quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

And She Lived Happilly Ever After...

Ou o final da saga, da minha viagem de final de ano. Pois eh, parei no ponto em que caminhava em direcao `a aeronave, pensando que a probabilidade de atenderem ao meu pedido era baixissima, mas que mesmo assim nao custava tentar. Life's a game, so let's play!

Logo encontro a primeira aeromoca, e explico o caso. Em ingles, logico, a aeromoca era americana. Enquanto isso, o povo entrando no aviao... Ela fala que nao pode, etc etc, da todos os motivos, etc etc, e eu pensando "que coisa, nunca tenho sorte com mulheres, onde estao os homens???" E aih, de repente, eis que ele surge, atras da aeromoca, saindo da cabine de comando, e pergunta "what's the problem?" Aha, no mesmo instante eu comeco a explicar todo o drama a ele, nem presto mais a atencao `a aeromoca, que fica la, entre nos, somente ouvindo de novo a estoria... E vem a resposta: "vou tentar resolver o problema." Explico a ele que a garota disse que deveriamos ir rapidamente, porque poderiam recolher o material retido a qualquer minuto. E ele, um gentleman, sai do aviao comigo e vamos `a area onde ocorria a inspecao.

Ja cheguei sorrindo para a garota e dizendo a ela, em ingles (apesar de ela ser brasileira), "I brought the captain!" Haha. Ele abre a caixinha do perfume, estava perfeita, olha tudo, e pergunta a um sujeito que estava atras da garota (acho que o chefe dos inspetores ou coisa que o valha) o que aconteceria se ele levasse o perfume. Eu nao lembro exatamente as palavras do sujeito burocratico e com cara de mau humorado, mas ele explicou que liquidos nao eram permitidos APESAR de que a decisao final ficaria nas maos do capitao. E o meu heroi olha para mim, e diz que iria levar o perfume. E eu abro o mais maravilhoso dos sorrisos, e agradeco efusivamente, of course. Caminhando de volta ao aviao, ele me diz que nunca mais me esqueceria de colocar liquidos na mala grande. "Of course not, I won't forget that ever again."

O voo de volta foi muito bom, com excecao do brutamontes sentado atras da minha poltrona que nao parava de se apoiar no meu encosto. Mas como estava com muito, mas muito sono, coloquei o tapa-ouvidos, o bloqueador de luz nos olhos, e tive uma excelente (para as condicoes) noite de sono.

Na saida, conforme o prometido, la estava o capitao, segurando a minha caixinha de perfume. Agradeci novamente ao meu amigo, e penso que o pessoal da Delta em geral foi extremamente simpatico e que, portanto, voarei Delta com mais frequencia. Cortesias como essa nao sao comuns aqui na America, ja que aqui a lei eh cumprida no matter what. E acho que estao certos, pois "dura lex, sed lex". Mas nao creio que ele tenha quebrado a lei, ja que o sujeito mau humorado deixou a solucao do caso a criterio dele.

As aventuras terminaram de forma satisfatoria, e entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Vai levar um bom tempo para que eu retorne `a Terra Brasilis novamente... Passarei minhas proximas ferias em locais menos complicados, mas nem por isso deixarao de ser aventuras, as quais serao fielmente relatadas aqui nesse site...

"... and make their eyes bright and eager with many a strange tale, perhaps even with the dream of Wonderland of long ago: and how she would feel with all their simple sorrows, and find a pleasure in all their simple joys, remembering her own child-life, and the happy summer days."

8 comentários:

gilrang disse...

m.,

what a lovely and marvelous story you told us, sweet heart!... i won't ever forget it for, at the end, alice touched me soundly and deeply with her bright and eager eyes, just reflecting the shine within her...

Zé Costa disse...

Já escrevi alhures, somente os funcinários da Tam ou da Infraero poderiam ser insensíveis a um pedido seu... Por que será que você dá mais sorte com os homens? Seria inveja das moças?

um abraço.

Ricardo Rayol disse...

The book is on the table and strawberries fields forever. And, so what, sweet heart? Are the gods astronauts?

ehehehehehe... desculpe meu ingês sheaksperiano. Mas não deixe que um pequeno detalhe como quase ser presa impedi-la de retornar à terra pátria, mãe gentil, berço esplêndido.

patricia m. disse...

Rayol, ser presa eh um pouco forte. Hehe. Digamos que o maximo que poderia acontecer comigo era perder o perfume, ou seja, prejuizo financeiro. Nada mais do que isso... :-)

Blogildo disse...

