Atlas Shrugged

"O wonder! How many goodly creatures are there here! How beauteous mankind is! O brave new world! That has such people in't!"

Eu tinha ouvido falar tanto desse livro pelos adoradores de Ayn Rand espalhados por aí, nos blogs que frequento... Tanto que resolvi comprar o livro e estou lendo agora.

Vou dizer um negócio, é fraquito. É fraquito porque nem é um romance, nem um manifesto filosófico. Ela tenta fazer ambos em uma obra só e se dá mal. Em termos de romances distópicos, os dois maiores de todos os tempos são sem dúvida Nineteen Eighty-Four por George Orwell e Brave New World por Aldous Huxley. O socialista Orwell faz mais pela defesa do capitalismo do que a bidimensional Ayn Rand.

Os heróis - um homem e uma mulher industrialistas cujo relacionamento até o momento é estritamente profissional - são chatos de dar dó. A cada 5 linhas, lê-se: I want to make money, I want to make money, my goal in life is to make money. Ah, eles não vão a festas, não se divertem, não lêem um livro que seja, e são cercados por gente esquisita.

Os anti-heróis - aqueles que os cercam, a tal gente esquisita - são também personagens totalmente planos. Tem o irmão e a mãe do industrial que vivem às custas dele, mas são totalmente a favor da distribuição da riqueza deles para os pobres do mundo; há o irmão da mulher industrial que não apenas é um panaca, mas que comete erros tão flagrantes que você fica assim pensando, ora ora, será que ele realmente vem de uma família instruída, com experiência no negócio? Não, ele não é um playboy, ele comete erros profissionais grotesquíssimos.

Enfim, ainda nem cheguei na página 200, é maçante o livro, mas claro que irei até o final conferir a bíblia capitalista... Anyway, who's John Galt?

P.S.: fiquei com vontade de ler de novo as duas obras-primas da distopia acima citados.