sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Outra Medida de Desenvolvimento

Eu ja tinha lancado aqui umas hipoteses em relacao ao desenvolvimento urbano. Vou lancar mais uma, com base no que ocorreu ontem a noite. Na verdade ela pode ser encarada como um subgrupo da hipotese 1, mas vale a pena lancar essa aqui em separado.

3) Os taxistas da cidade sao uma amostra representativa da populacao em geral. Ou seja, em locais desenvolvidos ha um servico relativamente decente de taxi, e os motoristas sao educados. Em locais nao desenvolvidos, o servico eh um droga - como quase todo o resto by the way.

Essa semana praticamente todas as mesas fizeram suas respectivas festas de final de ano. Como ainda estou em rotacao, fui convidada para tres, sendo que uma foi na quarta e duas foram ontem, quinta. Nada de excepcional a relatar na festa de quarta; alias, nem nas duas de quinta. O negocio foi depois da ultima festa de quinta.

O metro de Londres nao eh 24 x 7, o que eh um absurdo total. O ultimo trem - "moro em Jaçanã, se eu perder esse trem..." - passa nas estacoes centrais por volta da meia noite e vinte. Pois bem, eram 11:45 e ainda estavam servindo a sobremesa. Ninguem havia saido. Resolvi ficar, e um dos futuros chefes disse que eu podia mandar a conta do taxi para a mesa dele - ja que "Jaçanã" fica longe um bocado!

Saimos do restaurante a meia noite e quarenta mais ou menos. Um colega decidiu ficar comigo, ja que o resto do pessoal morava perto e pegaram um taxi nao licenciado juntos (aponto o primeiro problema: taxi nao licenciado?). Como eu iria sozinha, tinha obrigatoriamente de pegar um licenciado.

Dezenas de taxis passando de um lado apenas - o lado leste, onde os taxistas moram. Eu moro no lado oeste. Quem disse que eles queriam me levar? Nao, simplesmente nao. Carro vazio esperando alguem decidir ir para a zona leste, de forma que o motorista recebesse por sua viagem ate em casa. Segundo problema: trabalhador que se recusa a trabalhar, melhorar de vida, ganhar mais dinheiro; londrino nao quer saber de trabalho?

Finalmente, depois de andar por 30 ou 40 minutos em direcao ao lado oeste, e comecando a ficar desesperada, passa um taxi. Eu decidi falar com o motorista, logo fui a frente do colega. Sabe como eh, jeito feminino eh melhor para essas coisas de urgencia. Adivinhem a nacionalidade do motorista? Indiano ne. Hahahahaha. Tenho sorte com indiano. Ele ia comecar a fazer uma cara meio feia quando disse onde morava, mas ai eu olhei com cara de cachorro pidao e ele aceitou me levar em casa.

Fomos conversando do inicio ate o fim, e para variar o velhinho era simpatico. Dei uma gorjeta gorda a ele - cortesia com o chapeu dos outros eh facil, peguei recibo e entrei em casa as 10 para as 2 da manha.

Moral da estoria: da proxima vez, por melhor que esteja a festa, se nao tiver casa de amigo onde ficar, diga adeusinho a todos e pegue o ultimo trem.

P.S.: comparando o servico de taxi de Sampa com o Rio, da para notar a diferenca de desenvolvimento, para ficar em um exemplo brazuca. Mais ou menos a mesma coisa Londres x NYC.

Um comentário:

Blogildo disse...

Existe serviço de Táxi no Rio? Moro aqui e nem sabia disso. Hehehehe!
Dia desses, eu e a patroa precisamos pegar um Táxi aqui no Rio. Entramos num táxi legal - de frente para o melhor shopping center do estado. Depois de 5 minutos de viagem o cara parou num posto de gasolina e disse que precisava ir ao banheiro. Estranhei, mas disse "tudo bem".
Minutos depois o cara volta, chorando e dizendo que não tinha condições emocionais de nos levar ao destino. E começou a contar uma história de um assalto estranho em que um homem e uma mulher (negro e loura) o machucaram.
Pedi que ele nos levasse de volta ao shopping. O cara desistiu e nos levou ao destino no final das contas.

Essa social-democracia ainda bota o mundo a perder.