quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mudanças - Uma Narrativa

Até o momento fizemos praticamente 3 mudanças intercontinentais. Uma dos Estados Unidos para a Inglaterra, outra da Inglaterra para o Brasil, e finalmente a última do Brasil para os Estados Unidos. Fechamos o ciclo.

Nas duas vezes em que tivemos "Brasil" no meio foi uma dor de cabeça. Ou seja, a mudança mais tranquila de todas foi entre Estados Unidos e Inglaterra. Foram altamente eficientes: gastaram no máximo umas 4 horas empacotando as coisas e a mudança gastou 30 dias para chegar (entre desembaraço no porto de origem, trajeto de navio e desembaraço no porto de chegada). Nada foi quebrado, nada.

Na perna envolvendo um país desenvolvido (Inglaterra) e a porcaria do Brasil, a ponta de origem foi ok. Também gastaram as mesmas quase 4 horas empacotando as coisas e o desembaraço no porto de origem foi rápido. O trajeto de navio também foi rápido. O problema, como não poderia deixar de ser, foi no porto de chegada. Foram 30 dias para desembaraçar o conteiner. Um absurdo, lógico. Mas todo mundo sabe que os portos do Brasil estão entre os piores do mundo.

Antes fossem apenas os portos. Os serviços de mudança do Brasil também estão entre os piores do mundo. Apesar da mudança entre Inglaterra e Brasil ter levado no total 60 dias (30 deles apenas no porto de chegada, se não me engano o porto maldito de Santos), nada também havia sido quebrado. Tudo chegou intacto. Agora vem a horror story da mudança entre Brasil e Estados Unidos.

Bom, a firma que contratamos para fazer a mudança, chamada Transworld, é um lixo - contratamos via AL Express, que é outra porcaria. Levaram 2 (DOIS) dias inteiros empacotando as nossas coisas. Não, meus amigos, não é que nós compramos o mundo depois que saímos da Inglaterra e Estados Unidos - a nossa mudança era praticamente a mesma com exceção de 1 (UMA) cama a mais. Havia empacotadores basicamente analfabetos - um dos velhinhos (velhinho?!? sim!!!) empacotando as nossas coisas basicamente tinha que chamar a menina o tempo todo para escrever na caixa o que ele havia colocado. Ah, e eles faziam horário de almoço, pode? E a lentidão? E o bate-papo? Nossa, vocês não imaginam a irritação que eu fui tendo com esse povo. Além do fato de ter que dormir uma noite no apartamento com as coisas todas empacotadas - nós nem pudemos tomar banho naquele dia, porque as toalhas já haviam ido - e eu achando que os caras iriam gastar apenas um dia (8 horas, mais que o dobro que ingleses e americanos).

Bom, é óbvio que a mudança para cá também gastou 60 dias - sendo que 30 deles apenas para sair do maldito porto de Santos. E quando abro as coisas aqui, surprise surprise - há coisa quebrada, lógico. Tudo bem, talvez devesse esperar que em toda mudança pelo menos um ou outro item seria quebrado, faz parte do negócio. Mas juro que estava mal acostumada com as mudanças que tinha feito até o momento, realizada por embaladores profissionais ingleses e americanos, onde nada, nada mesmo havia sido quebrado.

O que quebrou? Um item sentimental, obviamente, que é bem mais difícil de repor do que se fosse uma coisa de série. Uma fachada de gesso da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Sabará que eu havia ganhado de presente dos meus pais. Só para vocês terem idéia de quão energúmenos são os caras, apesar de estar mal e mal enrolada em papel bolha, colocaram a igreja de GESSO no fundo de uma caixa, com coisas por cima tais como um Ganesh gigantesco de BRONZE. Falta muito neurônio em uma cabeça dessas... Outro ponto a observar: enquanto os americanos e ingleses tinham caixas de todos os tamanhos e tipos, os nossos embaladores tinham apenas caixas padrões - tome como um exemplo uma cadeira giratória de escritório: os americanos e ingleses colocariam a cadeira em uma mega caixa. Os brasileiros praticamente CONSTRUÍRAM uma caixa para embalar a cadeira. E eu te pergunto: qual embalagem é mais eficiente? Não precisa responder, é uma pergunta retórica.

