mais simples.

- (voz masculina) Alô.
- Alô, eu queria falar com (a) Rory.
- É (o) Rory.
- (5 segundos de silêncio processando a informação na cabeça) Oi Rory, eu queria te dizer...

Jurava que Rory era nome de mulher. Não é. Só havia falado com o Rory por e-mail, como saber se era a Rory ou o Rory? Só sei que soa como nome de mulher, mesmo sabendo agora que é nome de homem.

E essa não foi a primeira vez aqui. Nos Estados Unidos é fácil adivinhar o sexo da pessoa pelo nome. John, Peter, Paul, Robert, William, são todos nomes de homens. Mary, Elisabeth, Ann, Grace, Amanda, são todos nomes de mulheres.

Mas aqui na Inglaterra não apenas há mais pessoas de países de língua estranha, como há os nativos do Reino Unido que têm nomes escoceses, irlandeses e gaélicos!!!

A primeira bola fora foi chamar a Sehar Mahmoud de ele; depois chamei o indiano Amey Joshi de ela. Agora foi o Rory Lane de ela. Mas não os chamei diretamente, claro, foi conversando com o meu colega escocês (que por sinal se chama Graeme - nome não existente nos Estados Unidos) que cometi os erros de gênero.

Ele morreu de dar risada da minha "ignorância".

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Exército Comum Europeu?

Funes quer um exército europeu.

"O que sempre defendi e continuo a defender é que não há nem haverá nunca Europa nenhuma, enquanto a UE não dispuser de uma política de defesa e de segurança comum e de um exército comum."

Para mim, há outras prioridades, que tornariam a Europa um bloco mais hegemônico, próxima realmente de uma união verdadeira. Prioridades econômicas, claro. Quando vejo um Berlusconi eleito dizendo que a Alitalia tem que continuar nas mãos dos italianos, perco toda a fé na União Européia.

Quem está querendo comprar aquela massa falida? Não é uma empresa coreana, não senhor. Nem chinesa, nem ianque, nem japonesa, nem russa. É a Air France-KLM. Genuinamente EUROPÉIA. Por que o nacionalismo barato do Sr Berlusconi?

Vale lembrar que não são apenas os italianos, tão malhados ultimamente nesse blog (me dispiaci, ragazzi). Os queridos franceses, considerados por essa autora apenas meio-latinos, gritaram de fúria ao saber da fraude no SocGen, e rapidamente disseram: só aceitamos um banco francês fazendo ofertas.

Isso lá é União que se preza?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Recomendo A Leitura

Intenção estratégica e o homem-massa

E o mundo está cheio deles... Mas há que se reparar o seguinte: a malta ignara adora o seu comportamento de "herd". A minha proposição é a seguinte: que os indivíduos iluminados usem as mesmas táticas para dominar a malta e fazê-la andar na direção que queremos. Afinal, os fins justificam os meios...

Aí temos de ouvir o palavrório vazio dos liberais e suas idéias de liberdade, de poder do indivíduo, etc. Esse papo já me cansou. Malta é malta, gosta de ser malta e não quer pensar. Que nós, os bons, botemos a coleira nela. Antes nós do que eles.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Modern Short Story

Ela chegava sempre no mesmo horário à estação, e pode reparar que devia ter havido algum problema com o trem. "Nunca há tantas pessoas assim na estação às 7:20 da manhã!", pensou.

Nesse horário, os trens costumavam passar de 3 em 3 minutos no máximo. De qualquer forma, o próximo trem chegaria em 2 minutos. E veio cheio de gente.

Ela sempre entrava no mesmo vagão, todos os dias. Já sabia o local certo onde a porta se abriria. Nesse dia, estava lá parada, no mesmo lugar, esperando a porta se abrir.

E eis que ela se abriu, e ela adentrou o vagão. E aí, a visão: lá estava o homem, em pé, parado. Devido ao fluxo de pessoas para dentro do vagão, ela acabou ficando de pé ao lado dele.

Comecou a analisá-lo, de início com uma certa curiosidade. Vestido normalmente, nem executivo nem pedreiro. Calças cáqui, camisa e um casaco preto de lã que chegava na altura da coxa.

O trem deu um tranco, ele encostou no pé dela. Ela olhava para baixo, ele usava sapatos de couro preto. Instintivamente ao sentir o esbarrão ela olhou para cima, e seus olhos se encontraram. "Sorry", disse ele. Ela tentou esboçar um sorriso.