Alice de volta à Terra da Liberdade! O que posso dizer? Bom retorno! Espero que quando voltares ao Brasil (se voltares, claro) a situação tenha mudado e país tenha se tornado um tantinho menos ordinário.
Sei que não vai acontecer isso. Não há absolutamente nada que indique alguma melhora nas condições tupiniquins!

Sorriso de Gato Cheshire pra você!

Paloma's Generation disse...

Eu estava mesmo curiosa para saber o que havia acontecido com o perfume, e pelo jeito vc encontrou um príncipe para lhe salvar...rsrsrs
Ainda bem que deu tudo certo...
Beijosss

Blogildo disse...

Patrícia,
Janer Cristaldo era o meu segundo articulista predileto no site do MSM. Olavo de Carvalho e ele partilham os ideiais liberais. Mas, há uma diferença fundamental entre ambos: Janer é ateu militante (ele não vai gostar do rótulo, claro) e Olavo é um conservador militante (também não vai gostar). Certamente os dois têm sérias divergências quanto a questão religiosa.

Eu gosto dos artigos dos dois. É claro que a identificação com o Olavo era mais óbvia. Afinal, não sou ateu. Ainda assim, os artigos de Janer serviam para eu “amolar o machado”, por assim dizer. Sempre que podia eu escrevia um e-mail para ele apontando algum equívoco da leitura que ele fazia da Bíblia. Concordando ou não comigo, Janer sempre respondeu meus e-mails com muito respeito. E por incrível que possa parecer, já concordou comigo pelo menos uma vez.

Lembro de uma vez que ele citou um versículo bíblico em que Davi, o rei de Israel, torturava prisioneiros de guerra. Eu indiquei a ele várias traduções da Bíblia que indicavam que Davi submetia os prisioneiros a trabalhos forçados e não os torturava. O problema era de tradução. Apesar de não ter escrito nada apontando o detalhe, Janer respondeu meu e-mail indicando que, de fato, as traduções divergiam nesse ponto. Isso pra mim já bastava.

Tem gente que pensa que sou fanático. Será? Olha eu aqui defendendo um ateu. Eu penso o seguinte: Dentro do jornalismo não pode ter esse tipo de coisa. Acho que o Galvão Bueno tem direito de torcer para um time. É claro! Há uma diferença entre estar dentro de um grupo religioso e dentro de um grupo de jornalistas. Num grupo religioso é fundamental que determinadas regras e dogmas sejam estabelecidos. E é claro que certas questões devem chegar a um denominador comum. Isso se deu até no tempo dos apóstolos. Em Atos capítulo 15 lemos que havia divergência sobre a questão da circuncisão. Os cristãos judeus achavam que deviam. Os cristãos das outras nações achavam que não deviam. Chegaram a um consenso depois de um tempo. Hoje nenhum bebê cristão precisa ser circuncidado no oitavo dia. Dentro do grupo religioso – e até do acadêmico – a divergência é bem vinda, mas o objetivo é chegar num consenso. Mesmo que temporário.

Li ontem no Expressionista que Janer caiu fora do MSM. É uma pena. Gostava das ironias dele. E as críticas dele à Igreja Católica não são infundadas de jeito nenhum. É claro que os comunistas mataram mais em décadas que todos os séculos de Inquisição e Obscurantismo. Mas, isso não significa que a Inquisição não aconteceu. Mulheres foram queimadas como bruxas. Homens foram executados por lerem a Bíblia e muitos outros foram executados por traduzi-la para os idiomas vernaculares.

No post “Sobre Olavo de Carvalho”, eu fiz um comentário respondendo a Saramar, que Olavo não havia expulsado Janer do MSM. Realmente não expulsou. Janer saiu e creio que as razões dele são mais do que plausíveis. Ou você tem liberdade de expressão ou não tem.
O irônico nisso tudo é que Olavo já foi vítima disso. Em todos os jornais que ele se demitiu ou foi demitido, o problema era liberdade de expressão.

Mas vou esperar pra ver o que o Olavo vai dizer sobre essa saída do Janer. Tenho a impressão que há mais coisas entre Olavo e Janer do que sonha nossa vã filosofia!

Abraço!

Suzy disse...

Patrícia, não há nada que um sorriso sincero não resolva, digo, quase nada.
Acho a Delta legal, mas a melhor companhia em que viajei até hoje foi a Japan Airlines...maravilhosa.
E divirta-se mesmo sem férias, cada dia pode ser uma grande aventura. Só vai depender do seu olhar.
Bjs