E as caixas que simulam armários, então, onde se é possível pendurar cabides? Bom, de novo a comparação: americanos e ingleses tinham caixas onde a barra que segura os cabides era de metal - na caixa dos brasileiros, a barra era de papelão. Guess what? Chegamos com as roupas que deveriam estar dependuradas todas acumuladas no chão das caixas - e em 2 caixas de ternos, onde eles colocaram coisas demais para economizar caixas, havia buracos inteiros nas caixas - até pensamos que alguém havia roubado algo - pelo menos isso não aconteceu, e no final das contas nada foi danificado nesse sentido.

A minha conclusão é a seguinte: se tiver que se mudar do Brasil, pegue simplesmente a MELHOR transportadora que existe lá, que eu ACHO que é a Granero. Nós tivemos que nos mudar no privado (significando, o banco não pagou essa mudança). Então tentamos fazer um pouco de economia e cotamos umas 3 empresas, entre elas a Granero. Pegamos essa porcaria aí e apesar de que entre mortos e feridos salvaram-se todos, a dor de cabeça foi inacreditável.

Último examplo, só para vocês verem o nível da coisa: o cara da AL Express, que era mais ou menos a agenciadora da Transworld, não lidou honestamente com a gente, no sentido de dizer upfront todas as informações. Nós ingenuamente achávamos, por exemplo, que era difícil desembaraçar em Santos se as coisas estivessem CHEGANDO do exterior, e não PARTINDO para o exterior - claro, as "otoridades" brasileiras nunca vão deixar você trazer trocentas coisas do exterior e sempre querem uma propina para liberar a mudança. A mudança saiu do nosso apartamento em uma sexta-feira às 4 da tarde e o cara disse que iria direto para Santos, e que provavelmente sairia de Santos na semana seguinte. É lógico que ELE sabia que isso era mentira das grossas, mas continuou enrolando a gente até que tomou 30 dias para sair de Santos. Custava gerenciar as expectativas do cliente falando a verdade? Tipo, "olha só meu amigo, sabe como é o porto de Santos - vai levar 30 dias para desembaraçar a mudança, e isso é independente do fato de você fazer a mudança conosco ou com o concorrente". Entenderíamos, lógico, e amaldiçoaríamos o porto de Santos até o último dia de nossas vidas. Mas por que brasileiro acha que vai se safar falando mentira, por que brasileiro tem a mania de enrolar cliente? Amaldiçoamos o cara também até o último dia de nossas vidas e ainda escrevo aqui um depoimento falando o quanto ele e a empresa dele são ruins.

Bom, de novo, se estiver se mudando do Brasil: Transworld não, Alexpress não. Contrate gente decente, mesmo que pague mais caro. E ria na cara do bobalhão que tentar te enganar dizendo que a sua mudança sai em 1 semana do Brasil. Com o estado dos portos brasileiros, isso não acontece de jeito nenhum.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Papel Do Cristão

Tenho lido muito por aí na internet sobre pessoas supostamente cristãs opinando sobre o papel dos cristãos no mundo. Volta e meia você lê que um cristão deve ser "legal" (em inglês, "nice"). Nós temos que ser "nice", na concepção dessa gente, a maior parte esquerdistas vendilhões da Pátria e amigos dos muçulmanos.

O que implica ser "nice" para essa gente? Implica em FAZER VISTA GROSSA E TER OUVIDOS MOUCOS. Isso, para esse pessoal, é ser "nice". E eles ainda têm a audácia de dizer que Jesus Cristo era um "nice guy". Vamos começar pelo episódio dos vendilhões do templo. Será que Jesus Cristo foi "nice" ao expulsar a socos e pontapés os vendilhões do templo? Poxa JC, era só um pessoal tentando ganhar a vida honestamente, será que Você não foi precipitado nesse seu ato "gratuito" de violência?

Depois eles dizem como crianças que são que Jesus amou a todos e que todos nós devemos amar ao próximo, não está nos 10 Mandamentos? Ai, crianças... Amor não significa aceitação total de toda e qualquer situação ou de toda e qualquer pessoa, ou mais, não significa fingir que as coisas não existem e enterrar a cabeça na areia como um avestruz. Se fosse assim Jesus teria amado os fariseus; se fosse assim, Jesus nem teria se incomodado em catequisar e evangelizar os apóstolos, para que, eu os amo do jeito que são, deixa todo mundo fazer o que quiser, poxa, todo mundo é livre para ser o que deseja. Eles confundem amor com liberdade, como toda criança. Eles misturam as coisas. Eles se esquecem que Jesus perdoou a adúltera, mas disse (talvez até com certa severidade, como um bom Pai, vai lá saber): vá e não peques mais. NÃO PEQUES MAIS. Não foi: tudo bem, minha filha, a carne é fraca, né? A gente te entende...