Mas não dava. Já estava suando frio. Já estava entrando em pânico. "Devo saltar agora do trem nessa estação ou espero chegar a minha?". Desde que havia entrado no trem e encontrado o estranho, só uma estação se havia passado. Estavam na segunda. E sua baldeação seria apenas na terceira.

"Saio ou nao saio?", só conseguia pensar nisso. Estava com vontade de gritar, de chamar a atenção de todo mundo. Olhava nervosamente para o celular nas mãos dele. Lia mensagens de texto enormes. Seriam instruções?

Ela se lembrou de quando seus olhos se encontraram. O "sorry" dele foi meio balbuciante, como se tivesse sido pego de surpresa. Mas o olhar, ah o olhar era frio, muito frio.

"Saio ou nao saio?", e apesar de reparar que o homem era magro e que nada havia debaixo de seu casaco, ele portava uma mochila. O calor dentro do trem estava ficando simplesmente insuportável.

"The next station is Finchley Road, change to the Metropolitan Line". Ela saiu finalmente do vagão e respirou o ar gelado da manhã. Era bom estar viva, muito bom.

Ele não explodiu o trem.

domingo, 13 de abril de 2008

Sabedoria

"Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado." (Mateus, 6, 34)

Ah se eu tivesse seguido essa recomendação antes, como teria sido mais feliz. Por que se preocupar à toa, por que consumir o tempo precioso com conjecturas inúteis. O que tiver de ser, será. Mais vale a pena uma reação rápida e sábia aos estímulos do ambiente, trabalhando com dados concretos, do que se amargurar e sofrer pelo incerto.

Mas, pior do que olhar apenas para o futuro, é olhar apenas para o passado. Lamentar o passado é pura perda de tempo. "E se's " não existem. Por isso cada decisão tomada nas forquilhas da estrada deve ser bem pensada e pesada; pois, se assim for, não há porque se arrepender no futuro. Fizemos o que deveria ter sido feito no momento, e sigamos adiante.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

And Did Those Feet In Ancient Time

Poem by William Blake
Music by C. Hubert H. Parry
(um dos hinos nacionais britânicos, maravilhoso, ouça aqui)

JERUSALEM

And did those feet in ancient time
walk upon England’s mountains green?
And was the holy Lamb of God
on England’s pleasant pastures seen?

And did the countenance divine
shine forth upon our clouded hills?
And was Jerusalem builded here
among these dark Satanic Mills?

Bring me my bow of burning gold!
Bring me my arrows of desire!
Bring me my spear! O clouds, unfold!
Bring me my chariot of fire!

I will not cease from mental fight,
nor shall my sword sleep in my hand,
till we have built Jerusalem
In England’s green and pleasant Land.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

James!!!

Ainda terei o meu James, vocês vão ver só.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Tédio Terrorista

Um atualização user-friendly sobre as organizações/Estados terroristas e suas últimas atuações nesse palco cretino chamado mundo:

- FARC: esses aí já acabaram, mas só eles não perceberam. Eles e a tal ONG em prol da Ingrid Betancourt. É muito chato ela estar lá sequestrada, é, isso é fato. Agora, já ENCHEU né. Dêem um tempo, meu. E parem de chamá-la de franco-colombiana só porque ela casou com um francês no passado. A mulher é colombiana. Quer dizer que quando eu conseguir minha cidadania de primeiro mundo serei uma britânica-brasileira? E mais, ONG dos infernos, para de pedir desmilitarização só por causa da mulherzinha. Não vê que a estratégia do Uribe está dando certo? Que se a mulher morrer vai ser por única e exclusiva culpa dos terroristas, que até repeliram a missão francesa? Não vê que a cada dia que passa mais e mais militantes se entregam ao Exército? A-CA-BOU procês, mermão, A-CA-BOU. PEDE PRA SAIR! PEDE PRA SAIR!

- IRAN: nossa, que papo chato. Constrói logo a porcaria de reator nuclear e faz um teste de bomba em algum lugar, que aí o pessoalzinho mané (europeu em sua maioria) realmente vai mexer a bunda. Não vejo a hora de ler sobre os testes nucleares dos aiatolás ensandecidos. Será que ao invés de fazer o teste no atol de Bikini eles vão fazer o teste no atol de Burqa???

- CORÉIA DO NORTE: heim, não morreram de fome não??? Ainda não??? Tem algum cretino mandando comida para aqueles desgraçados? PARA DE MANDAR COMIDA, zé! Aí o problema acaba rapidinho, literalmente. Chega de Fome Zero e Bolsa-Esquisito para o Kim-Jong II!