Então na concepção dessa gente um cristão deve calar a boca e aceitar tudo o que vê no mundo, porque afinal de contas somos tolerantes e devemos "amar" a todos. Não, isso está errado! Não é assim. Como disse Paulo, nós devemos lutar o bom combate. Nós devemos sim incomodar o mundo, sair por aí, pregando a Palavra e mostrando sim aos outros o quanto eles estão errados, o quanto uma situação particular é absurda, etc etc. Esse é o verdadeiro papel do cristão no mundo: catequizar, evangelhizar, levar a Palavra, abrir os olhos, a cabeça e o coração das pessoas à Verdade.

For God hath not given us the spirit of fear: but of power, and of love, and of sobriety. 
Preach the word: be instant in season, out of season: reprove, entreat, rebuke in all patience and doctrine. 
For there shall be a time, when they will not endure sound doctrine; but, according to their own desires, they will heap to themselves teachers, having itching ears: 
And will indeed turn away their hearing from the truth, but will be turned unto fables. 
But be thou vigilant, labour in all things, do the work of an evangelist, fulfill thy ministry. Be sober.

(2 Timothy 1:7, 4:2-5)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Zeitgeist: Gaddafi Dead - So What?

Gaddafi Dead — So What?

by Raymond Ibrahim
Pajamas Media
October 22, 2011

What a myopic view the Western media and its array of "experts" have concerning the so-called "Arab Spring" — a myopia that naturally metastasizes among the general public.

Mubarak and Gaddafi: Creators of oppressed societies or products of oppressive societies?

Consider the Libyan crisis. As usual, the focus is entirely on the individual, on the tangible — the now dead Gaddafi — whom all the blame can be heaped upon, while the existentialist elephant in the room, the real mover and shaker, the spirit of the age behind all these uprisings, is never acknowledged.

So another Arab dictator has been eliminated, and the talking heads are abuzz: some, whose knowledge of the world and reality is chronically limited to their own experience, naively cry "democracy!" (even as those who butchered Gaddafi were crying "Allahu Akbar!"); others cautiously include the usual boilerplate caveats in their analyses, which otherwise remain parochial.

Either way, as many interpret events in Libya, they project their own values and notions of right and wrong, good and bad — most notably by portraying the Arab uprisings as positive signs of democracy — thereby demonstrating, yet again, their inability to comprehend Islam's distinct civilization, let alone the Closing of the Muslim Mind.

I am reminded of an especially pertinent observation by philosopher Arthur Schopenhauer:

The discovery of truth is prevented most effectively, not by the false appearance things present and which mislead into error, nor directly by weakness of the reasoning powers, but by preconceived opinion, by prejudice [in this case, by the Western conviction that all people want a secular, liberal democracy], which as a pseudo a priori stands in the path of truth and is then like a contrary wind driving a ship away from land, so that sail and rudder [reality and those who present it] labor in vain.

Indeed, 19th century Germans, such as Hegel, understood that world events, far from being inextricably tied to individual leaders, were products of the Zeitgeist, defined as: "The spirit of the time; the taste and outlook characteristic of a period or generation … the spirit, attitude, or general outlook of a specific time or period … the general atmosphere of a place or situation and the effect that it has on people."

Consider Libya's neighbor, Egypt, as described in the 2009 book Inside Egypt. The author's otherwise prescient argument was that revolution was in the air; however, he too took the narrow view, ignoring the "spirit of the time." My review of the book, written before the Egyptian revolution, is especially applicable today:

Unfortunately, there is a myopic tendency to view nearly every problem in Egypt as a byproduct of Husni Mubarak, Egypt's president since 1981, and in [the author] Bradley's view, the "most corrupt offender of them all." Even things one might have supposed were products of time or chance — from the condition of Egypt's Bedouin, who have led the same desperate lifestyle for centuries, to the radicalization of Muslims, a worldwide phenomenon—are somehow traced back to Mubarak. … Indeed, this is the book's chief problem. Bradley is convinced that, given a chance, through the elimination of Mubarak, Egyptians would create a liberal, egalitarian, and gender-neutral society. … And while he is convinced that Egypt is a byproduct of Mubarak, one is left wondering instead whether Mubarak is a byproduct of Egypt.

In fact, since the Mubarak scapegoat has been ousted, and after Western media and politicians gushed and hailed "democracy," Egypt has seen the worst Islamist inspired violence — especially from the state itself — against its non-Muslim minorities.

The lesson? To understand grand scale events, stop focusing on individuals — whether ousted Arab dictators (Tunisia's ben Ali, Egypt's Mubarak, now Libya's Gaddafi) or slain jihadist leaders (Osama bin Laden and the various no-names the administration boasts of killing) — and start focusing on the forces, the "spirit of the time," in this case, Islam, which creates bin Ladens no less than the tyrannical autocrats who suppress them.

Nor is this approach limited to comprehending the significance of the "Arab Spring." To the many who think that America's problems begin and end with Obama, consider the logic of the following quote, attributed to a Czech newspaper (note: underlines and bold types are mine, Patricia's):

The danger to America is not Barack Obama but a citizenry capable of entrusting an inexperienced man like him with the presidency. It will be far easier to limit and undo the follies of an Obama presidency than to restore the necessary common sense and good judgment to a depraved electorate willing to have such a man for their president. The problem is much deeper and far more serious than Mr. Obama, who is a mere symptom of what ails America. Blaming the prince of the fools should not blind anyone to the vast confederacy of fools that made him their prince. The republic can survive a Barack Obama. It is less likely to survive a multitude of fools such as those who made him their president.

In short, individual leaders do not cause societies to become what they are; rather, these leaders are symptoms — reflections — of their respective societies.

A Neopaganização da Sociedade

Você anda pelas ruas de Jersey City logo antes do Halloween e eh capaz de observar dois tipos de decorações extravagantes nas casas: algumas, como o meu prédio, colocam cubos de feno, abóboras e vasos de flores outonais, talvez para nos lembrar (?) que sim, o verão acabou e o outono está aqui, voilà! Outras colocam lençóis brancos, tules, fantasmas e jack-o'-lanterns nas sacadas e escadas.

Seria apenas exploração comercial das datas comemorativas - nem feriados são? As lojas estão cheias de artigos para Halloween e temas que lembram o outono - que podem ser usados lá para os lados de Thanksgiving, mais ou menos 1 mês depois do Halloween.

Não sei ao certo a resposta, mas eu tenho a vaga impressão de que a sociedade ocidental como um todo tem tentado voltar às origens pagãs. Nem me refiro a esses estúpidos cultos wiccas e coisas do gênero, mas a um certo sentimento genérico de que a natureza eh a mãe ou deusa, tudo o que eh natural eh bom, festas de colheitas e de mudanças de estações e por aí vai. Nem digo que o "culto" eh consciente - acho que se perguntasse em cada uma dessas casas decoradas se eles veneram a natureza ou algum outro poder anímico eles ririam de mim - é lógico que é apenas por brincadeira, é para a diversão das crianças, diriam.

O que tiro como conclusão de tudo isso é o seguinte: os homens precisam dos deuses, e não vice versa. Inclusive o mais ferrenho dos ateus, que cultua o Homem como deus.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Curtas & Grossas

1. Emagreci ja quase 1kg desde que o Barba viajou para o Brasil na sexta-feira a trabalho. Nao, nao eh o amor - eh disciplina.

2. Hoje passando pelo supermercado nao consegui resistir e comprei uma Ryvita. A consciencia pesou depois - poxa, ainda estou consumindo produtos da ilha esquecida por Deus? Inadmissivel fazer negocios com ingleses! Prometo que foi so dessa vez...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Game of Thrones - Livro x Serie HBO

Eu quase sempre leio o livro antes de ver o filme ou a serie na televisao. Dessa vez nao deu. A serie da HBO foi lancada no Brasil se nao me engano em abril, e eu tive que assistir à serie antes de ler o livro. Eu queria comprar o livro, mas porque na Amazon o preco do livro no formato eletronico estava mais caro que o preco no formato fisico, e eu ja nao queria mais comprar livros fisicos, deixei o projeto de lado e fui assistir à serie.

Mas agora que a Amazon lancou o Kindle nas bibliotecas publicas americanas, consegui pegar o livro emprestado em formato eletronico no meu Kindle. Alias, achei o processo todo genial. Downloado (eu downloado, tu downloadas, ele downloada) o livro de graca, tenho 3 semanas para ler, tudo pelo computador, nao preciso passar em lugar nenhum. A unica coisa chata eh que nao posso usar a rede 3G para downloadar o livro, tenho que fazer isso via wi-fi. Mas tudo bem, eh mais chato mas funciona. Ja sou cliente da biblioteca publica de Nova Jersey e agora preciso convencer o Barba a pegar uma carteirinha na biblioteca publica de Nova Iorque, que eh bem maior e tem muito mais titulos disponiveis.