-AQMI: vai me dizer que tu ainda não sabe o que é AQMI, está por fora heim. É Al Qaeda do Magrebe Islâmico. Tipo, são aprendizes da Al Qaedona, sacou? Ainda não sabem fazer as coisas direitinho não. Por exemplo, as antas sequestraram uns turistas austríacos, e começaram a fazer as típicas ameacinhas: vou cortar a cabeça deles na televisão, etc etc etc. Queriam resgate, parecem mais sequestrador pé-de-chinelo brasileiro. Só faltava fazer ligação de orelhão a cobrar. Pois é, o governo austríaco nem tchum. Só faltou dizer: ah, pode cortar, austríaco a gente ainda tem aqui, está acabando, é verdade, porque estão nascendo mais Mohameds, mas ainda tem de sobra. Faz falta não. Agora os carinhas ficam esticando o prazo para cortar a cabeça dos pobres turistas. Avisinho a turista cretino, religioso cretino, e o escambau cretino: VAI FAZER TURISMO, PROSELITISMO e o cacete a quatro em lugar DECENTE, meu. Para de ir lá provocar os caras. E se for, PEDE PRA CORTAR A CABEÇA LOGO! PEDE PRA CORTAR!

A próxima atualização desse boletim se dará daqui a 2 anos.

Eleições Americanas

Ainda não se decidiu?
Não sabe se quer um mulato na presidência?
Será que prefere uma mulher então?
Está perdido???

SEUS PROBLEMAS ACABARAM!!!
Compre a mais nova cédula auto-escolhator Tabajara.

A cédula auto-escolhator Tabajara já vem com um X ao lado do nome do McCain! Sem perda de tempo, sem roer as unhas ao tentar se decidir entre um mulato e uma mulher! Votando em McCain, ao mesmo tempo você ganha de presente uma vice-presidente que é MULHER e é NEGRA!

Cédula auto-escolhator Tabajara: a única que te permite eleger ao mesmo tempo para a direção da potência mais poderosa do planeta um homem, um branco, uma mulher e uma negra!

Muito melhor do que só mulato, ou só mulher...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Que Tédio!

Ai que tédio, nenhum banco vai falir essa semana não? E o Lehman, ninguém desconfia mais do Lehman? Não há nada de emocionante por aí, tudo a mesma coisa, as mesmas velhas notícias de sempre.

(Da última vez que pensei assim meus desejos secretos foram atendidos pela divindade superior e eu acabei sendo transferida para Londres a contra-gosto, tudo porque queria mais aventura na minha vida. Toc toc toc, bate na madeira.)

Só falta então falar mal do governo, qualquer governo, todo governo no fundo é uma bosta. Mas até isso no momento está entediante, vou falar da Dilma Machadão e suas desculpas esfarrapadas, ou vou falar do Baraco-baco e seus discursinhos vazios, ou será melhor falar do Red Ken e seus 15 filhos bastardos e idéias estapafúrdias, ou pode ser o Sarkozy e sua tendência a pensar somente com a cabeça de baixo...

Ah, uma coisa me interessa: quero saber quem matou a Isabella!!! Vamos fazer um fundo de apostas, eu aposto que o pai dela tem culpa no cartório, cara de safado ele. E que coisa mais esquisita, deixar a menina no apê para depois pegar o resto da patota? Não dava para subir todo mundo junto não? Hmmm...

Ah deixa, vou voltar para o meu livro que tudo isso está muito monótono hoje. Fui.

domingo, 6 de abril de 2008

A Questão Ambiental - $$$

Nas minhas recentes viagens e consequente hospedagem em hotéis - Paris, Boston, Roma, Florença, Veneza e Londres - pude reparar uma coisa: da pousadinha ao hotel mais sofisticado, todos, mas todos sem exceção, nos pediram para contribuir com a causa ecológica.

Em um dos hotéis, em cima da cama, havia o seguinte lembrete: "caso não queira que a sua roupa de cama seja trocada todos os dias, deixe esse lembrete em cima da cama". E no banheiro: "se quiser que as suas toalhas sejam trocadas todos os dias, deixe-as no chão."

Em outro: "a nossa lagoa sofre com a poluição causada pelo ser humano. Todos os dias, X toalhas e roupas de cama são lavadas em Veneza. Se quiser contribuir com o meio ambiente, use-os por mais de um dia". E nesses termos continuava o extenso bilhetinho.