Vamos à comparacao propriamente dita: para variar o livro eh melhor que a serie, mas nao MUITO melhor. A bem da verdade a serie eh bem fiel ao livro, pouquissimas cenas sao alteradas (de forma sutil) e quase nada eh deixado de fora. Uma unica coisa a serie deixa a desejar: a mitologia nao eh bem explicada. Na verdade a mitologia, nesse primeiro livro, ainda deixa um pouco a desejar. Nao sei se o autor vai se estender mais nos outros livros e explicar tim por tim de como esse mundo evoluiu, como os habitantes surgiram, etc etc etc. No momento ha algumas explicacoes, mas nao muitas. E na serie televisa nao ha explicacao alguma.

Entao as pessoas se decepcionam um pouco com a serie, porque acabam achando que eh uma serie de capa-e-espada mas na verdade nao eh, eh fantasia. E em fantasia tudo eh possivel, mas o bom autor tem que explicar a sua mitologia de forma convincente. O melhor de todos, o rei da fantasia, obviamente eh Tolkien. Nao sei se G.R.R. Martin chega ao nivel de Tolkien (eu acho humanamente impossivel bater Tolkien), tenho que conferir. Mas, pelas dicas dadas ate o momento no primeiro livro, estou achando a mitologia de Martin um pouco fraquinha... Os sleep walkers (ou others) nada mais sao do que zumbis, mortos-vivos? Acho meio idiota misturar um genero de ficcao com outro, e acho mais elegantes os autores que criam suas proprias criaturas... Zumbi ja existe ha decadas, nao? Vamos ver como ele se sai com a explicacao de como os zumbis surgiram nesse mundo ficticio - nao eh nesse primeiro livro, ja aviso.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Impostos e Taxas e Tudo Isso Que Abomino

Nao ha sistema tributario justo no mundo, vamos partir dessa premissa. E tambem eu conheco poucos sistemas tributarios no mundo, e alem disso nao sou expert em nenhum deles. Sou usuaria, digamos assim. E vou discutir aqui apenas a tributacao do individuo, nao a tributacao de empresas - que eh infinitamente mais complicada e muito mais distante da minha realidade.

Penso que o sistema que mais se aproximaria do ideal taxaria TODOS os cidadaos de forma proporcional à sua renda. Suponha, por exemplo, uma taxa de 20% sobre os rendimentos. Nao importa se voce ganha $10 mil por ano ou $1 milhao, voce teria que pagar ao governo 20% sobre os ganhos. E ponto final.

Acho esse formato muito mais justo do que o sistema de faixas. Por que um sujeito que ganha menos deve pagar menos percentualmente falando? Nao faz sentido. O governo federal presta a todos os cidadaos o mesmo servico, isso eh, defesal nacional, justica, policiamento, etc. Todos deveriam se sentir responsaveis por pagar esse servico, por menos que ganhem. Eh justamente essa falta de cobranca que aliena os cidadaos que nada pagam. Hoje nos EUA mais de metade da populacao nao paga imposto federal nenhum - net net. Isso significa que alguns cidadaos pobres ate pagam impostos federais, mas recebem mais do que pagam - food stamp e essas porcarias que o governo distribui. Isso obviamente torna esses mesmos cidadaos escravos do governo - sabemos muito bem onde esse tipo de beneficio leva os paises, vide o Brasil - uma turma que so vota em quem lhes da a Bolsa Isso, Bolsa Aquilo.

Alem de pagar uma percentagem fixa do salario, eu tambem simplificaria o codigo ao maximo - para acabar com a corja dos contadores. Poderiamos ate ter algumas deducoes, mas que nao sejam muitas e que sejam simples. Por exemplo, para fortalecer a familia e facilitar a procriacao - coisa que a Europa deveria estar fazendo ha muito tempo, ao inves de importar muculmanos - eu colocaria uma deducao (percentual tambem) para cada filho menor de idade que uma familia tivesse. Sei la, tipo 1% para cada filho. E tambem daria descontos para casais casados que declarassem em conjunto - o impacto economico nao seria grande, mas o psicologico eh enorme. Tipo 1% tambem para cada cada casal casado. Entao, ao inves de pagarem 20% da renda total um casal casado com 2 filhos (a familia media americana) pagaria 17%.