Lembretes positivos, lembretes negativos, lembretes apelando para o lado emocional... Nenhum lembrete entretanto apelou para o meu lado financeiro e (eco)lógico.

Ora bolas, se os hotéis são tão conscientes assim, por que eles também não contribuem para a questão ambiental? Por que só eu, pobre turista, tenho de contribuir? Eu não vi nenhum bilhete assim: "não troque toalhas e roupas de cama todos os dias e todos nós contribuiremos para a questão ambiental: o hotel dará 5% de desconto por ter uma conta menor na lavanderia."

É muito fácil pedir que só uma das partes ceda, enquanto a outra não faz nada, ou pior, leva vantagem. Acontece a mesma coisa na questão das sacolinhas de supermercado. Aqui em Londres a Marks & Spencer passará a cobrar absurdos 5 pences por sacolinha, e a justificativa deles é a mais hipócrita possível: "nós estamos TE ajudando a contribuir com o meio ambiente". Oras, eu não preciso que ninguém ME FORCE a contribuir com nada. Eu por exemplo não vejo nenhum mal na sacolinha de plástico: eu a reutilizo sempre como saco de lixo em casa. Se não for essa sacolinha, terei de comprar saco de lixo plástico DO MESMO JEITO.

E o supermercado, vai me dar algum desconto por não estar tendo mais custo nenhum com a sacolinha? Lógico que não. Eles ganham, eu perco. Pois continuarei fiel ao supermercado que me der a sacolinha de graça, até o dia em que resolverem mudar.

Tudo isso só me diz uma coisa: os grupos verdes são nazi-fascistas, pois querem obrigar as pessoas a fazerem coisas que se não fossem forçadas a tal não o estariam fazendo. E ajudam no final das contas o capitalismo que tanto abominam. Sob a pretensa causa ecológica, creio eu que se escondem objetivos muito mais espúrios.

sábado, 5 de abril de 2008

Pride And Prejudice

Outro dia conversando com uma amiga brasileira, escutei-a desabafar sobre o que já tinha sofrido de preconceito nas mãos de secretárias inglesas. Ela estava trabalhando como secretária temporária em um grande banco da City.

Obviamente que, quanto maior o nível de educação, menor o preconceito. O americano que quer fechar a fronteira com o México é aquele que vê seu posto de trabalho ameaçado pela mão-de-obra mais barata mexicana. Aqui, aconteceu a mesma coisa com os poloneses há uma década atrás. Eles aceitavam trabalho pela metade do preço que um inglês faria.

A quantidade de mão-de-obra disponível também deve entrar na equação. Secretárias há de sobra, trabalhadores da construção civil também; já na Citi e em Wall Street, ou em Seattle, falta mão-de-obra especializada. E é exatamente nesse ponto que as políticas de imigração mais antigas falham: tratam todo e qualquer imigrante da mesma forma.

Voltando ao preconceito, pois. Eu nunca fui alvo de preconceito, nem nos Estados Unidos nem na Inglaterra. Nem há como. Enquanto todas as secretárias são inglesas, do meu lado esquerdo senta uma francesa, do meu lado direito um chinês, atrás de mim um americano e na minha frente um inglês nascido e criado no Zimbabwe. Só para vocês terem uma idéia da diversidade de nacionalidades que se encontra em um trading floor da City.

A única vez em que achei que alguém foi mais agressivo comigo por causa da minha origem foi no próprio Brasil, mais especificamente quando morava em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Era recém formada em Engenharia e estava fazendo uma daquelas (malditas) dinâmicas de grupo em uma empresa gaúcha. O garoto gaúcho chega para mim e em tom ligeiramente agressivo pergunta:

- O que tu tás fazendo aqui???

Ah, mas a resposta foi imediata, dita em um tom meio matter-of-fact:

- Tomando o seu emprego.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Italiano, Brazuca, Tutto La Stessa Cosa

Para nao bancar um Gerald Thomas da vida, ja vou avisando que o titulo eh italiano traduzido do ingles na ferramenta do Google. Detesto gente que acha que ja fala a lingua porque aprendeu meia duzia de expressoes, hehe.

Continuando a serie homo latrinus x homo anglo-saxonicus, essa reportagem me foi enviada por uma amiga italiana, morando aqui em Londres.

Te lembra algum outro povo, heim???

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Alitalia, Itália e Brasil

Para entender a verdadeira essência do homo latrinus...