A minha pergunta eh: se eh tao simples assim, por que nenhum pais do mundo nunca pensou dessa forma? Por que em geral os sistemas tributarios sao confusos, cheios de meandros, para nao dizer obscuros?

Falei acima a respeito do imposto sobre a renda, obviamente. Aqui nos EUA, por exemplo, um imposto que nao eh federal mas que eh justo na minha opiniao eh o imposto sobre as vendas (sales tax, ou VAT na Europa): todo mundo que compra o produto X vai pagar Y% nao importa se eh branco, preto ou mulato, se eh pobre ou milionario. Se as vestais comunistas do mundo moderno acham que pobre nao deveria pagar imposto, entao deveriam atacar o VAT - nem as vestais comunistas europeias fazem isso: atacam a aliquota, mas nao o fato de ela ser uma aliquota fixa. Justo, nao? Um produto eh um produto eh um produto como diria Gertrude Stein. Um governo federal eh um governo federal eh um governo federal - deveriamos seguir o mesmo raciocionio.

Por ultimo, o cidadao da minha ditadura virtuosa pagaria impostos sobre investimentos. Resumindo, 3 impostos para o individuo: sobre a fonte de renda, sobre o consumo e sobre investimentos. Esse ultimo, por incrivel que pareca tambem, eh uma aliquota unica para todas as pessoas nao importa a riqueza. O que faz todo sentido na minha opiniao. Entao, dividendos sao taxados a 15%, ganhos de capital a 20%, fundos de investimento a X% e por ai vai. Afinal, se voce eh pobre nao tem investimento - se tem ja deixa de ser um pobre miseravel e eh um pobre que pode pagar ao governo.

Acho o fim da picada por exemplo pagar impostos sobre automoveis e sobre a terra. Quando se compra um automovel, ja se paga um imposto, o de consumo digamos assim. Quando se anda nas estradas, o certo seria pagar pedagio - assim apenas aqueles que usam as estradas pagariam por elas, e nao todo mundo - se voce nao tem carro nao tem porque pagar por estradas. E as ruas de uma cidade que todos usam, mesmo que sejam pedestres? Bom, eh para isso que existe o imposto municipal. Paga-se um percentual fixo sobre a renda tambem e estamos conversados. Isso sustentaria o prefeito, os vereadores, as ruas, os passeios, o corpo de bombeiros, etc. O mesmo vale para o imposto sobre a propriedade. Nao acho justo ter que pagar todo ano, e mais, quem tem propriedades maiores e em melhores lugares ter que pagar mais. Por que? Para a prefeitura recolher o lixo? Mas ela recolhe o lixo de todo mundo, entao nao deveria ser um imposto por faixas como eh hoje.

Eh logico que no meu sistema as pessoas mais ricas acabariam tendo mais dinheiro disponivel e as pessoas mais pobres menos. Mas eu encaro isso como um incentivo para que a populacao pobre trabalhe e ganhe mais do que qualquer outra coisa.

sábado, 15 de outubro de 2011

Espanha, Europa, Crise, Tudo

No final de setembro a BBC colocou no ar uma entrevista com um day trader que foi muito engracada. Basicamente o sujeito nao tinha credenciais para estar no ar (no fim, nem a BBC tem credenciais para fazer programas, oh televisao ruim do diabo, antro de comunistas e islamistas e gente da pior especie), mas de alguma forma deve ter enganado a rede e foi ao ar. Legal mesmo foi ver a cara de espanto dos entrevistadores. O que ele falou de tao louco? Nada demais - apenas coisas que todos nos sabemos - inclusive falou com palavras que todos nos empregamos porque ele nao eh trader coisa nenhuma. Basicamente: a crise na Europa eh um cancer, e melhor matar no inicio do que postergar, porque so vai ficar pior. Quer alegoria melhor do que essa? Depois disse que toda noite ele sonha com a recessao (ele quis dizer que tem pesadelos com a recessao, nao que deseja uma recessao) - e fala a verdade, quem nao tem hoje em dia? Quem garante que amanha estara empregado? Os tempos sao de medo, muito medo mesmo. Se querem ver a entrevista "googlem"(do verbo eu google, tu googlas, ele googla) por "alessio rastani bbc".

Continuando com o assunto do post, que na verdade era para ser a Espanha... Eu achei esse videozinho no YouTube que eh sensacional e que explica para estudantes primarios como se deu a crise na Espanha. Tenho apenas um unico detalhe a acrescentar: quando o bonequinho que leva tomates na cara diz, "por que nao investimos o surplus em R&D", o video nao deixa claro para onde foi todo o dinheiro espanhol. Eh claro que a maior parte era lucro "de papel", mas grande parte do dinheiro de verdade foi gasto no welfare estate espanhol - dinheiro distribuido a rodo pelos socialistas para a populacao - e outra parte obviamente foi roubada pelos governantes em proveito proprio (ha varios e varios casos de corrupcao na exploracao imobiliaria).

Bem, e ai? Ligando um assunto com outro, de que adianta esperar que a Espanha se transforme em uma Grecia? O cancer so vai crescer. Como o traderzinho diz, a comunidade investidora internacional nao esta nem ai se o pacote de recursos funciona ou nao, os investidores querem eh tomar a posicao correta e ter lucros. Ninguem esta ai para fazer caridade para ninguem, essa eh a verdade. E desde que eu estava trabalhando no Banco Alemao e cobrindo instituicoes financeiras e montadoras de auto, as "cajas" espanholas estao literalmente "jodidas" como diz o filmete. Jodidas. Eu nao colocaria nem o dinheiro do meu pior inimigo em uma "caja". Todas elas sem excecao entraram na ciranda imobiliaria e emprestaram dinheiro a fundo perdido para consumidores e construtores e agora nao tem o que fazer para sanear os livros...

E de que adianta os alemaes e franceses jogarem dinheiro bom em cima de dinheiro ruim (throw good money after bad money na expressao em ingles)? De que adianta? Postergar nao eh a resposta certa. Veja os bancos franceses, como ja estao sofrendo. No momento eles estao promovendo uma venda monumental de ativos (a precos baixos, logico - firesale) para sanear os livros. E manter as notas das agencias. Daqui a pouco sera a vez dos bancos alemaes. Alias, eles tambem tem problemas graves - os alemaes tambem tem as "cajas" deles, os "landesbanken".

Sabe no final do dia quem fez a coisa certa? A Islandia. A sorte deles eh que nao estavam atrelados ao euro, entao puderam rapidamente desvalorizar a moeda, conter a saida de recursos do pais e recomecar do zero, literalmente. Era isso que Grecia, Espanha, Irlanda e Portugal e se bobear a Italia tinham que fazer. Recomecar do zero, sem maiores pretensoes de fazerem parte do clube dos ricos. Porque, meu amigo, esse pessoal nunca foi rico... So viveram acima dos meios por algum tempo, e agora estao tendo que pagar a conta salgada da farra.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Steve Jobs Deveria Ser O Garoto-Propaganda...

... de todas as campanhas anti-aborto por ai. Quer melhor garoto-propaganda do que ele? Se naquela epoca o aborto fosse permitido nos EUA - a infame Roe vs Wade eh de 1973 - talvez Steve Jobs nunca tivesse existido...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Thanksgiving - Convite

Alguem vai estar aqui nos EUA no feriado de Thanksgiving? Poderiamos nos reunir em comemoracao. Todos os americanos passam Thanksgiving com as respectivas familias (para eles Thanksgiving eh um feriado de familia, mais importante que o Natal) e o casal brasileiro que eu conheco vai estar com a casa cheia de parente vindo do Brasil, logo... Eh legal passar esse feriado com mais gente. Se alguem quiser passar aqui em NYC, eu me habilito a assar o peru. Ha um quarto de hospedes aqui tambem. E claro que eu e o Barba podemos voar para outras cidades se for o caso.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Celeuma Para Gordos - II

O debate continua. Porque a Anvisa esta "infestada" de politicamente corretos que supostamente querem que os gordos emagrecam a base de alface - segundo o RA, e na verdade a maneira correta com rarissimas excecoes segundo a minha humilde opiniao - todo e qualquer medicamento que eles proibirem, por mais atrasado que seja, sera um verdadeiro deus-nos-acuda contra as liberdades individuais segundo os crentes.

Tem nego ate reclamando que a Anvisa agora exige receita para comprar antibiotico. Na cabeca desses imbecis eh um absurdo, bom mesmo era ha tempos atras quando se podia comprar todo e qualquer remedio, inclusive tarja preta, apenas batendo um papinho com o atendente de farmacia - que nem farmaceutico era. Automedicacao eh bom, receita eh ruim para os bobalhoes. Que mal faz um antibiotico, nao eh mesmo? Para que pagar ao medico apenas para pegar uma receitinha de antibiotico? Nao, o energumeno nunca leu sobre os superbugs, nunca leu que a penicilina la do comeco nao consegue mais matar bacteria de hoje, e por ai vai. Porque ele e uns outros irresponsaveis tomam antibiotico para qualquer gargantinha inflamada e acham que os organismos vivos sao imutaveis, simples assim.