Chamadas:

- Segunda pior economia da União Européia (eu tremo só de pensar qual é a pior, tenho quase certeza de que é Portugal);
- Nação afundada em dívidas (maior que o GDP);
- Candidatos a presidente do país (tanto direita quanto esquerda) só fazem promessas absurdas;
- Tem um nacionalismo para lá de barato: o governo já tirou a Alitalia da bancarrota por 2 vezes e agora se recusou a vender esse vexame para a Air France-KLM, só porque não são italianos.

A frase que resume tudo: "Italy is the land that resists change,'' said James Walston, a professor of politics at Rome's American University. ``Everyone complains, but in the end no one is willing to undergo the sacrifices necessary: for Alitalia it's the job cuts, for the economy it's the public spending it just can't contain.''

Te lembra algum outro povo, alguma outra empresa aérea??? Heim???

quarta-feira, 2 de abril de 2008

How To Become a Thousandaire - I

Esse blog de vez em quando presta informações úteis. Essa aqui, por exemplo, foi uma delas. Vou continuar a série, de forma mais divertida e real (la cobaia soy yo).

How To Become A Thousandaire - Lesson 1
(ou: de grão em grão a galinha enche o papo)


Opção 1:
- Latte/Cappuccino/Mocha (350 ml) vendido na cantina do trading floor, estilo Starbucks: £ 1.49

Opção 2:
- 2 pints (~1.1 l) de leite desnatado no supermercado: £ 0.76
- 1 pote (100 g) de café solúvel no supermercado: £ 0.80
- caneco de louça: gratuito (propaganda do banco)
- microondas e geladeira: gratuito (pertencentes ao banco)

O leite dá para os 5 dias úteis da semana, e o café em pó solúvel dá para aproximadamente 1 mês. Eu ainda não acredito como tem gente que compra aquele café na cantina... É bom, mas se você tomar apenas um por dia, vai pagar a bagatela de £ 32.78 por mês. Não é nada não é nada, mas chega a um bom jantar em um restaurante aqui em Londres.

Como dizia a Gabi, carioca: tu é mais judia do que eu.

Okay, okay, vez ou outra eu me presenteio com um mocha... Também ninguém é de ferro, né.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Wall Street Oscar

Essa é para quem está acompanhando a crise do mercado desde o ano passado pelo menos. Dá para dar boas risadas...
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And the Blackberry goes to…
Clive Horwood - Euromoney - Friday, February 01, 2008

In honour of the screen that bankers spend more time watching than any other, Euromoney has created the Blackberries. Here are this year's nominations.
February is awards season for the movie industry. Writer strikes permitting, Hollywood turns up the glamour and the glitz for the annual Academy Awards presentation.
Alternative awards ceremonies have also sprung up. While the Oscars recognize the best in film, the Razzies give prizes to the worst films and performers of the year.
The past year has been like one great thriller, horror story and comedy rolled into one for the global banking industry. So Euromoney decided to put finance and film together and, in honour of the screen that bankers spend more time watching than any other, has created the Blackberries. Our nominations are as follows:

- Best film:

The Departed
Starring: Chuck Prince, Stan O’Neal, Jimmy Cayne, Peter Wuffli and a cast of tens of thousands

Apocalypse Now
Starring: The global banking industry
Least likely line: "I love the smell of sub-prime in the morning"

A Bridge Too Far
Starring: Jimmy Cayne and Warren Spector

National Lampoon’s European Vacation
Starring: Bank of America

Billions flew out of the Cuckoo’s nest
Starring: Peter Wuffli, Huw Jenkins and John Costas

Dumb and Dumber
Starring: Moody’s and Standard & Poor’s

- Best Actor/Actress:

Lloyd Blankfein
Starring in: The Sixth Sense
Balding middle-aged American can see things others cannot

Jimmy Cayne
Starring in: Smokey and the Bandit (allegedly)

Sallie Krawcheck
Starring in: Bride of Chucky

Todd Thomson
Starring in: The Aviator

Zoe Cruz
Starring in: The Goodbye Girl

And the comments from readers:

- Best Supporting Actor:
Sir Richard Branson
Starring in: Robin Hood
Role: Sheriff of Nottingham

- Best Film:
There Will Be Blood
Featuring: Mervyn King, Alastair Darling plus a cast of thousands (of disgruntled litigious Northern Rock shareholders)

- Best Film:
French (Death) Kiss
Featuring: Daniel Bouton, Jerome Kerviel and JP Mustier.