Voltando aos gordos e às proibicoes. Nego se esquece que a classe medica brasileira tambem esta terrivelmente ligada aos laboratorios. Todos os medicos que eu fui no Brasil *sem excecao* vao a congressos internacionais pelo menos 2 vezes ao ano, pagos por quem? Por quem? Pelos laboratorios, claro. E ainda levam a familia junto. Eh claro que nao chega a ser tao mafioso quanto nos Estados Unidos, mas meu, eles andam de bracos dados tambem. E a pergunta que nao quer calar: por que os orgaos da classe medica brasileira condenaram a Anvisa, sendo que em outros paises ha pesquisas e pesquisas por exemplo relatando o mal de alguns remedios que foram banidos? O Brasil faz pesquisa? Ah, conta outra piada, vai. O Brasil nao eh nem nunca foi nem nunca sera centro de excelencia em pesquisa medica.

E por fim, as liberdades individuais. Eh mesmo um ataque às liberdades individuais que nego nao pode mais comprar FENPROPOREX no Brasil? Valha-me Deus. Na verdade o argumento mais engracado (e contraditorio) que li foi o do prorio RA: ele deu municao à galera favoravel às drogas. Diz o RA: se a Anvisa proibe anfetaminas, os gordos vao comprar no mercado negro e alimentar o trafico. Uai, nao seria entao o caso de se liberar a maconha? A maconha na verdade causa menos problemas que anfetaminas, hahaha.

P.S.: sou contra bolinhas, anfetaminas, maconha, cocaina, heroina, ecstasy e toda e qualquer substancia que altera as ligacoes quimicas no cerebro, A NAO SER que a pessoa seja receitada por psiquiatras.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Celeuma Para Gordos

A Anvisa acabou de proibir alguns medicamentos inibidores do apetite e ha o maior bafafa' no Brasil por causa disso. Gente dando opiniao a torto e a direito SEM AO MENOS pesquisar sobre os ditos medicamentos.

Vamos la, sao 4 no total: foram proibidos o FENPROPOREX, a DIETILPROPIONA e o MAZINDOL. A SIBUTRAMINA continua no mercado mas sob severa vigilancia. So para comecar a discussao, digitei no google o nome de todos os medicamentos, em ingles - sao bastante parecidos com o portugues ja que os nomes acima sao os nomes cientificos e nao brand names. O FEMPROPOREX por exemplo NUNCA foi aprovado pelo rigidissimo severissimo FDA americano. No entanto, estava la na mesinha de cabeceira dos gordos brasileiros. Eu nem discuto medicamento que nao passou pelo crivo do FDA. Aqui nos Estados Unidos o FDA tem o maior trabalho em banir as chamadas "Brazilian Diet Pills" que contem esse quimico.

Os outros dois sao comercializados aqui. Ja a SIBUTRAMINA foi aprovada inicialmente pelo FDA e depois de mais estudos foi retirada do mercado, nao apenas aqui mas na UE tambem. O risco de ataques cardiacos eh aumentado quando se toma esse produto. Achei acertada a decisao da ANVISA de manter o medicamento mas fazendo o paciente assinar embaixo.

O problema desses remedios, assim como da cirurgia de emagrecimento, eh que os gordos os tomam achando que vao emagrecer e que podem continuar deglutindo as toneladas de alimentos que comem todos os dias e tudo estara bem. Voces virao o Joao Gordo? Continua gordo, mesmo depois de cirurgia de reducao de estomago. O problema do gordo eh que a comida para ele eh uma droga. Gordo eh viciado em comida. Ou seja, pela enesima vez, se nao houver uma tremenda reeducacao alimentar o gordo vai continuar gordo mesmo se tomar todas as pilulas do mundo e mesmo se fizer cirurgia de reducao do estomago.

Em relacao à celeuma provocada pela proibicao, nao sei se isso se deve realmente à tal patrulha ideologica como alguns articulistas vem comentando. Como relatei, 2 medicamentos sao proibidos no mundo desenvolvido. Estao comparando a proibicao desses medicamentos à proibicao do cigarro e por ai vai. Sinceramente, acho um baita exagero.